05.12.2012 - Bastaram 15 minutos para a fúria da natureza derrubar o que foi erguido durante toda uma vida. Casas, empresas, uma cidade inteira devastada por uma catástrofe. A pequena Ponte Alta, na Serra Catarinense, jamais esquecerá o tornado que a violentou no último domingo. Os prejuízos são imensos, a dor dos cinco mil habitantes é imensurável, mas a vontade de dar a volta por cima e a esperança de contar com todo tipo de ajuda é maior que qualquer coisa.
Com uma reconstrução estimada em mais de R$ 30 milhões, mas com um orçamento anual de apenas R$ 19 milhões, a prefeitura obrigou-se a evoluir o decreto de situação de emergência para estado de calamidade pública, o que caracteriza um desastre de graves consequências sociais para toda a população.
Nesta terça-feira, boa parte dos serviços essenciais como água, luz e telefone já tinha sido restabelecida. Árvores e postes já haviam sido retirados das ruas e de cima das casas e, aos poucos, ainda que lentamente, a vida começava a voltar ao normal. Com 1,9 mil residências atingidas em toda a área urbana, onde vivem 90% dos moradores do município, a maior prioridade de Ponte Alta neste momento é material para cobrir as casas.
Assim, as autoridades pedem a prefeituras e empresas de toda Santa Catarina a doação de telhas de fibrocimento de 5 milímetros. Alimentos não-perecíveis e água potável também são necessidades, já que muitos moradores perderam tudo o que tinham, inclusive a comida.
Para que os materiais cheguem a Ponte Alta, deve-se entrar em contato com a prefeitura local pelo telefone (49) 3248-0141, com a Defesa Civil de Lages pelo (49) 3222-9661 ou com a Associação dos Municípios da Região Serrana, também em Lages, pelo (49) 3224-4800.
Cada caso será analisado para que se possa elaborar a melhor logística, especialmente para as grandes doações. Já os donativos de pequeno tamanho e quantidade podem ser entregues, na Serra, nas sedes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar e delegacias da Polícia Civil.
Além disso, Ponte Alta é um município de fácil acesso, localizado na BR-116, uma das maiores rodovias do Brasil, 45 quilômetros ao norte de Lages e 15 quilômetros ao sul da rótula com a BR-470, no ponto conhecido como Trevo do Patuci. Centenas de ônibus e caminhões do país inteiro passam por Ponte Alta todo santo dia, o dia inteiro, e os donativos podem ser entregues diretamente na prefeitura, localizada no Centro da cidade, a poucos metros da BR-116.
A iluminação de Natal que o tornado apagou
Fazia apenas quatro anos que o serviços gerais Alvino Ribeiro Pereira, 47, havia comprado uma casa no Bairro Nossa Senhora Aparecida para viver com a mulher, a professora Elisângela Moreira, 36, e a filha, a estudante Bianca Moreira Marcelino, 11. A casa própria era o sonho dos três, e tudo se encaminhava certinho para mais um agradável Natal em família.
Na semana passada, Alvino, Elisângela e Bianca decoraram a residência com lâmpadas e bolinhas coloridas. A iluminação chamava a atenção na rua e era o orgulho de pai, mãe e filha. Até que, na tarde do último domingo, a alegria virou desespero e o sorriso deu lugar ao choro. Os três tomavam café na cozinha quando o tempo fechou. E, de repente, o temporal chegou.
A grande e pesada porta da frente da casa voou para dentro da sala e o teto começou a se despedaçar. Alvino foi com a mulher e a filha para o banheiro, única peça de alvenaria da casa, para se proteger do funil que sugava tudo o que encontrava pela frente. Os três entraram em pânico e, quando a cobertura do banheiro começou a ceder, a morte parecia muito perto.
— Naquela hora eu achei que ia morrer. Pensei que era o fim de tudo —, lembra Alvino.
Passaram-se aterrorizantes 15 minutos até que o tornado foi embora. Tudo estava destruído, mas todos estavam salvos e sem ferimentos. Lamentaram a perda da casa, mas agradeceram pela vida. Depois, mudaram-se para a pequena garagem de cimento, onde devem ficar um bom tempo. E na manhã desta terça-feira, com a ajuda do Corpo de Bombeiros, o que sobrou da residência foi demolido para que a madeira possa ser reaproveitada em um novo lar.
— Não estava nos planos fazer outra casa. A nossa estava pronta, pintada, enfeitada e linda para o Natal. Mas vamos reconstruir nossas vidas, e no próximo Natal, volte aqui, pois tudo estará novamente em pé e iluminado —, disse Elisângela, esperançosa, à reportagem do DC.
"Meu netinho nasceu duas vezes no mesmo dia"
José Noel Alves Padilha, de 52 anos, estava todo bobo com o nascimento do netinho, ocorrido no início da madrugada de domingo. Na fazenda onde vivia com a mulher e um casal de filhos, na localidade de Parque do Butiá, a três quilômetros do Centro de Ponte Alta, reuniu a família para comemorar. Mais de dez pessoas, incluindo o bebê e outras seis crianças, curtiam o domingo.
Até que o tornado chegou e acabou com a festa. Quando a casa começou a cair, todos correram para o banheiro, mas o forte vento impediu a abertura da porta, e a família não tinha mais aonde se proteger, a não ser em um canto da sala. Formou-se então um “bolo” de gente para salvar as crianças.
E deu certo. Ao fim do temporal, destruição total. Toda a casa foi pelos ares e dois carros ficaram debaixo dos escombros. Uma nora de José sofreu um ferimento na perna e precisou levar oito pontos. Mas a pessoa mais vulnerável naquele momento e que era o motivo da festa, estava salva.
— Meu netinho sobreviveu a um tornado e ficou todo molhado com poucas horas de vida. Ele nasceu duas vezes no mesmo dia —, diz José.
O fim de tudo após o recomeço
Após sofrer grandes prejuízos com a agricultura e ver sua vida comprometida financeiramente, Antônio Wilson Schlischting Filho, 46, decidiu transformar em madeireira o velho galpão onde armazenava batata-semente. O novo negócio foi aberto há apenas dois anos e ia bem, ainda que com dificuldades, e Antônio começava a reconstruir a sua vida. Mas o tornado de domingo deu fim ao recomeço.
O imóvel de 750 metros quadrados no Bairro Nossa Senhora Aparecida simplesmente desmoronou inteiro. Nada sobrou. Antônio estima um prejuízo de R$ 300 mil só com a construção de alvenaria e madeira, sem contar o maquinário, que ainda não conseguiu avaliar, pois está tudo debaixo dos escombros.
— Não sei o que fazer. Nem sei por onde começar, pois estava tentando me reerguer depois dos prejuízos com a agricultura. A madeireira era a minha única fonte de renda, assim como dos meus cinco funcionários. E se o tornado fosse num dia de trabalho, morreríamos todos.
fFonte: Diário Catarinense
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Profecia de Nossa Senhora de La Salette, aparição na França em 1846, reconhecida pela Igrreja em 1851.
"As estações serão mudadas, a terra não produzirá senão maus frutos, os astros perderão os seus movimentos regulares, a lua não refletirá senão uma luz avermelhada; a água e o fogo causarão ao globo terrestre movimentos convulsivos e horríveis terremotos, que farão tragar montanhas, cidades..."
Diz na Sagrada Escritura:
"Haverá consternação dos povos pelo bramido do mar e das ondas, mirrando-se os homens de susto na expectativa do que virá sobre o mundo, porque as forças dos céus se abalarão." (Lucas, 21,25)
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