Natal sem Jesus provoca polêmica na Grã-Bretanha


21.12.2006 - Nos últimos anos na Grã-Bretanha, as comemorações de Natal têm provocado um debate no país sobre como lidar com a celebração cristã em uma sociedade crescentemente secular e influenciada por outras religiões.


Por um lado, há a preocupação de não ofender os não-cristãos; por outro, o medo de despir totalmente o Natal dos significados e símbolos tradicionalmente ligados à festa, em um movimento que alguns chamam no país de “Guerra contra o Natal”.


Neste ano, o Channel 4, um dos principais canais da TV aberta, juntou-se ao movimento politicamente correto e decidiu lançar uma mensagem alternativa ao tradicional discurso de Natal da rainha.


Desde 1932, os soberanos britânicos marcam a data com discursos retrospectivos do ano e lembram a importância da fé para os seus súditos.

O Channel 4 decidiu que neste ano, no dia 25 de dezembro, vai convidar uma professora primária muçulmana que deve passar uma mensagem, vestindo véu, na mesma hora em que a rainha vai ao ar nos outros canais.


O motivo para a iniciativa foi explicado em uma nota oficial. "Parte da responsabilidade do Channel 4 é abrir espaço para vozes e pontos de vista que de outra forma não iriam ao ar. O discurso alternativo apresenta um contraponto à tradicional mensagem da rainha."

Ao lado do Channel 4, os Correios britânicos lançaram a sua tradicional série comemorativa de selos de Natal driblando qualquer referência religiosa – o menino Jesus, Maria e José ou qualquer outro elemento religioso. A séria deve ter apenas motivos de inverno.


Recentemente, foi divulgada uma pesquisa que afirmava que mais de 74% dos empregadores britânicos decidiram abolir a decoração natalina dos escritórios por medo de ofender os não-cristãos.

O resultado da pesquisa, porém, foi contestado pelo jornal britânico The Guardian. Em uma longa reportagem sobre o debate natalino publicada no início do mês, o jornal afirma que a pesquisa era tendenciosa e que boa parte da discussão sobre o assunto tem sido inflada por setores tradicionalistas da imprensa e da sociedade britânica.


“A ‘Guerra contra o Natal 2006’ (é) uma guerra que nos mostra muito sobre a politização crescente (…) dos grupos religiosos britânicos, mas que foi quase completamente inventada.”

Para o bispo de Bolton, o reverendo anglicano David Gillet, a discussão não foi totalmente inventada, embora, para ele, ela esteja mesmo sendo exagerada.


"Esse é o terceiro ou quarto ano que temos esse tipo de discussão", afirmou Gillet, que preside o Fórum Muçulmano Cristão britânico.

“Quando você fala com judeus, hindus e muçulmanos, eles dizem que não querem nenhum festival religioso secularizado", afirmou o anglicano.

Ele disse ainda que, após a pesquisa sobre os empregadores, a imprensa britânica não conseguiu localizar nenhum empregador que admitisse ter de fato proibido a decoração natalina.

Há cerca de um mês, preocupados justamente com possíveis mudanças que pudessem levar a uma secularização das comemorações natalinas, os integrantes do Fórum enviaram cartas a políticos de toda a Grã-Bretanha com um apelo para que não "descristianizassem" o Natal.

Apesar da ação, o bispo de Bolton não se mostra muito preocupado com a “Guerra contra o Natal”. Para ele, faltam soldados ao exército antinatalino.


Fonte: UOL notícias


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Diz na Sagrada Escritura:


"É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo". (Gl 1,10)


"Porque, conhecendo a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças. Pelo contrário, extraviaram-se em seus vãos pensamentos, e se lhes obscureceu o coração insensato". (Rm 1,21)


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