27.06.2015 - Nota de www.rainhamaria.com.br
A Igreja Católica define de forma muito clara (CIC 65, 66) que a revelação pública, oficial, está concluída e é a que vemos nos livros canônicos da Bíblia. Corresponde à fé cristã compreender gradualmente seu conteúdo.
Isso não impede que haja revelações privadas (CIC 67), que não melhoram nem completam a Revelação definitiva de Cristo, mas sim podem ajudar a vivê-la mais plenamente em uma determinada época histórica. Ou seja, pode haver livros inspirados, mas não canônicos.
O especialista François Michel Debroise nos dá uma informação muito completa sobre o tema.
Maria Valtorta, mística italiana falecida em 1961, foi um exemplo de alma extraordinária com vida extraordinária. Foi uma das 18 grandes místicas marianas. Aos 23 anos, um anarquista a espancou com uma barra de ferro, deixando-a com limitações físicas. Ficou 9 anos de cama. E uniu todas as suas dores à paixão de Jesus.
Seu confessor, ao ver a grandeza dessa alma, pediu-lhe que escrevesse sua biografia. Tudo isso aconteceu em plena guerra mundial. Depois de escrever sua biografia, de 1943 a 1950, ela começou a receber uma série de visões, que transcreveu em 17 volumes, entre eles sua obra mais conhecida e polêmica: “O Evangelho como me foi revelado”. Em 4800 páginas, ela relata a vida de Cristo, dia a dia.
O Papa Paulo VI apoiou a leitura da obra de Maria Valtorta, assim como o Padre Pio. A Madre Teresa de Calcutá era uma leitora assídua dos seus escritos. A celebração dos 50 anos da morte de Maria Valtorta foi acompanhado por altas personalidades da Igreja.
Do ponto de vista histórico, os biblistas se surpreendem com como uma pessoa que não teve estudos possa ter um conhecimento tão detalhado.
O leitor desta narração fica preso, porque a obra o introduz nas cenas da vida de Jesus como um espectador presente. É uma narração extraordinária do ponto de vista teológico, histórico e científico. (Fonte: Aleteia)
O PASTOR UNIVERSAL E A CURA DE UM PARALÍTICO
Maria Valtorta viu e ouviu o que se segue por um milagre de Deus.
Jesus está no meio dos doentes ou dos peregrinos que vieram até Ele de muitos lugares da Palestina. Entre eles há também um navegante de Tiro, que um desastre no mar fez que ele ficasse paralítico, como ele mesmo conta: foi a queda de um fardo, que tombou por causa do balanceamento do navio. As mercadorias pesadas foram para cima dele, e o atingiram na espinha dorsal. Ele não morreu, mas está pior do que um morto, porque, tendo perdido tudo, quer que os parentes deixem de trabalhar para cuidarem dele. Diz ter ido com eles a Cafarnaum, depois a Nazaré, e ter ficado sabendo que o Senhor estava na Judéia, e podia ser encontrado em Jerusalém. Deu-me os nomes dos amigos que te poderiam hospedar. Fiquei sabendo que Tu não desprezas ninguém, nem mesmo os samaritanos. E espero que me atenderás. Eu tenho muita fé.
A mulher dele não fala. Mas, estando acocorada perto do pequeno colchão sobre o qual puseram o doente, fica olhando para Jesus com uns olhos que suplicam mais do que quaisquer palavras.
Em que ponto é que foste atingido?
Por baixo do pescoço. Foi nesse ponto que eu senti o choque mais forte e senti um barulho na cabeça, como o do bronze quando é percutido. Depois se transformou em um mugido contínuo, como o do mar na minha frente... Depois, não senti mais nada, durante muitos dias. Estávamos navegando nas águas de Cintium e eu me dei conta de que estava em minha casa, sem saber como. E tornei a ouvir o mugido na cabeça, a as luzes na vista, por muitos e muitos dias. Depois tudo passou... mas meus braços ficaram mortos, e as pernas também. Eu estava um homem acabado, aos quarenta anos. E tenho sete filhos Senhor.
