Falem-nos, senhores Cardeais, do Pecado Original e da Vida Eterna


15.10.2014 -

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Tem-se dito que o que falta no relatório preliminar do sínodo é a referência à lei natural.

Tem-se dito que o que falta é uma verdadeira referência ao pecado, que é assinalada apenas de modo acidental.

Com efeito. Porém o que falta antes de tudo é a referência ao pecado original. E ao seu corolário, ouso dizer, a vida eterna.

Se há um problema do lado da família e dos comportamentos sexuais e afetivos, isso é por causa do pecado original. Se não se começa afirmando que o homem está ferido pelo pecado original, particularmente quanto ao sexo e às relações em geral, não se pode dizer nada de sensato. Não se pode curar um doente se não se diagnosticar sua doença.

Do outro lado, a moral que propõe a Igreja, que é essencialmente a moral da lei natural (transfigurada pela graça do sacramento), não é de modo algum uma lista de proibições editada para contrariar as pessoas e impedi-las de serem felizes, mas sim, ao contrário, o mínimo vital que possibilite experimentar a vida eterna. Seria preciso proclamar isso também. A Igreja não é nem uma desmancha prazeres nem uma sádica, ela oferece as instruções para viver sobre essa terra de modo a se beneficiar da melhor forma da vida eterna. É absolutamente desconcertante que no relatório, um documento da Igreja católica, não tenha havido nenhuma abertura à vida eterna.

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Ora, além disso, a vida eterna começa sobre esta terra. Não se força alguém a obedecer de forma árdua a moral da Igreja na espera de ser recompensado na vida futura. Somos recompensados já a partir dessa vida, que já é uma participação na vida eterna pela graça e na oração.

Como vocês podem falar de “liberdade espiritual”, de “liberdade dos filhos de Deus”, enquanto vocês se submetem a mandamentos que limitam sua liberdade de modo drástico, ou mesmo a aniquilam?

Parece que até alguns cardeais tenham se tornado incapazes de dar a resposta, visto que eles buscam lamentáveis falsos subterfúgios. Todavia ela é simples. O drogado que é livre para se drogar é, de fato, escravo da droga. Quando ele se dá conta disso, e quando ele se dá conta de que essa “liberdade” o arrasta e o demole, ele toma as medidas para escapar da droga. É extremamente doloroso. Mas quando ele se desfaz do império da droga, ele se encontra liberto, ele se torna realmente livre, e feliz, ao passo que ele era infeliz quando ele acreditava nos “paraísos artificiais“. O mesmo se dá, mutatis mutandis, com todo pecado e com toda libertação do pecado. É por isso que a moral da Igreja não é uma lista de proibições sádicas, mas a receita da verdadeira liberdade e da verdadeira felicidade. Quem brota dessa na vida eterna.

Por favor, senhores cardeais, se os senhores ainda acreditam um pouco nisso, falem-nos do pecado original e da vida eterna.  Por Yves Daoudal

Fonte: http://catolicosribeiraopreto.com/  e   www.rainhamaria.com.br

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