Estranha coincidência: Em 1998, o escritor Morris West, profetizou um Papa Argentino


23.07.2013 -

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Morris West descreve que, no início do terceiro milênio, a morte do Papa e abertura do processo sucessório no Vatinano obrigam a Igreja a refletir sobre seu passado e a redefinir seus rumos.

E a obra é a história de um jesuíta argentino que foi acusado de haver abandonado irmãos nas mãos da ditadura militar quando, em realidade, ele era a vítima. No final da profética obra, o religioso é eleito Papa.

Em 1998, o escritor australiano Morris West (autor do célebre "O Advogado do Diabo", não confundir com o filme de mesmo nome, não tem nada a ver) lançou o seu último romance chamado "A Eminência". West faleceu no ano seguinte.

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Eis a sinopse: às vésperas do terceiro milênio, a morte do papa e a abertura do processo sucessório no Vaticano obrigam a Igreja a refletir sobre seu passado e a redefinir seus rumos.

Em meio a essa situação de crise e mudança, destaca-se a figura do cardeal argentino Luca Rossini.  É um homem que fora torturado pelos militares em seu país, no entanto, pesava sobre ele uma injustiça - a de que havia abandonado irmãos nas mãos dos ditadores.

Na Argentina, as mães da Praça de Maio querem levar ao tribunal um cardeal que estava ligado ao desaparecimento e morte de cidadãos durante o governo ditatorial.

O Cardeal Rossini trabalha no caso e se envolve tanto que precisa deixar o país, acaba se instalando no Vaticano e pouco a pouco se converte num dos mais próximos do papa doente, que vem a falecer.

Notem algumas semelhanças com o atual papa Francisco.

Só que no final do romance (desculpem contar o final), o cardeal Rossini é indicado para o papado, mas não aceita o cargo e cede seu lugar a um cardeal de Milão. Observem que nesse último conclave, um dos mais "papabili" era justamente um arcebispo milanês.

"A Eminência" é uma obra cheia de amor, paixão, ternura, intriga, tensão e drama. É capaz de ela ser reeditada. O filme do ano passado do italiano Gianni Moretti voltou agora aos cinemas, o "Habemus Papam", que versa sobre um cardeal que recusa o trono de Pedro.

Uma vez, Morris West escreveu um romance chamado "Os Fantoches de Deus", onde um papa também havia renunciado.

No seu "O Milagre de Lázaro", um pontífice sofre um atentado. João Paulo II também sofreu um atentado.  Logo mais falarei um pouco sobre este romance.

Em 1963, Morris West publicou "As Sandálias do Pescador", que virou filme em 1968, com o mesmo título, sendo que ele mesmo fez o roteiro. Anthony Quinn é o protagonista. Atuam também outros atores famosos como Laurence Olivier, Vittorio De Sica, David Jansen, John Gilgud e Oskar Werner

Eis a sinopse do filme. Um bispo russo (no livro, ele é ucraniano) chamado Kiril Pavlovich Lakota é prisioneiro político na Sibéria.

Após vinte anos, recebe a liberdade graças a um acordo do premiê russo com o Vaticano. A Rússia vive um momento de crise internacional, na iminência de uma invasão da China cuja enorme população encontra-se faminta e desesperada. Essa invasão pode arrastar os dois países e os Estados Unidos ao que seria uma nova guerra mundial.

Como parte do acordo, Kiril deixa a Rússia e vai para Roma, onde é nomeado cardeal pelo papa Pio XIII (nome fictício).

Pouco tempo depois, o pontífice morre e os cardeais se reúnem no conclave. O russo ganha a confiança de seus pares e acaba sendo aclamado papa, adotando o nome de Kiril I.

Empossado no cargo, ele, sem demora, parte para tentar mediar a crise entre a Rússia e a China. No final do filme, o discurso que ele faz no balcão lembra um pouco palavras que o papa Francisco tem proferido.

Um papa russo?! Que coincidência com João Paulo II, não?! Só que Karol Wojityla  era polonês. Mas, também esteve preso anteriormente. Vejam a semelhança dos nomes: Kiril, Karol.

Consultando o google, descobri que West se inspirou num cardeal ucraniano para compor o protagonista. Coincidentemente, esse mesmo cardeal fora reabilitado por Nikita Krushev, tendo sido libertado do Gulag em 1963, ( ano da publicação do romance), após pressão do papa João XXIII e do presidente John Kennedy.

Ele foi a Roma para participar do Concílio Vaticano II.

Outra coincidência - João XXIII morreu no dia 3 de junho de 1963, dia da publicação do livro.

Kiril I era amigo dos pobres como João XXIII e homem do diálogo como Paulo VI. E talvez agora como o Papa Francisco.

Kiril, vemos isso no romance inteiro, tendo conhecido o sofrimento, luta para minimizar o sofrimento de seus fiéis.

Eis a sinopse de "O Milagre de Lázaro": O Papa Leão é um homem muito rígido, implacável, de repente fica seriamente enfermo e precisa ser submetido a uma cirurgia delicada. Quando volta a si começa a sentir amor pelas pessoas, a ver o mundo sob um novo prisma.

Vejam um trecho de seu diário: "(...) Comecei a compreender que as pessoas precisam de nós, seus pastores, e o que eu, que sou o Pastor acima de todos, neguei com tanto rigor. Não precisam de mais leis, mais proibições, mais advertências. As pessoas agem mais normalmente e mais moralmente pelas razões do coração. Já têm impressas a Marca de Deus. Precisam de um clima de amor e compreensão, em que possam crescer em toda a sua promessa".

Outro trecho: "(...) Nesta família (a nova igreja), portanto, não deve haver pergunta que seja proibida de se formular, nenhum debate que seja proibido de se manter, com amor e respeito, porque ao final todos nos curvamos sob a mão estendida do mesmo Senhor que ordenou que os mares revoltos se acalmassem, e eles se acalmaram. (...) Não somos uma igreja de fortaleza. Somos uma Igreja de Testemunho. O que fazemos e o que dizemos deve ser na luz".

"(...) Pretendo começar (a reforma) pela Congregação para a doutrina da Fé, cuja incumbência elevada e sagrada é manter puro o ensinamento que nos foi transmitido desde os tempos apostólicos. (...) Sou obrigado a concluir que está maculada de uma forma irremediável por sua própria história. Ainda é encarada como uma inquisição, como um instrumento de repressão, como um tribunal de denúncia dentro da Igreja. Seus procedimentos são considerados furtivos, e alguns são fundamentalmente injustos. Enquanto essa imagem persistir, a Congregação causa mais mal do que bem".

Acredito que West tenha se baseado um pouco na vida de João XXIII parar criar esse personagem (bem como o personagem de Kiril I), digo isto pelo fato de que aquele pontífice também ter se preocupado em empreender reformas na Igreja, como foi o Concílio Vaticano II.

Será que essa parte de "O Milagre de Lázaro", onde vemos o diário do papa, é  profético também? Será que o papa Francisco tem também planos de fazer grandes reformas na Igreja? Isso só o tempo dirá.

Mas, quantas coincidências, não?

Estranhas coincidências!

Fonte: Democrata Digital

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