12.07.2014 - O nível do Sistema Alto Tietê de represas começou o mês de julho com 25,7% de sua capacidade. O volume representa uma queda de 37,3% em relação ao mesmo período de 2014. Na quinta-feira (10) o sistema continuava a tendência negativa e marcava 24,1%. “Pelo ritmo de 5% de consumo do volume útil a cada 30 dias, acredito que em cerca de seis meses o Alto Tietê também terá o volume quase zerado. O que mais me preocupa é o ano que vem. Em 2015, de onde vamos tirar a água?”, questiona Roberta Baptista Rodrigues, doutora em recursos hídricos pela USP e professora de Engenharia Ambiental.
Em dezembro de 2013, o Sistema Alto Tietê foi acionado para auxiliar o Sistema Cantareira, que está utilizando seu volume morto. Desde maio, o Alto Tietê vem perdendo por mês cerca de 5% de sua capacidade. Em 1º de maio, o sistema registrava 35,8% de volume. Um mês depois a situação era de 30,8%. Julho começou com 25,7%.
Para Roberta, diante da estiagem, medidas deveriam ter sido tomadas mais cedo. “No segundo semestre de 2013, como o nível já estava baixo no Sistema Cantareira, eles deveriam ter entrado com uma politica de racionamento bem forte. Mas o que vem ocorrendo é um racionamento velado nas regiões periféricas. Deveria ter ocorrido a oficialização do racionamento no segundo semestre de 2013. Assim, haveria uma economia de água e favoreceria a educação das pessoas”, afirma.
Represa de Ponte Nova, em Salesópolis, já exibe pedras em seu leito.
“Hoje você vê os postos de gasolina lavando os carros com mangueira e deveria ter tido uma politica nesse sentido. Baixar uma proibição de lavagem de carros assim, por exemplo. Tudo para preservar o volume útil”, afirma.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) diz que “o Sistema AltoTietê opera dentro das expectativas da companhia” e que “não há restrições de consumo em qualquer um dos 365 municípios operados pela companhia no Estado de São Paulo”. Atualmente, o Alto Tietê produz cerca de 14,5 mil l/s de água e abastece aproximadamente 4,5 milhões de pessoas.
A companhia também afirma que desde o final do ano passado tem tomado diversas medidas para garantir a segurança no abastecimento.
As principais são a transferência de vazões dos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga para atender áreas que são abastecidas pelo Cantareira; criação de bônus para clientes abastecidos pelo Sistema Cantareira – que ao reduzirem o consumo em 20% ganham 30% de desconto na conta de água – e sua ampliação para 31 municípios da região metropolitana, além de 12 cidades da região bragantina e da região metropolitana de Campinas. Segundo a Sabesp, houve adesão de 91% da população ao bônus.
Roberta Rodrigues conta que usar o volume morto do sistema Cantareira não é o ideal. “O primeiro lugar é a qualidade da água. Temos um tratamento secundário, que não remove as partículas que estão dissolvidas e água do volume morto pode conter produtos tóxicos”. A Sabesp afirma atestar a qualidade da água do volume morto, “que segue todos os padrões do Ministério da Saúde”.
O engenheiro civil e sanitarista José Roberto Kachel do Santos concorda com a gravidade da situação do Alto Tietê. “À medida que a estiagem avança, o subsolo seca cada vez mais. A vazão que chega nos reservatórios é cada vez menor. Temos cerca de 120 dias para zerar o sistema”, afirma. Kachel trabalhou por 34 anos na Sabesp, dez deles diretamente com o Sistema Alto Tietê.
“O volume do Alto Tietê está caindo 0,2% ao dia, isso significa 1 milhão de metros cúbicos diários. Entre o final de outubro e o início de novembro ele vai estar acabando”, alerta.
Nem mesmo a chuva que caiu no Alto Tietê nesta semana anima Kachel. Segundo medição da Sabesp, de terça-feira (8) até quinta-feira (11) as represas do Sistema Alto Tietê receberam um volume de chuva que, somado, chega a 7,6mm. "Mesmo que chova agora não vai fazer diferença. Vai no máximo manter a situação como está, mas não vai melhorar", explica o engenheiro.
Fonte: G1
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Por Dilson Kutscher
A maior seca acontece no coração dos homens e reflete nas fontes de água da Terra.
Diz na Sagrada Escritura:
"O quarto derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado queimar os homens com o fogo. E os homens foram queimados por grande calor, e amaldiçoaram o nome de Deus, que pode desencadear esses flagelos; e não quiseram arrepender-se e dar-lhe glória". (Ap 16, 8 -9)
"Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro animal clamar: Vem! E vi aparecer um cavalo preto. Seu cavaleiro tinha uma balança na mão. Ouvi então como que uma voz clamar no meio dos quatro Animais: Uma medida de trigo por um denário, e três medidas de cevada por um denário; mas não danifiques o azeite e o vinho!" (Apocalipse 6, 5-6)
"Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz". (Apocalipse 12, 2)
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