05.07.2015 -
Quando uma alma está para sair desta vida, diz Isaías, se conturba o inferno todo e manda os demônios mais terríveis a tentá-la antes de sair do corpo e depois acusá-la, quando se apresentar ao tribunal de Jesus Cristo.
”O inferno via-se lá embaixo à tua chegada todo turbado, e diante de ti levanta gigantes” (Is 14, 9).
Os demônios, em se tratando de uma alma patrocinada por Maria, não terão atrevimento, nem ainda para acusá-la. Pois sabem muito bem que o Juiz nunca condenou, nem condenará jamais uma alma patrocinada por sua grande Mãe. São Jerônimo escreve à virgem Estóquio que Maria não só socorre os seus amados servos na sua morte, mas também os vem esperar na passagem para a eternidade, a fim de os animar e de os acompanhar até ao tribunal divino. Ó dia esse, exclama o Santo, em que a Mãe de Deus, rodeada de muitas virgens, há de vir ao teu encontro! E isto se conforma com o que a mesma Santíssima Virgem disse a Santa Brígida, referindo-se a seus devotos moribundos: Na hora da morte dos meus servos eu venho, como Senhora e Mãe amantíssima deles, e lhes trago consolo e alívio.
Ajunta São Vicente Ferrer que a bem-aventurada Virgem recebe as almas dos que morrem. Nossa amorosa Rainha acolhe sob seu manto as almas dos seus servos, apresenta-as ao Filho que as deve julgar e obtém-lhes a salvação.
Foi o que aconteceu a Carlos, filho de Santa Brígida. Morrera na perigosa carreira de soldado, longe da mãe, que por isso mesmo muito temia pela salvação dele. Mas a Santíssima Virgem revelou-lhe que Carlos se havia salvo, pelo grande amor que lhe consagrava, razão por que ela própria o assistira na última hora, sugerindo-lhe todos os atos cristãos necessários no momento. Ao mesmo tempo viu a Santa Jesus Cristo no trono, e viu também que o demônio lhe apresentou duas acusações contra a Santíssima Virgem. Era a primeira que Maria lhe tinha impedido de tentar o moribundo; a segunda, que ela mesma havia apresentado ao Juiz a alma de Carlos e assim a salvara, sem lhe permitir alegar nem ainda os direitos que ele, demônio, possuía.
Seus vínculos são uma atadura de salvação – e nela acharás tu no fim o teu descanso (Eclo 6, 29, 31). Feliz de ti, meu irmão, se na hora da morte te achares preso pelas doces cadeias do amor à Mãe de Deus. Como cadeias de salvação, esses vínculos te assegurarão a tua eterna bem-aventurança, e te farão gozar na morte aquela paz bendita, que será princípio da paz e do repouso eterno. Refere o Padre Binetti no seu livro “A Perfeição”, que assistindo ele um grande devoto de Maria à hora da morte, o ouviu dizer antes de expirar: “Ó meu padre, se soubésseis quanto contentamento sinto por ter sido servo da Santíssima Mãe de Deus! Não sei explicar a alegria que sinto neste instante!
Tinha o Padre Suárez muita devoção a Nossa Senhora e costumava dizer que trocaria sua ciência pelo valor de uma Ave-Maria. Ao morrer, tanta lhe era a alegria, que exclamou: Nunca imaginei que fosse tão suave o morrer! O mesmo contentamento e alegria sentirás também tu, devoto leitor, se na hora da morte te recordares de haver amado a esta boa Mãe, a qual não sabe deixar de ser fiel com os seus filhos, que foram fiéis em servi-la e em obsequiá-la, visitando-lhe as imagens, rezando o rosário, jejuando, rendendo-lhe graças com frequencia, louvando-a e encomendando-se a seu poderoso patrocínio.
