19.03.2014 -
Qual a missão especial de José com relação a Maria?
Consistiu ela sobretudo em preservar a virgindade e a honra de Maria, contraindo com a futura Mãe de Deus um verdadeiro matrimônio, mas absolutamente santo. Conforme relata o Evangelho de São Mateus (1, 20): “O anjo do Senhor, que apareceu em sonho a José lhe diz: “José, filho de Daví, não temas receber Maria como tua esposa, pois o que nela se gerou é obra do Espírito Santo”. Maria é perfeitamente sua esposa. Trata-se de um matrimônio verdadeiro (cf. Santo Tomás, III, q. 29, a. 2), mas inteiramente celeste e que devia ter fecundidade inteiramente divina. A plenitude inicial de graça dada à Virgem em vista da maternidade divina fazia apelo em certo sentido ao mistério da Encarnação. Conforme diz Bossuet: “A virgindade de Maria atraiu Jesus do céu… Se sua pureza a tornou fecunda, não hesitarei, no entanto, em afirmar que José teve sua parte nesse grande milagre. Pois tal pureza angélica, apanágio da divina Maria, foi também o desvelo do justo José”.
Era a união sem mácula e inteiramente respeitosa com a criatura mais perfeita que jamais existira, em ambiente extremamente simples, qual o de um pobre artesão de aldeia. Assim, José se aproximou mais intimamente do que qualquer outro santo daquela que é a Mãe de Deus, daquela que é também a Mãe espiritual de todos os homens e dele próprio José, daquela que é Co-Redentora, Mediadora universal, dispensadora de todas as graças. Por todos esses títulos José amou Maria com o mais puro e devotado amor; era de certo um amor teologal, porquanto ele amava a Virgem em Deus e por Deus, por toda a glória que ela dava a Deus. A beleza de todo o universo nada era em face da sublime união dessas duas almas, união criada pelo Altíssimo, que encantava os anjos e ao próprio Senhor enchia de júbilo.
Qual foi a missão excepcional de José perante o Senhor?
Em verdade, o Verbo de Deus feito carne foi confiado a ele, José, de preferência a qualquer outro justo dentre os homens de todas as gerações. O santo velho Simeão teve o menino Jesus em seus braços por alguns instantes e viu nele a salvação dos povos ― “lumen ad revelationem gentium” ― mas José velou todas as horas, noite e dia, sobre a infância de Nosso Senhor. Muitas vezes teve em suas mãos aquele em quem via seu Criador e Salvador. Recebeu dele graças sobre graças durante os vários anos em que viveu com ele na maior intimidade do dia-a-dia. Viu-o crescer. Contribuiu para sua educação humana. Jesus lhe foi submisso. É comumente chamado de “pai nutrício do Salvador”; porém em certo sentido foi mais que isso, pois como nota Santo Tomás é acidentalmente que após o casamento um homem se vem a tornar “pai nutrício” ou “pai adotivo”, enquanto que não foi absolutamente de forma acidental que José ficou encarregado de zelar por Jesus. Ele foi criado e posto no mundo precisamente para tal fim. Esta foi a sua predestinação. Foi em vista de tal missão divina que a Providência lhe concedeu todas as graças recebidas desde a infância: graça de piedade profunda, de virgindade, de prudência, de fidelidade perfeita. Sobretudo, nos desígnios eternos de Deus, toda a razão de ser da união de José com Maria era a proteção e a educação do Salvador; Deus lhe deu um coração de pai para velar pelo menino Jesus. Esta é a missão principal de José, em vista da qual ele recebeu uma santidade proporcionada a seu papel no mistério da Encarnação, mistério que domina a ordem da graça e cujas perspectivas são infinitas.
Padre Reginald Garrigou-Lagrange
Fonte: http://fratresinunum.com
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Artigo do Padre José do Vale: Glorioso São Jose
“Eis que o Anjo do Senhor manifestou-se a ele em sonho, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1, 20.21).
