Propaganda do PT lembra os tempos da União Soviética do ditador Stalin


22.02.2013 - (Será apenas uma mera coincidência?)

PT adota estética stalinista em propaganda de 10 anos no governo federal.

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Capa do panfleto que exalta as realizações de Lula e Dilma traz os requisitos estéticos do realismo socialista, adotado na então União Soviética na década de 1930.

O PT, por meio do publicitário João Santana, recorreu ao estilo conhecido como realismo socialista, a estética artística oficial adotada pela União Soviética do ditador Joseph Stalin, no material de divulgação do ato que celebra os 10 anos do partido à frente do governo federal. O mesmo material traz uma frase do ex-presidente dos EUA Abraham Lincoln.

A capa do panfleto com o texto principal do evento é composta por um desenho com os rostos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff em tamanho maior, fundidos como se fossem um só. Ao fundo uma bandeira do Brasil ladeada por um conjunto de casas populares, à direita, e uma grande cidade à esquerda.

Em primeiro plano, aparecem em tamanho menor, abaixo das imagens de Lula e Dilma, uma família pobre, um grupo de militantes do PT com camisas e bandeiras vermelhas e um trabalhador vestindo uniforme e capacete.

O desenho atende todos os requisitos estéticos do realismo socialista, segundo definições acadêmicas. Lula e Dilma surgem em imagens idealizadas como heróis nacionais coroados pela bandeira do Brasil. A família pobre, o trabalhador e os militantes petistas são apresentados também de forma idealizada, sorridentes e fisicamente vigorosos, numa representação de força e saúde.

Segundo fontes petistas, a família significa projetos sociais como o Bolsa Família e o conjunto de casas populares representa o programa Minha Casa Minha Vida.

O realismo socialista foi adotado oficialmente pela União Soviética na década de 1930 como padrão estético para artes visuais, teatro e literatura e vigorou até meados da década de 1960. Seu principal objetivo era propagandear os feitos e personagens do governo.

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O conceito de uma arte “proletária e progressista realista na forma e socialista no conteúdo” foi elaborado por Andrej Zdanov, braço direito de Stalin para assuntos de cultura.

A ideia fundamental era passar mensagens claras e simples. O padrão gráfico, também usado no panfleto do PT, pressupunha letras grandes e textos curtos para facilitar a compreensão do povo, na maior parte semianalfabeto.

Artisticamente, o realismo socialista suplantou o movimento chamado Vanguarda Russa, responsável por grande parte do material de propaganda oficial nos primeiros anos do regime comunista, e foi alvo de críticas de importantes artistas comunistas como o pintor espanhol Pablo Picasso.

Com a intensificação da polarização política e o início da Guerra Fria, o realismo socialista foi exportado para os países comunistas do Leste Europeu, China, Oriente Médio e passou a ser associado a regimes autoritários nacionalistas ou de esquerda.

No livro "A Revolução Traída", Leon Trotski classifica o realismo socialista como "uma espécie de campo de concentração das letras". "A arte da época stalinista entrará na história como a expressão mais espetacular do profundo declínio da revolução proletária", disse Trotski, então exilado no México fugido da ditadura stalinista. O poeta surrealista francês Andre Breton, também comunista, escreveu em 1937, sobre o realismo socialista, que considerava "errônea a concepção do realismo socialista que pretende impor ao artista, excluindo-se qualquer outra, a pintura da miséria proletária".

A vertente comunista conhecida como stalinismo, marcada pelo centralismo decisório, é o berço ideológico e político de várias lideranças petistas mas foi abandonada nos anos 1980, quando o PT surgiu com o objetivo de implantar no Brasil um modelo socialista com amplo respeito à democracia.

O contraponto à estética do realismo socialista é a frase “do povo, pelo povo, para o povo”, que também aparece na capa do panfleto petista. O trecho foi extraído do célebre Discurso de Gettysburg, feito por Abraham Lincoln em 1863, no final da Guerra da Secessão, considerado até hoje uma das mais concisas definições da democracia moderna. “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo”.

Segundo o PT, o material foi elaborado pelo publicitário João Santana. Pessoas próximas ao núcleo dirigente do PT notaram que Santana já havia usado estética semelhante em algumas peças da campanha de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo, no ano passado. Santana não foi encontrado para comentar o assunto.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br

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