Não te privará desta consolação a lembrança de teus pecados passados, se de hoje em diante cuidares em viver como bom cristão, servindo a tão grata e benigna Senhora. Verdade é que o demônio há de vir com angústias e tentações para levar-te ao desespero. Mas a Virgem te confortará; virá em pessoa te assistir na hora da morte, como fez a Adolfo, conde de Alsácia. Deixara ele o mundo e entrara para a Ordem dos Franciscanos, onde se tornara, como rezam as Crônicas, um grande servidor de Maria. Estando para morrer, ao pensar no rigor do juízo divino, começou a tremer perante a morte, cheio de receios sobre a sua salvação. Então Maria, que não dorme nas angústias dos seus servos, acompanhada de muitos santos, se apresentou ao moribundo e animando-o lhe disse: "Meu caro Adolfo, por que tens medo da morte? Porventura não me pertences?" Com estas palavras o servo de Maria se consolou, desaparecendo todos os seus temores e expirou em santa paz e contentamento.
Eia, pois, animemo-nos nós também. Ainda que sejamos pecadores, tenhamos confiança que Maria há de vir assistir-nos na hora da morte, consolando-nos com sua presença, se a servimos com amor durante os dias que ainda nos restam no mundo. Nossa Rainha prometeu um dia a São Matilde que havia de vir assistir, à hora da morte, todos os seus devotos que a servissem fielmente em vida. Que consolação, ó meu Deus, não será a nossa, quando no último momento da nossa vida, tão decisivo para a causa da nossa salvação, virmos ao pé de nós a Rainha do céu, assistindo-nos e consolando-nos com a promessa de sua proteção! Inumeráveis exemplos da assistência de Maria a seus servos moribundos, além dos já citados, vêm narrados em vários livros. Esse favor foi concedido a São Félix de Cantalício, capuchinho, a São Clara de Montefalco, a São Teresa, a São Pedro de Alcântara. Conta o padre Crasset que São Maria Ognocense viu a Santíssima Virgem à cabeceira de uma devota viúva de Villembroc, que ardia em febre; e viu-a consolando a doente, refrigerando e aliviando-a em sua febre.
Fechemos este capítulo com um novo exemplo que fala do terno amor desta boa Mãe para com seus filhos na hora da morte.
Glorias de Maria – Santo Afonso - Fonte: Dominus Est
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Lembrando o artigo publicado no site em 05.01.2015
"Sacerdote americano enfrenta o seu juízo pessoal, é sentenciado ao Inferno, mas é salvo pela intercessão da Virgem Maria".
O Padre Steven Scheier foi ordenado sacerdote no ano de 1973. Era um sacerdote diocesano e foi enviado à paróquia do Sagrado Coração na cidade de Fredonia, ao sudoeste do Kansas.
Não amava sua vida de sacerdote.
Durante doze anos se preocupou mais com o que os demais pensavam dele, que do seu ministério sacerdotal. Se preocupou com o seu prestígio como sacerdote, especialmente diante dos seus companheiros de ministério.
Não assistia à direção espiritual com outros sacerdotes, ou se o fazia, focava em coisas superficiais, como que para se sair de seu compromisso.
Não fazia as orações do breviário nem as que devem fazer todos os sacerdotes. Para ele, a Missa não tinha um significado especial. Caiu em sucessivas negligências em seu labor pastoral e se dedicou a muitas atividades no âmbito social, em detrimento dos fieis de sua paróquia. Fugiu do sofrimento próprio de sua missão e se portou de maneira covarde diante deste sofrimento.
Faltou aos mandamentos. Se confessava com regularidade, mas não apropriadamente. Não tinha propósito de emenda, nem verdadeira dor pelos seus pecados. Tomava a confissão como um "seguro contra o inferno". Suas confissões não o conduziram a uma verdadeira mudança de vida. Se confessava quando queria, porque pensava que teria tempo suficiente.
Ele sabia que não estava fazendo o que devia, que não era o sacerdote que devia ser, mas não mudou a sua forma de proceder. Os fieis, sem embargo, consideravam que ele era um bom sacerdote.
