31.10.2013 - Vimos em artigo precedente que regular o comportamento humano pela sensibilidade equivale recusar a inteligência que iluminada pela fé pode conhecer verdades superiores como as reveladas pelo próprio Deus. Eis a razão pela qual Caim foi censurado, pois foi lhe dito que possuía as rédeas nas mãos para dominar os seus instintos animais.
Lastreado em ensinamentos do Papa Pio IX, tratamos ainda do bom entendimento entre a inteligência e a fé, além de das relações entre ciência e religião, concluindo que a ciência não pode dominar nem prescrever o que se deve crer e aceitar em matéria religiosa.
Acenamos ainda para a teoria modernista ao afirmar que a contínua transformação de tudo obriga a Igreja a se adaptar à realidade dos fatos do tempo, não podendo condenar seus erros e vícios, procedimento este que vem causando enorme prejuízo à grei de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Hoje, encontramo-nos rodeados do permissivismo mais desbragado em nome da teoria “é proibido proibir” que baliza todos os campos do pensamento e da ação do homem. Com efeito, não se condena mais nada, pois não há distinção entre verdade e erro, bem e mal, belo e feio quer nos ambientes quer nos costumes.
Os erros condenados outrora por muitos Papas extravasaram dos limites temporais e de há muito atingiram a sociedade espiritual, com sua nova concepção sobre sacramentos, culto, exegese, pastoral, pois tudo deve ser feito segundo os impulsos internos das pessoas.
São Pio X ensina que os inimigos da revelação divina ao exaltar o progresso humano, visam introduzir na religião católica um aperfeiçoamento puramente humano, pois julgam que a revelação não é perfeita e, por isso, está sujeita ao progresso contínuo da razão.
O Concílio Vaticano I afirmou que a doutrina da fé revelada por Deus não é sujeita à razão humana para ser aperfeiçoada, mas é um depósito confiado à Igreja que a guarda com fidelidade e a propõe com infalibilidade.
Em recente advertência, aliás muito oportuna, o cardeal Raymond Leo Burke, Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, numa entrevista ao periódico mensal “Catholic Servant” dos Estados Unidos nos orienta: “Não combatemos adequadamente os erros modernos, porque não nos foi ensinada a fé católica, sobretudo na profundidade necessária para enfrentarmos os graves males do nosso tempo. Uma falência da catequese, seja a catequese (…) realizada nos últimos 50 anos”.
Ainda sobre a moleza dos católicos em combater o erro, o cardeal afirma que a exaltação da virtude da tolerância falsamente concebida conduz a tolerar ações imorais, a ponto de parecer que apoiamos a moral equivocada. A tolerância é uma virtude, mas a principal que é a caridade. E caridade é falar a verdade, especialmente a verdade sobre a vida humana.
E acrescenta que devemos condenar estas ações, “pois estão em desacordo com a própria natureza, como Deus a criou.” É preciso dizer, nota o cardeal, um basta “ao falso sentido de diálogo que se infiltrou também na Igreja. Não é mais possível reconhecer publicamente aqueles que apoiam violações abertas à lei moral, nem render a eles quaisquer tipos de honras. Isto é um escândalo, uma contradição, um erro”.
Por Padre David Francisquini
Pe. David Francisquini é sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria – Cardoso Moreira-RJ
Enviado pelo amigo Benê Godoi - www.rainhamaria.com.br
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