23.12.2012 -
Artigo de 20.12.2010 -
“É por ele que recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de podermos trazer à obediência da fé todos os povos pagãos, para a glória de seu nome” (Rm 1, 5), diz São Paulo na Liturgia deste domingo. Trazer à obediência da fé os povos pagãos sinaliza aqui uma necessidade: conversão. Contemplamos, na oração do Rosário, o terceiro mistério luminoso pensando justamente no anúncio do Reino de Deus. Cristo se faz carne, habita entre nós, para trazer de volta à vida aqueles que residiam nos vales da morte, aqueles que estavam na enfermidade do pecado. Com efeito, Ele veio para os enfermos, aos que urgia a necessidade de acolhimento.
E os Apóstolos entenderam isto. Tanto bem entenderam que escreveram cartas às primeiras comunidades cristãs manifestando justamente esta necessidade da saída do paganismo politeísta para a luz do Evangelho cristão. É observando o belo testemunho de coragem dos primeiros bispos da Igreja que deploramos com todas as nossas forças um mal-entendido ecumenismo que sacrifica as verdades da nossa fé e supervaloriza culturas cujos princípios estão muitas vezes em radical contradição com as palavras de Cristo. Quando Jesus nos pedia que fôssemos obedientes e humildes, quando nos mandava servir ao próximo, não queria dizer que deveríamos nos prostrar diante de ideologiazinhas enganosas e estapafúrdias. A mentira é filha de Satanás e é nosso dever denunciar as obras das trevas.
Trazer as pessoas ao Cristianismo… é um trabalho árduo, deve-se dizer. Mas, é preciso que nos convençamos de que só vamos conseguir isso quando praticarmos de verdade aquilo que nos pede Jesus Cristo. Porque de que valem palavras sem exemplos? Ora, foi justamente a misericórdia dos cristãos, a capacidade que eles tinham em perdoar, em amar até mesmo os inimigos – coisa considerada absurda até então – que conquistou os pagãos. Um cristão que não ama, que não perdoa, que não honra a Deus servindo ao seu próximo, essa pessoa é um antro de perdição, pois, intitulando-se cristã, escandaliza os mais fracos e desorienta os já obstinados no pecado.
O chamado de Cristo para nós é que sejamos verdadeiros exemplos, “a fim de podermos trazer à obediência da fé todos os povos pagãos, para a glória de seu nome”.
Mas, quem são os pagãos de hoje? Com efeito, o paganismo moderno se reveste de vários modelos que a priori parecem sedutores ao homem. Começando pela radical negação de Deus e até mesmo de qualquer benefício advindo da religião, os pagãos podem até mesmo disfarçar-se de cristãos para tentar derrubar a fé dos que crêem. Aludimos, de uma maneira especial, àqueles que negam qualquer forma de manifestação do Sobrenatural no cotidiano do homem. O nascimento de Cristo é justamente essa intervenção de Deus na história. A mãe de Jesus, Maria Santíssima, “ficou grávida pela ação do Espírito Santo” (Mt 1, 18). Contrariando o costume – que é a concepção através da fecundação de um óvulo por um espermatozóide -, temos diante de nós uma Virgem grávida. Que acontecimento estupendo! E que estupidez tremenda a distorção que muitos hoje fazem do Evangelho, alegando “reinterpretar” a Palavra de Deus aos tempos modernos, como se a concepção de Jesus já não fosse, naquele tempo, um escândalo.
Ora, por que negar a possibilidade de milagres, se nós mesmos sabemos que nosso conhecimento da ordem natural é imperfeito? Como podemos ter tanta certeza de que vai sempre ser daquele jeito, se a experiência passada não confirma necessariamente eventos futuros? Graças à sabedoria dos homens que creram, o Cristianismo foi sendo espalhado pelo mundo inteiro; graças à fé de pessoas fascinadas pela história do filho de carpinteiro que foi crucificado para remir os pecados dos homens, hoje, a mensagem do Natal pode ser anunciada aos quatro cantos do mundo.
Pois bem, o Natal se aproxima. Será que já convidamos para a nossa festa Aquele que festeja Sua natividade? Quando nos reunirmos com nossas famílias, na noite desta bela festa cristã, não nos esqueçamos de chamar para cear conosco o menino Jesus, que se fez carne para salvar-nos a cada um de nós. Convidemos também Sua Mãe, Maria, para que nos ensine a dizer sempre “sim” às palavras do Cordeiro.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Cristão-cristão e cristão-pagão
28.08.2009 - Às vezes fico a pensar como tem cristão que é cristão e como tem cristão que é pagão.
Cristão-cristão sabe que o Batismo é a fonte da graça santificante, isto é, a graça que nos é dada por Deus para que sejamos santos, graça a ser vivida a vida inteira.
Cristão-pagão considera o Batismo um evento social meio chato, com um monte de menino chorando e correndo pelo meio das mesas nas quais os adultos comem e bebem.