O dia do seu acidente
No dia 18 de outubro de 1985 foi a Wichita, mais ou menos a 130 ou 140 kms de distância. Fez uma viagem pela estrada 86 (rota 86), a única estrada acessível entre Fredonia e Wichita. Era uma estrada montanhosa e perigosa, sem sarjetas e de alto tráfego. Foi ver a um sacerdote sobre algo que havia sucedido na paróquia de Wichita. Saiu pela manhã e regressou pela tarde. Na viagem de regresso, enquanto ultrapassava a um caminhão, se viu envolvido em um acidente de frente com uma caminhoneta que levava consigo três pessoas que residiam em Houston, Texas. Foi lançado fora do veículo, sofreu lacerações na cabeça e o couro cabeludo se desprendeu no lado direito. O lado direito do cérebro foi cortado parcialmente e muitas células foram esmagadas. Ficou praticamente inconsciente. Uma enfermeira que estava a um veículo atrás do dele, o ajudou imediatamente. Viu que tinha o pescoço ferido. Foi atendido em estado de emergência e levado de ambulância a um pequeno hospital próximo. Um médico lhe suturou o couro cabeludo que estava rasgado. Todos pensavam que não iria sobreviver. Aparafusaram na frente e por trás da cabeça, lhe colocaram um rígido revestimento para evitar movimentos e o levaram em um helicóptero a outro hospital em Wichita.
Não se atreveram a operá-lo devido à gravidade da lesão.
Sofreu fratura de tipo C2, ou seja, a segunda vértebra cervical (é o mesmo tipo de lesão que ocorre nas pessoas que morrem enforcadas). Quando esta vértebra se rompe, a pessoa se asfixia. Se lhe houvessem movido a cabeça no lugar do acidente, ele teria morrido. Foi colocado em tração e os doutores lhe davam 15% de chance de probabilidade de vida. Permaneceu em cuidados intensivos até o mês de novembro. Esteve baixo tratamento de morfina e tração. Quando souberam do acidente, os membros de sua paróquia e de outras regiões vizinhas se puseram em oração por ele. E se recuperou de maneira surpreendente e rápida.
No dia 2 de dezembro lhe deram alta do hospital. Não esperavam que ele sobreviveria. Lhe disseram que, apesar de sobreviver, pensavam que iria ficar paralisado do pescoço para baixo, usando um respirador, olhando para o teto pelo resto de sua vida e sem voltar a falar.
Uma revelação que lhe abriu o entendimento
No mês de abril lhe retiraram os aparatos que o mantinha imobilizado. Ao regressar a sua paróquia, uma vez em que celebrava a Missa durante a semana, justamente neste dia foi o Evangelho de São Lucas, capítulo 13, versículos 6 e seguintes, sobre o dono da Vinha, que ordenara ao vinhador cortar uma figueira que não dava fruta há três anos. O vinhador intercede ante o Dono da vinha e lhe propõe pagar e cuidar dela por mais um ano para ver se daria fruto, ou se não, poderia cortá-la. De repente, enquanto se encontrava lendo esta passagem, a página tornou-se luminosa, aumentou e se aproximou a ele. Sentiu um grande choque e terminou a Missa como pôde. Depois teve que sentar-se e tomar algo para acalmar-se.
Chegou o momento do seu juízo
Neste momento recordou uma conversa que teve ocorreu um pouco depois do acidente. Ele não viu a ninguém, mas escutou as vozes. Nesta conversa, o padre Steven se encontrou na presença de Deus. Ao sentir o amor puro de Deus na pessoa de Jesus, o Padre Steven se sentiu realmente um pecador, mas o Senhor lhe disse: "Eu te amo, aproxima-te". O Padre Steven se viu enfrentando o seu juízo particular, no que foram postos em evidência muitos pecados mortais que não conseguiu confessar, porque havia deixado tudo isto para mais tarde. Sentiu o Amor Justo de Deus quando o Senhor Jesus lhe disse: "Tua sentença é o Inferno por toda a eternidade".