Mulher, soergue o teu marido, e descobre o ponto em que ele foi atingido.
A mulher obedece, sem nada falar. Com movimentos bem ajeitados e maternais, ajudada pelos que vieram com ela, não sei se é seu irmão, ou cunhado, ela enfia um braço por baixo do ombro do esposo, enquanto com a outra mão, e com aquela delicadeza com que trataria um recém-nascido, ela levanta da pequena cama o pesado corpo. Uma cicatriz, ainda vermelha, mostra o ponto da ferida maior.
Jesus se inclina. Todos espicham o pescoço para olhar. Jesus apóia as pontas dos dedos na cicatriz, dizendo: “ Eu Quero.” O homem sente uma sacudida, como se tivesse sido tocado por uma corrente elétrica, e dá um grito: “ Que Fogo.”
Jesus tira os dedos de sobre as vértebras lesadas, e diz: “ Levanta-te.”
O homem não espera que Jesus o diga duas vezes. Apoia-se nos braços, que havia meses, estavam inertes sobre a pequena cama, sacode para ficar livre do que o prendia, joga as pernas para baixo da padiolinha e pôr-se de pé, tudo isso foi feito em muito menos tempo do que eu usei para descrever as fases do milagre.
A mulher grita, o parente grita, o homem curado levanta aos braços para o céu, emudecido de alegria. É só um instante de uma estonteante alegria, e depois ele dá meia volta sobre si mesmo, com a firmeza de um homem bem ágil, e se encontra frente a frente com Jesus. Aí ele adquire de novo a voz, e grita: “ Bendito és Tu, e quem te mandou! Eu creio no Deus de Israel e em Ti, seu Messias.” E se joga no chão, para beijar os pés de Jesus, em meio á gritaria do povo.
Em seguida, os outros milagres sobre as crianças pequenas, as mulheres e os velhos em geral. Depois Jesus fala.
Vistes o milagre dos ossos quebrados que se tornam inteiros de novo e de membros que se tornam vivos. Isto vos foi concedido pelo Senhor, poderdes ver para confirmar a fé naqueles que crêem, e suscitá-la naqueles que não a têm. E o milagre foi concedido a pessoas de todos os lugares, que vieram até aqui em busca de saúde, impelidas pela fé no meu poder de curar.
Aqui há judeus e galileus, libaneses e siro-fenícios, habitantes da longínqua Batanéia e das costas marítimas. E todos vieram sem se preocuparem com a estação, nem com o comprimento do percurso, e os parentes os acompanharam se murmurar, sem se lamentarem pelos trabalhos que eles deixaram interrompidos, e pelos negócios deixados por terminar. Porque todo sacrifício era nada em comparação com o que eles iam conseguir.
E, assim como caíram as idéias políticas ou religiosas, que antes formavam como que uma muralha, colocada para impedir que se considerassem todos irmãos, todos iguais no viver e no sofrer, no desejar e esperar saúde e conforto. E Eu, a todos os que souberam unir-se em uma esperança, que já é fé, concedi a saúde e o conforto. Porque é justo que assim seja.
Eu sou o Pastor Universal, e devo acolher a todas as ovelhas que querem entrar no meu rebanho. Eu não faço distinção entre as ovelhas sãs e as doentes, entre as fracas e as fortes, entre as que me conhecem, porque já são do rebanho de Deus, e as ovelhas que até agora não me conheciam e nem mesmo ao verdadeiro Deus. Porque Eu sou o Pastor da Humanidade, e recolho as minhas ovelhas de qualquer lugar onde estiverem, e se dirigirem á Mim. São ovelhas magras, sujas, maltratadas, ignorantes, feridas por pastores que não as amavam e as rejeitaram, dizendo que eram imundas. Mas não há imundície que não possa ser limpa. E não há imundície que, querendo ficar limpa, e pedindo para sê-lo, possa ser rejeitada com a desculpa de que está suja.