Cristão-cristão sabe que existe um só Deus, Uno e Trino, cujo Filho deu a vida no lugar da nossa e que e Seu Sacrifício de amor é a única fonte da salvação de todos os homens.
Cristão-pagão acha que todos os deuses são o mesmo Deus dos cristãos, que, no final, tanto faz Buda, Alá, Krishna, Energia Cósmica, tudo dá na mesma.
Cristão-cristão sabe que só existe uma Igreja Católica, fundada por Jesus Cristo em Pentecostes, vinda dos Apóstolos e que nela temos a verdade e, por ela, a salvação de toda a humanidade.
Cristão-pagão crê que nem precisa de Igreja para salvar-se, que pode até ter uma fé pessoal, um deus só seu, sem fazer parte de nenhuma comunidade eclesial.
Cristão-cristão sabe que a Igreja é o corpo de Cristo, isso é, que ele e todos os batizados formam, juntos, o Corpo Místico de Jesus, que tem a missão de continuar Sua missão de salvação sobre a terra.
Cristão-pagão pensa que a Igreja é dispensável, que ser cristão se reduz a ir à missa aos domingos, aos casamentos e missas de sétimo dia.
Cristão-cristão sabe que não basta ir à Igreja aos domingos ou fazer parte de uma comunidade. Sabe que daí brota – e aí é alimentado - o amor que o leva a desejar amar sempre mais, dar-se sempre mais e de todas as formas a Cristo e seus irmãos.
Cristão-pagão crê que a Igreja e os sacramentos (confissão, Eucaristia, Crisma) são desnecessários, que basta amar e fazer o bem para agradar a Deus. Esquece-se que a única fonte de amor é Deus e sem Ele não se tem como amar.
Cristão-cristão sabe que a felicidade consiste em amar a Deus acima de todas as coisas e amar o irmão como Jesus o amou, isto é, dando toda a vida sem restrições, sem nada reter para si.
Cristão-pagão acha que ser feliz é não ter nenhum problema, preocupação ou perturbação.
Cristão-cristão sabe que o sofrimento contém em si um sentido misterioso e sobrenatural que lhe foi impresso pela cruz de Cristo. Por isso, mesmo sofrendo é feliz.
Cristão-pagão faz qualquer coisa para se ver livre do sofrimento: troca de igreja, vai a cartomante, a macumba, usa cristais, faz massagens esotéricas, qualquer coisa, desde que não sofra mais. Nem pensa em dar sentido ao sofrimento.
Cristão-cristão, quando passa aperto financeiro, sabe que Deus aproveitará esta oportunidade para fazê-lo viver unido à pobreza de Cristo e da Sagrada Família. Continua trabalhando, ou buscando trabalho, e confia na providência do Pai.
Cristão-pagão, quando passa aperto financeiro, diz que Deus se esqueceu dele e que não vê como ele tem sido bom, como tem ajudado aos pobres, como tem até pago o tributo da Igreja. Considera Deus ingrato e começa a jogar na loteria ou a se desesperar, preocupado com o dia de amanhã.
Cristão-cristão pensa mais nos outros que em si. Vive para fazer os outros felizes.
Cristão-pagão pensa mais em si que nos outros. Vive para que os outros o façam feliz.
Cristão-cristão encontra a liberdade ao entregar-se a Deus, confiar Nele e obedecer ao Evangelho.
Cristão-pagão encontra a escravidão ao entregar-se ao possuir, ao poder, ao prazer e confiar em si mesmo e esperar de si a felicidade.
Cristão-cristão sabe que é chamado a ser diferente, que nem toda moda lhe convém, nem toda diversão o ajuda a crescer na graça, nem todo programa de TV ou leitura o levam para mais perto de Deus e, assim, em coerência com sua fé, simplesmente os evita.
Cristão-pagão considera tudo isso besteira, pieguice, caretice e acha que pode fazer de tudo, que o negócio é curtir, que programas e leituras não influenciam os valores de ninguém e, assim, acabam por afastar-se cada vez mais de Deus e do Evangelho.
Cristão-cristão cultiva a castidade e sabe que amar é doar-se.
Cristão-pagão não conhece o valor da pureza e acha que amar é transar.
Cristão-cristão, enfim, pensa como Cristo e vê o valor, a beleza e a riqueza do caminho estreito que leva à felicidade do amor.
Cristão-pagão, enfim, pensa como o mundo e se deixa atrair pelo caminho largo que leva à infelicidade do egoísmo.
Um é cristão e, coerentemente, pensa e age como o Cristo que ama. Outro, é cristão e, incoerente, pensa e age como os outros, como o mundo. Qual dos dois, em sua opinião, é feliz em toda circunstância e para sempre?
por Revista Shalom Maná
Fonte: http://cristoreinosso.blogspot.com