Jornalista e escritor revela nomes anti-católicos que odeiam o cristianismo
22.02,2007 - MADRI - O jornalista e escritor Vittorio Messori denunciou que a Organização Mundial da Saúde (OMS), certos setores da maçonaria, associações homossexuais, multinacionais farmacêuticas e potentes organizações ecologistas constituem "lobbys" anti-católicos que " odeiam o cristianismo por nostalgia do paganismo". Em uma entrevista ao jornal italiano La Stampa e traduzida ao espanhol por La Razón, o articulista italiano assegura, em sintonia com o Papa Bento XVI, que "a ação destes influentes grupos de pressão não se dirige só para o matrimônio e a família da perspectiva da fé, mas sim contra todo o complexo ético e moral da Igreja".
Depois de descrevê-los como círculos liberais radicais "do politicamente correto", Messori afirmou que fala "por exemplo, da OMS em temas de contracepção, aborto, diagnóstico pré-natal para eliminar os fetos com má formações; também de algumas siglas importantes do meio ambiente que quereriam libertar do Evangelho para recuperar nostalgias pagãs ou certos setores da maçonaria que, sobre tudo nos países latinos e sob influências francesas e espanholas, são hostis à moral católica".
Estes "'lobbys' aos que se refere o Papa" são também as "grandes organizações de homossexuais, muitas de matriz anglo-saxônica. Os gays, como todas as minorias, freqüentemente brigam no seio de suas comunidades, mas especialmente nos EUA superam suas desavenças na aversão virtualmente unânime da ética 'papista'".
"Depois continua está à colossal indústria farmacêutica, o negócio mais rentável da economia global, que obtém lucros formidáveis da produção de pílulas anticoncepcionais, preservativos e outros fármacos e instrumentos que contradizem com os fatos as indicações da Igreja".
Zapatero: caricatura do "eticamente correto"
O jornalista católico adverte na entrevista sobre os grupos de pressão políticos que atacam à família, "sobre tudo certos influentes setores do Partido Socialista Europeu, esse grupo euro-parlamentar que não aceitou o católico Rocco Buttiglione como delegado só porque não ocultou que é fiel; os mesmos que não quiseram mencionar as raízes cristãs no texto da Constituição Européia".
A respeito, e após qualificar o Presidente espanhol José Luis Rodríguez Zapatero de "cabeça quase caricata do 'eticamente correto' que impera em Bruxelas", de "um radicalismo de massas que vê na Igreja seu inimigo jurado", Messori assegura que o "ódio para com o cristianismo" destes grupos explica seu "desejo de fechar um parêntese evangélico que durou vinte séculos".
O problema está em casa
O conhecido apologista católico não só reconhece e agradece de uma perspectiva providencial os ataques frontais que sofre a Igreja de fora mas sim lamenta as dificuldades em seu interior: "Às vezes tenho a impressão de que o Papa é um chefe sem tropas", expressa.
"Hoje assistimos a uma espécie de cisma submerso dos fiéis que, sem manifestá-lo publicamente, não obedecem em privado às normas morais da Igreja. São os que, se os perguntas, dizem-se católicos, inclusive vão a Missa, mas não seguem as normas sobre ética sexual e familiar. Do uso dos métodos contraceptivos à aceitação do divórcio, à convivência, a homossexualidade ou inclusive o aborto".
Finalmente, o jornalista critica a incoerência entre doutrina e praxe dos políticos que se postulam a si mesmos como defensores a "até a morte" da Igreja e a família. Como amostra disso menciona os líderes italianos da CdL (a coalizão italiana de centro direita) contrários às novas leis de casais de fato (DICO). "Estão todos, mas absolutamente todos, em uma situação familiar que para a Igreja é irregular", assinala.
Fonte: ACI
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"Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!" Mateus 7,21-23
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Dom Eugênio esclarece sobre a maçonaria
VOZ DO PASTOR - Mensagem do Cardeal D. Eugênio de Araújo Sales
Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro
Fonte www.arquidiocese.org.br/paginas/textosales.htm
Sobre a Maçonaria Desde o Papa Clemente XII, com a Constituição Apostólica In eminenti, de 28 de abril de 1738 até nossos dias, a Igreja tem proibido aos fiéis a adesão à Maçonaria ou associações maçônicas. Após o Concílio Vaticano II, houve quem levantasse a possibilidade de o católico, conservando a sua identidade, ingressar na Maçonaria. Igualmente, se questionou a qual entidade se aplicava o interdito, pois há várias correntes: se à anglo-saxônica ou à franco-maçonaria, a atéia e a deísta, anti-clerical ou de tendência católica. Para superar essa interrogação, o Documento da Congregação para a Doutrina da Fé, com data de 26 de novembro de 1983, e que trata da atitude oficial da Igreja frente à Maçonaria, utiliza a expressão associações maçônicas, sem distinguir uma das outras. É vedado a todos nós, eclesiásticos ou leigos, ingressar nessa organização e quem o fizer, está em estado de pecado grave e não pode aproximar-se da Sagrada Comunhão. Entretanto, quem a elas se associar de boa fé e ignorando penalidades, não pecou gravemente. Permanecer após tomar conhecimento da posição da Igreja, seria formalizar o ato de desobediência em matéria grave.