O Padre Steven contestou: "Sim, Senhor, eu sei". Porque sabia toda a verdade de sua vida e isto não foi surpresa para ele. Comprovou que Deus nos conhece perfeitamente por dentro e por fora, e que não se deixa levar por aparências ou simples opiniões. Também soube que diante de Deus não valem desculpas, nem pretextos nem justificações.
Então, o Padre Steven escutou uma voz feminina:
"Filho, por favor, podes perdoar sua vida e sua alma imortal?", o Senhor contestou: "Ele foi sacerdote por doze anos para si mesmo e não para Mim. Deixemos que ele colha o castigo que merece".
A voz feminina replicou:
"Mas Filho, se lhe damos graças especiais, então vejamos se dá frutos; se não, seja feita a Tua Vontade". O Padre Steven sentiu o Amor Misericordioso de Deus quando o Senhor contestou: "Mãe, [ele] é teu."
O Padre Steven não sentia devoção especial pela Virgem, e à partir deste momento começou a tê-la sempre presente em sua mente e em seu coração. Se deu conta que lhe tomará toda a vida ser o sacerdote que deve ser. Com o tempo, o Padre Steven ingressou em uma comunidade contemplativa, não de clausura, que ora e intercede pelos sacerdotes. Deus lhe deu uma oportunidade a sua alma e a sua vida física, corporal, e não há um dia em que não pense no que lhe aconteceu. Agora é muito mais consciente que antes dos seus pecados.
Alguns ensinamentos que podemos aprender da experiência do Padre Stevens:
Há duas maneiras de crer: Com a cabeça (ou seja, intelectualmente) ou com o coração. Durante muitos anos o Padre Steven creu com a cabeça, ou seja, intelectualmente, em Deus, no Céu e nos santos. Para ele, não eram seres vivos, senão representações ou personagens imaginários.
O Inferno existe, e os sacerdotes não estão isentos dele, portanto, se faltam aos mandamentos, estão expostos a ele. Os sacerdotes têm que dar conta de mais coisas que os fieis, posto que têm maiores responsabilidades em sua missão. "A quem muito foi dado, muito será cobrado".
Deus nos ajuda a conhecer-nos a nós mesmos para que nos emendamos de nossos erros e corrijamos nosso caminho. Temos que estar receptivos e cooperar com a Graça de Deus.
Deus nunca disse "NÃO" à Virgem Maria. Nós não conhecemos nem apreciamos a importância, a graça e o poder que Deus há dado à Santíssima Virgem.
Quando um foge dos sofrimentos e das cruzes próprias de sua vida e de sua missão, depois aparecerão cruzes ainda maiores, onde queria que uma pessoa vá. Mas quando as abraçamos, Deus adoça os sofrimentos e as cruzes pessoais.
O amor de Deus é maior que a sua Justiça, o que não quer dizer que Ele não será justo em seu juízo.
Podem morrer milhões de pessoas em um mesmo instante, mas o juízo é pessoal e uma pessoa o enfrenta só. Recorda que tua salvação depende de tuas ações: a forma de como hás vivido e amado.
Nossa verdadeira casa está no Céu. Aqui, no mundo, somos peregrinos a caminho de nossa pátria celestial.
Notas:
O Padre Steven sofreu anteriormente outros dois acidentes de trânsito, o segundo foi um pouco mais sério que o primeiro. Sentia que ia ocorrer outro muito mais grave, e finalmente ocorreu. Ele sabia que eram advertências para a sua mudança de vida, mas não quis fazer caso. Finalmente, Deus lhe deu uma nova oportunidade para que fosse testemunha de Seu Amor e de Sua Misericórdia.
Fonte:
http://www.pildorasdefe.net/post/testimonios/IHS.php?id2=Sacerdote-enfrenta-su-juicio-personal-y-es-condenado-al-infierno-Regreso-por-intercesion-de-Maria
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