Achava que tsunami só acontecia na Ásia, relata morador de Itaoca SP, devastada por Temporal


15.01.2014 -

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"A gente achava que tsunami só acontecia na Ásia, mas veja isso", dizia nesta terça-feira (14) o aposentado Teodoro Vergílio de Almeda, 74, com barro até o joelho, na porta da casa da filha, no bairro Lageado, a três quilômetros do centro de Itaoca, no Alto Ribeira, a 344 km de São Paulo. Ao redor deles, móveis, colchões, roupas e utensílios se misturavam a montes de troncos, galhos e pedras sobre o que antes era uma rJá a lavadeira Maria Aparecida Mota, 60, acordou com uma onda invadindo o quarto e levantando a cama. "Gritei para as minhas filhas, vamos pra fora." Ela se lembra que saiu com água quase no pescoço e viu o sobrinho Fernando ser atingido no peito por um tronco. Ele puxava o pai, Diocleciano, e a irmã Valquiria, pelos braços para fora da correnteza quando foi atingido.

"Ouvi barulho de pedras batendo, árvores quebrando e a luz apagou. Quando saí para ver meu carro, vi só o capô brilhar no escuro, no meio do redemoinho", contou Jean Carlos dos Santos, 28, morador de Sumaré que passava uns dias com a família na cidade. Quando amanheceu, ele achou o carro a 300 metros, sobre uma pilha de troncos. "Graças a Deus a casa não foi atingida."

Já a lavadeira Maria Aparecida Mota, 60, acordou com uma onda invadindo o quarto e levantando a cama. "Gritei para as minhas filhas, vamos pra fora." Ela se lembra que saiu com água quase no pescoço e viu o sobrinho Fernando ser atingido no peito por um tronco. Ele puxava o pai, Diocleciano, e a irmã Valquiria, pelos braços para fora da correnteza quando foi atingido.

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"O pau deu no peito e ele afundou, mas conseguiu se recuperar, só que não alcançou mais os dois." O corpo de Valquíria era velado nesta terça na Câmara Municipal, mas o de Dió, como a família chamava o pai, ainda não tinha sido achado. "Fernando foi medicado, mas está como se tivesse morrido também", conta a mulher.

Na tragédia de Itaoca, não houve tempo para velório coletivo. Os corpos eram velados e enterrados à medida que iam sendo achados entre os montes de entulhos deixados pela torrente. No cemitério municipal, as covas eram abertas na terra e recebiam uma plaquinha em papel sulfite só com o primeiro nome do falecido. O coveiro Maurício Rosa Rodrigues, 56, ganhou o reforço de dois ajudantes. "Em 20 anos, nunca vi tanta morte junta", contou. "Já têm sete sepultados. Ali enterrei a mulher e a filha, Silvana, junto com a mãe. A cova vazia é para o marido dela que ainda não foi achado."  UOL noticias.

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