No decorrer da História Eclesiástica, a Igreja foi reconhecendo a santidade e a fidelidade de São José, até que o Santo Padre Pio IX em 1870, no Concílio Ecumênico Vaticano I, o proclamou Patrono da Igreja Universal. O Papa Pio II proclamou São José “Patrono dos operários e do mundo do trabalho”.
São José, esposo castíssimo de Nossa Senhora. Modelo de esposo e de pai.
São José, advogados dos lares cristãos, declarado pelo Papa Leão XIII.
O dia 19 de março, a Santa Madre Igreja celebra solenemente a santidade do seu Patrono. São muitos os testemunhos sobre esse santo homem justo e piedoso, pai nutrício de Jesus. Com experiência Santa Teresa d´Ávila, através dos seus escritos, demonstra uma forte devoção particular a ele, ao registrar que, todas as vezes em que recorreu á sua intercessão, ela nunca ficou sem resposta.
A grande mística e doutora da Igreja Santa Teresa dizia: “Quem não achar mestre que lhe ensine a orar, tome São José por mestre e não errará o caminho”.
José é o pai de Jesus (Mt 1,24), agiu como o guardião de Jesus, e providenciou sustento para Jesus e para Maria, sua esposa. É por causa dessa paternidade legal de José, filho de Davi, que a profecia do Antigo Testamento, que dizia que o Messias viria da linhagem de Davi (2 Sm 7,9-16), foi cumprida.
E a fé de José, também, é outro aspecto digno de nota, pois ela estava além de uma habilidade natural sua. Torna-se pai adotivo de um filho concebido no ventre de uma Virgem, não era para qualquer homem. Teria que ser um homem muito especial. José foi este homem; com humildade, sobmeteu, totalmente, sua razão e sua vontade á Deus. Ele aceitou as orientações do anjo enviado pelo Senhor e tomou Maria como sua esposa ( Mt 1,20-24), e, por isso, seu exemplo “é para todos nós um forte convite a desempenhar com fidelidade, simplicidade e humildade, atarefa que a Providência nos destinou” ( Ângelus, 19/03/06, Papa Bento XVI).
Na Sagrada Escritura estão as principais referências a São José, e outras mais foram sendo acrescentadas ao longo dos anos. A Tradição nos conta que José morreu nos braços de Nosso Senhor e de Nossa Senhora, e, por isso, se tornou o patrono da boa morte. Como São José é fidelíssimo e como na sua ladainha ele é chamada de “Alívio dos miseráveis”, na hora da nossa morte podemos confiar na graça de Cristo e nele, pois ele não deixará as nossas almas sejam tomadas pelo medo e aflição.
A sua figura é a sua missão o Papa João Paulo II dedicou à exortação apostólica Redemptoris custos (O protetor do Redentor), publicado a 15 de agosto de 1989. Relembra o documento como os cristãos, desde os primeiros séculos, dedicaram a este santo uma particular devoção, pois “assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho à educação de Jesus Cristo assim também guarda e protege o seu Corpo Místico, a Igreja” (nº1).
Toda a vida do glorioso São José passou-se no silêncio, na humildade, no trabalho e na proteção da Sagrada Família.
O Glorioso São José é o santo da profunda espiritualidade do silêncio.
Não consta na Bíblia o registro de suas palavras.
São José é o agente secreto do bom Deus. Tudo foi realizado corretamente na graça e na sabedoria do silêncio.
Não resta dúvida, São José é um grande mestre da excelência da vida. Ensina-nos retidão e a perfeição do bom viver.
“Se amais São José, imitai-lhe as virtudes”, diz Santo Ambrósio de Milão.
O grande homem de Deus, fundador da Congregação dos Redentoristas, bispo e doutor da Igreja, Santo Afonso de Ligório disse de forma magistral: “A verdadeira sabedoria é a sabedoria dos Santos: Saber amar a Jesus Cristo”.
ORAÇÃO
Ò Deus que nos destes São José, como exemplo de fé viva, concedei-nos imitar seus exemplos nesta vida, para vos contemplarmos na eternidade. Por Cristo Nosso Senhor, Amém!
Pe. Inácio José do Vale
Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo
Professor de Historia da Igreja
Faculdade de Teologia de Volta Redonda
Email: [email protected]
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