16.05.2014 -
É o pecado dos pecados, a mais repugnante das coisas que Deus reprova neste mundo enfermo.
No entanto, quão pouco entendemos de sua odiosidade excessiva! É a poluição da verdade de Deus, o que é a pior de todas as impurezas.
Porém, como somos quase indiferentes a ela! Nós a fitamos e permanecemos calmos. Encostamos nela e não trememos. Misturamo-nos com seus fautores e não temos medo.
Nós a vemos tocar as coisas santas e não percebemos o sacrilégio. Inalamos seu odor e não mostramos qualquer sinal de detestação ou desgosto.
Alguns de nós afetamos ter sua amizade; e alguns até buscam atenuar as culpas dela.
Nós não amamos a Deus o bastante para termos raiva pela glória d'Ele. Não amamos os homens o bastante para sermos caridosamente sinceros pelas almas deles.
Tendo perdido o tato, o paladar, a visão e todos os sentidos das coisas celestiais, somos capazes de armar tenda no meio dessa praga odienta, em tranqüilidade imperturbável, reconciliados com sua repulsividade, e não sem declarações em que nos gabamos de admiração liberal, talvez até com uma demonstração solícita de simpatias tolerantes [por seus fautores].
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