A Congregação, no mesmo Documento de 26 de novembro de 1983, declara que não compete às autoridades eclesiásticas locais (Conferência Episcopal, Bispos, párocos, sacerdotes, religiosos) pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas, com um juízo que implique derrogação do quanto acima estabelecido. O texto faz referência à Declaração de 17 de fevereiro de 1981, que reservava à Sé Apostólica qualquer pronunciamento que implicasse em derrogação da lei canônica em vigor. Tratava-se do cânon 2335 do Código de Direito Canônico de 1917, que previa excomunhão ipso facto a quem ingressasse na Maçonaria. Reconhecer uma incompatibilidade doutrinária não implica fomentar um clima de hostilidade.
Preservar a própria identidade e defendê-la, não significa incentivar atritos. Aliás, somente o respeito à Verdade facilita a paz e a busca da concórdia entre os indivíduos. O novo Código de Direito Canônico assim se expressa: Quem se inscreve em alguma associação que conspira contra a Igreja, seja punido com justa pena; e quem promove ou dirige uma dessas associações, seja punido com interdito (cânon 1374). No dia seguinte à entrada em vigor do novo Código, isto é, 26 de novembro, é publicada a citada Declaração com a aprovação do Santo Padre.
Diz o Documento que a Maçonaria não vem expressamente citada por um critério redacional e acrescenta: Permanece, portanto, inalterado o parecer negativo da Igreja, a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a Doutrina da Igreja e, por isso, permanece proibida a inscrição nelas. Em 1997, a Livraria do Vaticano editou uma obra intitulada A Maçonaria nas disposições do Código de Direito Canônico de 1917 e de 1983, de autoria de Zbigniew Suchecki. O sucesso levou à tradução para o italiano de outro livro do mesmo autor. Eu fazia parte da Comissão do novo Código, na parte final da elaboração. Recordo-me bem. Houve uma emenda para fazer permanecer, de modo explícito, a condenação à Maçonaria, como foi obtido para o aborto, com excomunhão latae sententiae.
A votação, no caso do abortamento, alcançou os dois terços requeridos e foi incluído o termo. No que se refere à Maçonaria, houve maioria em favor da explicitação da mesma associação, mas não com o índice requerido. Nos debates prévios foi alegado não ser necessário, pois o texto já continha uma proibição implícita. Dom Boaventura Kloppenburg, em sua obra Igreja e Maçonaria: conciliação possível? recentemente reeditado em 4ª edição pela Vozes, trata profusamente deste assunto, no capítulo Dos princípios do liberalismo religioso à maçonaria brasileira. E no capítulo XI, O Maçom perante a Igreja católica As razões da condenação da Maçonaria Frontal oposição de doutrinas. Outra obra recém-publicada pela Editora Santuário é Maçonaria e Igreja católica, de Dom João Evangelista Martins Terra. Permanecendo a proibição no ensinamento da Igreja, houve nesse período pós-conciliar uma profunda modificação no relacionamento entre pessoas, entre católicos e maçons. Embora permanecendo separadas, existe um clima de respeito mútuo que permite um diálogo.
O exemplo foi o aparecimento de reuniões entre católicos e maçons para estudo como o de uma Comissão das Grandes Lojas reunidas da Alemanha e a Conferência Episcopal Alemã, de 1974 a 1980. A Declaração final do Episcopado alemão evidencia a incompatibilidade, pois a maçonaria não mudou em sua essência.
A pesquisa acurada sobre rituais e os fundamentos dessa instituição demonstra a existência de doutrinas que se excluem. Entre as causas dessa separação, enumera: a ideologia dos maçons, o conceito de Verdade, de Religião, de Deus, a Revelação, sobre a tolerância, os ritos, a perfeição do homem e a espiritualidade. De outro lado, a realidade alemã vê a possibilidade de colaboração pastoral na área da Justiça Social e Direitos Humanos. O fato de existirem eclesiásticos na maçonaria prova que há falhas na disciplina. São dadas explicações, não justificativas, baseadas em situações históricas, como no caso da Independência do Brasil. Dom Boaventura Kloppenburg, em sua obra examina o assunto e o reduz a dimensões reais O respeito mútuo e a fidelidade aos ensinamentos da Igreja nos possibilitam uma convivência pacífica com os irmãos maçons.
(Mensagem do Cardeal D. Eugênio de Araújo Sales Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro).