Apucarana, a polêmica do casamento e Missa Tridentina


02.02.2013 - Recentemente, a diocese de Apucarana, no Paraná, foi palco de uma polêmica: o bispo da região, Dom Celso Marchiori, decidira proibir músicas seculares e a conhecida entrada dos padrinhos durante as cerimônias de casamentos. Vários sites de notícias reportaram o fato, comumente com declarações de promotores de eventos e de noivos “rasgando as vestes”: “vejam, que coisa mais reacionária…!”, “estão mexendo com os sonhos das pessoas…!”, “essas regras restringem o sonho de muitos noivos e noivas…” etc.

Não, não se trata de “mexer” com o sonho de ninguém; trata-se de impedir que os supostos “sonhos” de algumas pessoas desrespeitem a igreja – que não é boate, nem palco de desfiles, mas casa de Deus – e a riquíssima cerimônia em que se celebra o Sacramento do Matrimônio. Os Santos já esgotaram palavras exaltando e enaltecendo a sua dignidade e beleza intrínsecas. Para fazer um belo casamento, mais importante que músicas, procissões adicionais ou roupas exuberantes, é que o casal – e a assembleia – esteja centrado em nosso Senhor. As medidas tomadas por Dom Celso Marchiori têm esta finalidade: trazer à luz aquilo que é a essência do Matrimônio, tal como é concebido e ensinado pela Igreja, deixando de lado o que poderíamos chamar de acidentes (seja no sentido dado pela filosofia, seja no significado negativo que traz no diálogo cotidiano).

Provavelmente, todo mundo já assistiu a algum acidente, um episódio bem infeliz, durante uma cerimônia de Matrimônio. Com certeza, é um sintoma de como nossa geração tem pouca reverência e consideração com o sagrado, de como até para falar de religião temos recorrido ao secular, ao profano. Para coibir o que Dom Celso Marchiori chamou de “espetacularização” da Liturgia, é de suma importância que os fiéis tomem consciência da grandeza do que acontece diante do altar, quando dois filhos de Deus dão seu consentimento e decidem se entregar um ao outro, por toda a vida. Daí a importância da catequese, mas também da ação pastoral dos bispos e sacerdotes. Não eles a lidar todos os dias com o santo altar, com a Sagrada Liturgia? Pois, devem ser também eles os primeiros a pedir o respeito devido para com as coisas de Deus.

O fato de isto ser feito em consonância com os ensinamentos da Igreja – que foi o que aconteceu em Apucarana – deixa os Seus inimigos de cabelo em pé. E não só os inimigos externos, como também (e principalmente) os de dentro – muito mais perigosos, diga-se de passagem.

Quando o assunto é o Summorum Pontificum, então, estes não poupam todo o seu vocabulário de ódio e desprezo pela Fé e pela Liturgia. “Ai, não podemos ficar presos ao passado”, “ai, o padre de costas para o povo…”, “ai, o latim…”, “ai, a sociedade patriarcal…”, “ai, o povo que também é sacerdote…”: o festival de blá-blá-blás é conhecido. É como se o Concílio Vaticano II tivesse “reinventado a religião”; como se os séculos de Missa Tridentina fossem apenas um prelúdio do messias Bugnini que viria, dos áureos tempos pós-conciliares, dos iluminados do nosso tempo…

Um aviso a estes idólatras da modernidade: a Igreja tem dois mil anos de história. Não nasceu ontem, não nasceu há 50 anos. É patético como agem esses teólogos e clérigos que se consideram “arautos da modernidade”: patrulham um bispo que valoriza a gloriosa e imemorial tradição da Igreja (que coisa terrível, de onde já se viu?), mas não se preocupam – alguns até aplaudem – com tantos mitrados vendidos ao Partido dos Trabalhadores e à esquerda antidemocrática – e anticlerical.

Deixem, senhores “teólogos da corte”, os legítimos e bons sucessores dos Apóstolos em paz. Continuem com o trabalho porco de defesa do PT do Mensalão, mas deixem a Igreja e os bons católicos fazer seu trabalho de salvação.

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Repito aqui o pedido do Fratres in Unum: enviem sua mensagem de apoio a Dom Celso Marchiori, pelos e-mails [email protected] e [email protected]. A ortodoxia e o zelo pela Liturgia também dependem de nossa atitude.

Por Everth Queiroz Oliveira                 http://beinbetter.wordpress.com

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