Artigo do Padre José do Vale: Os Jovens e a Educação da Fé


01.06.2013 - “O dado relevante na Coréia do Sul é o poder de uma cultura que valoriza a educação”.

Wendy Jopp - Criadora do Sistema -  Revolucionário de Educação - Teach for América - O Ensina (1)

         Em 1953, a Coréia do Sul sai da guerra 30 vezes mais pobre do que a Nigéria, hoje ela é 40 vezes mais rica do que a Nigéria.
         Qual é o segredo dessa prosperidade? A cultura da educação.
         O grande sábio chinês Confúcio disse: “O Governo ideal é aquele que assegura o bem-estar de todas as pessoas pela virtude e educação”. “O ideal confucianiano de cavalheiro era um homem virtuoso, que se dedicava ao estudo, e acima de tudo, sabia a maneira apropriada de se comportar dentro da família e da sociedade” (2).
         A história mostra que nações e indivíduos que tomaram posse da “Arte da Educação” foram e continuam sendo vitoriosos e no comando do bem-estar do seu povo.
         A sabedoria advinda da tradição cultural da educação é o tesouro da nação e do cidadão. O conhecimento foi e sempre será a mina de ouro dos que buscam prosperidade para si e para o bem do próximo.
         A presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), a intelectual Karine Pansa afirma: “Um povo mais culto cuida melhor de sua saúde, valoriza o ensino, repudia a violência, a discriminação e a intolerância, trabalha melhor, tem mais consciência ambiental e compromisso com a nação e o civismo” (3).

VIOLÊNCIA CONTRA OS JOVENS

         “A falta de investimento na juventude tem impacto econômico e social. Nos jovens com menos educação, há maior incidência de gravidez, na adolescência, maiores índices de violência, pior inserção no mercado de trabalho, além dos impactos na consolidação de padrões desiguais no tecido social brasileiro”.

 Dr. Flávio Comim  - Economista e professor na -  Universidade de Cambridge, - Reino Unido. Consultor da Unesco no Brasil (4)
                                                                                                      
         Os homicídios cresceram 259% entre 1980 e 2010. No mesmo período, a taxa de mortes entre crianças e adolescentes até 19 anos subiu 346,4% e os assassinatos de mulheres aumentaram 230%. O “Mapa da Violência 2012 – A Cor dos Homicídios”, divulgado há poucos dias pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, mostra que morrem vítimas de homicídios 132,3% mais negros do que brancos. “O desrespeito aos direitos humanos está presente no País, faz parte do histórico de escravidão, pobreza e desigualdade social. Não temos conflitos, mas há uma situação de guerra”, diz Maurício Santoro, assessor de Direitos Humanos da ONG Anistia Internacional no Brasil.
         “É uma pandemia estrutural, difícil de erradicar”, avalia o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pela série de estudos “Mapa da Violência”.
         O Relatório dos Fundos das Nações Unidas para a Infância (Unicef) informa que 38% dos adolescentes do Brasil vivem em situação de pobreza e são o grupo etário mais vulnerável ao desemprego, à violência e até à degradação ambiental. O documento informa que 81 mil adolescentes brasileiros de 15 a 19 anos foram assassinados entre 1998 e 2008. Segundo o texto, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de homicídios de jovens (5).

CONVERSÕES DE ADOLESCENTES

“Basta-me saber que sois jovens, para que vos ame profundamente”.

   São João Bosco  -  Pai e Mestre da Juventude

         São 7 bilhões de habitantes em nosso planeta. 43% das pessoas do planeta têm menos de 25 anos.
         O pesquisador e pastor José Bernardo tomou conhecimento de uma proposta, feita com base em pesquisas nos Estados Unidos, que indicava a faixa de 4 a 14 anos como a que detinha em torno de 85% das conversões naquele país. Intrigado, supus que a realidade seria um pouco diferente no Brasil. Assim, a partir do final do ano 2000, começamos a fazer a pesquisa que utilizamos internamente até 2008. A partir de 2009 publicamos o relatório sob o título “SUPER 20”.
         Descobrimos que a janela no Brasil é mais larga: 77% das conversões dos crentes que estão em nossas igrejas aconteceram na faixa de 4 a 24 anos de idade. Também é mais alta: o principal grupo de idades nessa faixa privilegiada de conversão é o dos adolescentes, com 42,28%. Os adolescentes compõem o grupo que mais se converteu e também influenciou significativamente as pessoas da mesma idade. Pastor José Bernardo é escritor e fundador da Missão AMME Evangelizar (6).
       Daí a grande importância que devemos lidar com os adolescentes e jovens. Investir pesadamente em projetos que alcancem toda dimensão desses dois grupos.

CONCLUSÃO

         Todas as instituições, principalmente as igrejas cristãs, devem prestar com urgência serviços em prol dos jovens. Impregnar a cultura da educação da doutrina cristã. O pensamento do Evangelho de Cristo é a mais alta pedagogia para os valores humanos.
         O conhecimento do Reino de Deus é o mais abissal saber para dignidade humana. A liderança eclesiástica tem que investir pesado em todo mecanismo de conhecimento para cultura sapiencial dos jovens no contexto social, político, econômico e doutrinal da fé cristã.
         O fundamental é a importância que se deve dar aos jovens na formação de uma consciência evangélica como forma de revolucionar a sociedade. A educação da fé é fator de libertação e salvação.
         Ter espaço confortável para formação e usar tais ferramentas: A Bíblia, o Catecismo, Youcat, a vida dos santos, teatro, bons livros sobre a doutrina da fé católica e para conhecer de fato e de verdades as maravilhas da Santa Missa.
         A busca pelo conhecimento da doutrina cristã, é a busca pela espiritualidade, pela comunhão ecumênica, pela graça do amor de Deus e pela Salvação das almas.
Levar o conhecimento social, bíblico e teológico aos jovens é a missão mais importante dos tempos atuais. Dentro desse contexto é consolidar o futuro vitorioso dos jovens.

Pe. Inácio José do Vale
Professor de História da Igreja
Instituto de Teologia Bento XVI
Sociólogo em Ciência da Religião
Pesquisador do CAEEC (Área Pós-Graduação)

Notas:

(1) Veja, 01/05/2013, p. 23.

(2) Grandes Ícones do Conhecimento-Filosofia. O Pensamento Oriental, nº 04, p. 42.

(3) O Globo, 21/04/2013, p. 19.

(4) O Globo, 16/09/2012, p. 31.

(5) O Globo - O País, 26/02/2011, p. 13.

(6) Povos, nº 16, p. 5.

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