18.10.2013 -
Adicionado ao www.rainhamaria.com.br em 01.09.2010 -
“Por muitos anos (…) que ainda tenhas de viver, há de chegar um dia, e nesse dia uma hora, que te será a última. Tanto para mim, que escrevo, como para ti, que lês este livro, está decretado o dia, o instante, em que nem eu poderei mais escrever nem tu ler. (…) Está proferida a sentença. Nunca existiu homem tão néscio que se julgasse isento da morte. O que sucedeu a teus antepassados, também sucederá a ti. De quantas pessoas, que, no princípio do século passado, viviam em tua pátria, nenhuma existe com vida. Até os príncipes e monarcas deixarão este mundo. Não subsistirá deles mais que um mausoléu de mármore com inscrição pomposa que somente serve para nos patentear que dos grandes deste mundo só resta um pouco de pó resguardado por aquelas lajes. São Bernardo pergunta: ‘Dize-me: onde estão os amadores do mundo? E responde: Nada deles resta, senão cinzas e vermes’.”
- Santo Afonso de Ligório
Preparação para a morte, edição em PDF, p. 36
Cinzas e vermes. O homem está preocupado em ajuntar tesouros nesse mundo. Conquista terras e bens materiais. Sujeita outros homens a seus desejos mesquinhos, maltrata seus empregados, desfruta de todos os prazeres carnais e, no fim de sua vida, não pode escapar da terrível realidade da morte. A morte põe fim à sua vida de prazeres e, agora, esse mesmo homem está diante de Deus, para prestar-Lhe contas. Estava tão obcecado pelos bens perecíveis desse mundo que se esqueceu de preparar seu lugar na eternidade. Para onde vai esse homem?
Assim como tantos outros, será certamente lançado no inferno. “Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, e vós serdes lançados para fora” (Lc 13, 28). O Verbo Divino se fez carne e anunciou aos homens a boa nova da salvação. Somos predestinados e a graça é irresistível ou nós somos capazes, por nós mesmos, de entrar no Reino dos céus? Nem Jansênio, nem Pelágio. A salvação é fruto da colaboração entre a graça divina e a liberdade humana. Se o homem aceita a Deus, isso é obra de Sua graça. E se a graça de Deus o homem aceita, é porque esse abriu a Ele, pelo exercício da liberdade, as portas de seu coração. Se, pelo exercício de sua liberdade, o homem ignora a voz do Altíssimo e se obstina no erro, se lança às trevas exteriores, se condena, se afasta d’Aquele que é fonte de toda Bondade, de toda Verdade, de todo Amor.
E para sempre. Uma ofensa cometida contra um Deus eterno merece castigo eterno. E pelo pecado nos tornamos merecedores do inferno. Quão tola é a atitude daqueles que, ignorando que devem morrer, se esquecem de pôr em prática os meios para fugir das ocasiões de pecado! O inferno… é a eternidade longe de Deus. A eternidade! Não é nem um dia nem mil anos: é viver a imortalidade condenado ao fogo que não se apaga. Oh, se pelo menos fosse exterminada a alma daquele se condena. Mas, não! A alma está ali, padecendo sem morrer, sofrendo os mais terríveis tormentos…
O alerta de Cristo a todos nós hoje é fundamental: “Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam” (Mt 6, 20). Ajuntai tesouros no Céu! Ajuntar tesouros na terra é inútil. Tudo o que temos aqui vamos deixar. O nosso corpo é entregue às traças, aos vermes; se torna cinzas. A nossa alma, porém… Como devemos lutar para estar em estado de amizade com Deus! Só assim poderemos verdadeiramente nos salvar, só assim poderemos verdadeiramente ser felizes, esperando viver a eternidade ao lado do Altíssimo, louvando Sua Bondade para sempre.
Pensemos nisso. E mudemos de vida. Hoje. Porque, amanhã, o amanhã pode não chegar.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima! (por Everth Queiroz Oliveira)
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com
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Santo Afonso de Ligório: E se hoje for o último dia?
“Ninguém ignora que deve morrer; mas o mal está em que muitos veem a morte a tamanha distância que a perdem de vista. Mesmo os anciãos mais decrépitos e as pessoas mais enfermas não deixam de alimentar a ilusão de que hão de viver mais três ou quatro anos. Eu, porém, digo o contrário: Devemos considerar quantas mortes repentinas vemos em nossos dias. Uns morrem caminhando, outros sentados, outros dormindo em seu leito. É certo que nenhum deles julgava morrer tão subitamente, no dia em que morreu. Afirmo, ademais, que de quantos no decorrer deste ano morreram em sua própria cama, e não de repente, nenhum deles imaginava que devia acabar sua vida neste ano. São poucas as mortes que não chegam inesperadas.”
“Assim, pois, cristão, quando o demônio te provoca a pecar, pretextando que amanhã confessarás, dize-lhe: Quem sabe se não será hoje o último dia da minha vida? Se esta hora, se este momento, em que me apartasse de Deus, fosse o último para mim, de modo que já não restasse tempo para reparar a falta, que seria de mim na eternidade? Quantos pobres pecadores tiveram a infelicidade de ser surpreendidos pela morte ao recrearem-se com manjares intoxicados e foram precipitados no inferno? “Assim como os peixes caem no anzol, assim são colhidos os homens pela morte num momento ruim”. (Ecl 9, 12). O momento ruim é exatamente aquele em que o pecador ofende a Deus.”
“Diz o demônio que tal desgraça não nos há de suceder; mas é preciso responder-lhe: E se suceder, que será de mim por toda a eternidade?”
- Santo Afonso de Ligório
Preparação para a morte, consideração V, ponto
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