A Nasa corre contra o relógio para rastrear asteróides


15.03.2007 - Reportagem da revista IstoÉ - de 14/03/2007

Em busca de cometas assassinos

A Nasa corre contra o relógio para construir um supertelescópio capaz
de rastrear asteróides que possam destruir a Terra.

Como quem procura uma agulha no palheiro, astrofísicos americanos arregaçaram as mangas para cumprir uma das suas mais difíceis missões: vasculhar o espaço sideral e catalogar pelo menos 90% dos cerca de 20 mil asteróides que possam se chocar com a Terra. A meta foi determinada por um relatório da Nasa, a agência espacial americana, divulgado na semana passada. Para executá-la, o Congresso terá de aprovar a liberação de uma verba de US$ 1 bilhão, dinheiro que será destinado exclusivamente à construção de um supertelescópio capaz de enxergar objetos celestes cujas rotas possam cruzar o nosso planeta.

Pelo menos um desses cometas assassinos já é conhecido. Batizado de Apophis (em grego significa “destruição”), o malfeitor sideral mede 270 metros de diâmetro e chegará próximo da órbita terrestre em 2036. Se ele se chocar, causará um impacto equivalente à explosão de 114 mil bombas atômicas, uma catástrofe semelhante à que ocorreu há 65 milhões de anos, quando um cometa se chocou contra a Terra levando os dinossauros à extinção.

O projeto é uma iniciativa pioneira e de extrema importância. Segundo estimativas do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, de cada dez cometas que viajam pelo espaço, só três têm suas trajetórias conhecidas. Além disso, diariamente a Terra é bombardeada por asteróides de pequena dimensão que se dissolvem ao penetrar na atmosfera. Por enquanto, a sorte está do lado terrestre. “Mas não sabemos até quando”, diz Simon Worden, diretor do Centro de Pesquisa da Nasa.

As observações iniciais, feitas com telescópios de menor potência, indicam que qualquer asteróide com mais de 140 metros de diâmetro representa uma ameaça em potencial. Mesmo que não atinjam a Terra, desintegrando-se ao entrar na atmosfera do planeta, esses bólidos poderiam provocar uma onda de choque suficiente para destruir um continente do tamanho da África. O problema é que as lentes dos aparelhos atuais não conseguem captar a movimentação da maioria dos asteróides nos confins do Universo. “É por isso que a maioria desses astros ainda representa perigo”, diz Worden.

Com os recursos tecnológicos de que dispõe, a Nasa já rastreou 769 objetos, todos com diâmetro maior que um quilômetro. Os técnicos chegaram à conclusão de que apenas um é perigoso, o Apophis, descoberto pelas lentes dos telescópios em 2004. As chances de que ele se choque contra a Terra são de uma em 45 mil. Para os leigos essa matemática pode ser traduzida como probabilidade zero, mas para os astrônomos é o suficiente para fazer soar as sirenes de alerta.

Há três anos, o Apophis é o cometa assassino mais vigiado pelo físico da Nasa Edward Lu. Foi ele quem desenvolveu um projeto para evitar o seu impacto. Lu quer colocar uma nave de mais de 20 toneladas entre a rota do cometa e a Terra para, com a força gravitacional da espaçonave, desviar o gigante. A missão teria um custo aproximado de US$ 300 milhões. “Sabemos o que fazer. Só não temos o dinheiro”, diz Worden.

Os congressistas americanos encomendaram à Nasa um sistema de
rastreamento de todos os asteróides destruidores e já estava prevista a liberação de pelo menos US$ 1 bilhão para a construção do super telescópio. De novo os políticos esperam que os técnicos enxuguem gorduras orçamentárias para desengavetarem de vez o programa. O problema é que, para realizar um trabalho eficiente, não há como economizar na compra de um espelho (peça responsável pelo alcance da “visão do telescópio) com menos de 2,4 metros de diâmetro. “Quanto maior essa medida, mais longe ele enxerga”, diz Worden. Para se ter uma idéia desse alcance, o novo aparelho poderia identificar pequenos objetos em movimento em regiões limítrofes de nossa galáxia, onde estão os últimos dos planetas. Sem isso, a humanidade continuará jogando com a sorte, correndo o risco de ter o mesmo fim dos dinossauros.

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Diz na Sagrada Escritura:

"O terceiro anjo tocou a trombeta. Caiu então do céu um astro enorme, ardendo como um facho. Precipitou-se sobre a terça parte dos rios e nas fontes de água. O nome do astro é Absinto. E se converteu em absinto a terça parte das águas. Muitos homens morreram das águas que se tornaram amargas. O quarto anjo tocou a trombeta. Foi ferida então a terça parte do sol, da lua e das estrelas, de sorte que escureceram em um terço. O dia e a noite perderam uma terça parte de seu brilho.
O quinto anjo tocou a trombeta. Vi uma estrela que caíra do céu sobre a terra. Foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Abriu o poço e do poço subiu uma fumaça como a fumaça de um grande forno. O sol e o ar escureceram por causa da fumaça do poço." (Livro do Apocalipse – São João)

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