Os bons desejos são suscitados por Deus. Se Ele os suscita, é sinal de que deseja que se tornem realidade. É o próprio Espírito de Deus que pede com orações inefáveis essa absorção de todos os homens, que parte do amor, porque o Espírito de Deus deseja efudir-se e enriquecer-se e fundir-se amando um número ilimitado de seres, que são atraídos por Ele, pela doçura de seus perfumes. Por isso não é lícito a ninguém desprezar ou rejeitar a quem quer entrar no rebanho Santo.
Isto seja dito para aqueles entre vós gostam de cultivar nos corações as idéias de muitos em Israel, idéias de distinções e de julgamentos não amados por Deus, porque são contrários aos seus desígnios de fazer de todos os povos um só Povo que leve o Nome do Messias por Ele enviado.
Por enquanto, Eu falo também aqueles que vieram de fora, as ovelhas até agora selvagens, e que sentem o desejo de entrar no único rebanho do único Pastor. E digo: nada os faça desconfiar, nada os envileça. Não existe paganismo nem idolatria, nem vidas diferentes da que eu ensino, que não possam ser renegadas e rejeitadas, permitindo ao espírito poder refazer-se e tornar-se livre de todas as plantas más, para poder ficar apto, a fim de receber as novas sementes e revestir-se de novas fardas. E isso, mais ainda do que a saúde para os membros, é que deveria empurrar as pessoas para Mim.
Como, e sirva o que digo, tanto para os hebreus da Palestina, como para os hebreus e prosélitos e como para os gentios, como sabeis vir a Mim, para que seja tirado de vossas carnes doentes o jugo das enfermidades, assim, sabei vir, para que seja tirado do vosso espírito o jugo do pecado e do paganismo. Deveríeis todos pedir-me em primeiro lugar esta libertação, que é querer o Reino de Deus em vós como o primeiro milagre. Porque tendo esse Reino em vós, todas as outras coisas vos serão dadas, e dadas de tal modo, que o presente não fique pesado como um castigo na outra vida.
Não tendes ficado pensando nas intempéries, nas canseiras, nas perdas de dinheiro quando íeis atrás de saúde para os vossos membros que, mesmo estando hoje cansados, qualquer dia destes perecerão em uma morte física. Com a mesma disposição deveríeis saber enfrentar todas as dificuldades, para conseguirdes a saúde para o vosso espírito, e a vida eterna, com a posse do Reino de Deus.
Escárnios e ameaças dos parentes, ou dos concidadãos, ou das autoridades, que é que são, em comparação com aquilo que todos vós tendes, de qualquer lugar que tenhais vindo, se souberdes dirigir-vos para a Verdade e a Vida?
Quem é que deixaria de ir para um lugar, onde soubesse que está esperando uma vida feliz, para se entreter durante um dia com uma festa que dura só até o pôr do sol? No entanto muitos fazem assim. E, para se saciarem com uma fração de tempo, com as insípidas e inúteis alegrias do mundo, deixam de ir ao lugar onde achariam para sempre o verdadeiro alimento, a verdadeira saúde, a verdadeira alegria e sem ter o medo de vê-la ser-lhe tirada pelo ódio do inimigo.
No Reino de Deus não há ódio, nem guerra, nem injustiças. Quem entra nele não conhece mais a dor, a aflição, a violência, mas possui a alegria da paz que emana de meu Pai.
Eu me despeço de vós. Ide. Voltai ás vossas terras. Os meus discípulos já são numerosos, e estão espalhados por todas as regiões da Palestina. Escutai, se quereis conhecer a minha doutrina, e estar prontos para o dia da decisão, da qual dependerá a vida eterna de muitos. Eu vos dou a minha Paz, para que ela vá convosco.
E Jesus tendo abençoado o povo, volta para a casa...
(O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, pgs 241,242,243,244, Vol 8)
Fonte: www.provasdaexistenciadedeus.blogspot.com.br (do amigo Antonio Calciolari)
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