05.02.2013 - Uma entrevista concedida pelo pastor Silas Malafaia à jornalista Marília Gabriela foi ao ar na noite do último domingo (3), no SBT. O vídeo completo do programa já está disponível na Internet.
Após a exibição da entrevista, houve muito bafafá nas redes sociais. E, como não poderia de deixar de ser, o pastor evangélico foi alvo de inúmeras críticas.
Mas elas não são exclusivas dos sindicalistas gays, ou dos simpatizantes da causa. Não. A briga nas redes sociais também é uma iniciativa de quem acha que o Cristianismo é restaurante self-service. Funciona assim: os cristãos deveriam pegar a fé em Jesus, o amor que Ele pregou e as coisas bonitas que ensinou, mas, ao mesmo tempo, deixar de lado as coisas que incomodam, como o inferno, a condenação do pecado, e os incessantes apelos feitos à conversão. Jesus falou do amor? Copia e cola. Falou do demônio? Exclui. A proposta dessas pessoas – que se dizem precursores da tolerância, da justiça, da “nova humanidade” – é fazer um novo Evangelho: o Evangelho do don’t worry, be happy, em que ninguém é obrigado a fazer nada, em que o amor não custa nenhum sacrifício, em que o pecado é só uma invenção da Igreja “para manipular as pessoas”, em que o inferno é apenas uma metáfora, em que as condenações da prática homossexual são coisas restritas ao Israel do Antigo Testamento.
Existe algo de pervertido em toda essa estratégia para criar uma nova religião: o Cristianismo é visto como um corpo de leis e códigos, como uma listinha cheia de podes e não podes… Mas o Cristianismo não é isso! Se nossos batizados buscassem ler as obras de Bento XVI com o mesmo entusiasmo que buscam festas e outros divertimentos, já teriam entendido que, mais importante que aquilo que cremos, é Aquele em que cremos. Ser cristão é encontrar-se com uma Pessoa, com Alguém que se fez carne para nos salvar. Ser cristão é crer que o próprio Deus, vendo o abismo que separava o homem de Si, e sabendo que, por nós mesmos, não seríamos capazes de chegar a Ele… veio ao nosso encontro, humilhou-se até a morte, por amor. Porque Ele nos criou, nos amou, e deu Sua vida por nós, nós buscamos corresponder a este amor, servindo-O e seguindo Seus ensinamentos.
Para ser cristão, ninguém é obrigado a gostar de Malafaia, ou a simpatizar com o padre de sua paróquia. Estamos obrigados – isto sim! – a amar a Cristo, e abraçar a Verdade que Ele ensinou. E isto não admite mutilações fajutas. Não admite distorções baratas. Jesus Cristo amou a humanidade até as últimas consequências, e nem por isso – melhor dizendo, justamente por isso! – deixou de falar da hipocrisia farisaica de seus contemporâneos, do terrível mal do pecado ou das penas eternas do inferno. Sentiu compaixão de Zaqueu, o cobrador de impostos, da mulher adúltera, e de Dimas, o ladrão crucificado. Mas nunca foi conivente com a corrupção, com a impureza, ou com o furto. Da mesma forma, seus discípulos são chamados a amar a todos, sem jamais demonstrar cumplicidade com as obras das trevas, o que seria criminoso.
“Que o meu [deus], que eu não sei se é o mesmo seu, te perdoe”, disse Marília Gabriela para Silas Malafaia, no final do programa. Sua frase é reveladora. É um sintoma da doença da qual falamos. No cristianismo self-service, deixamos de adorar ao Deus da Bíblia, a Jesus Cristo, e criamos um deus moldado aos nossos caprichos, aos nossos gostos. O cristianismo self-service se disfarça de moderno, de pop, mas, na verdade, é uma máscara nova para um pecado bem antigo. O seu nome é idolatria.
Por Everth Queiroz Oliveira - Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/
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