Artigo do Padre José do Vale: Comer a Palavra de Deus


29.08.2012 - “Quando eu encontrava as Tuas palavras, eu as devorava. Elas se tornaram a minha alegria e a felicidade do meu coração, porque Teu nome era invocado sobre mim, Senhor, Deus dos exércitos (Jr 15,16).”

          Muitos de nós achamos difícil ler a Sagrada Escritura, mas o Senhor Jesus quer que nós a comamos, até consumi-la, ou seja, que a devoremos, mesmo. “Nem só de pão o homem viverá, mas de toda palavra que sai da boca de Deus (Mt 4,4)”. Sua palavra é como o mel dos favos (S1 19,11): é doce ao primeiro contato, embora possa vir a se tornar amarga, por causa da perseguição (Ap 10,9-10). No entanto, a palavra de Deus ainda é a nossa maior alegria e felicidade, porque leva o Seu nome (Jr 15,16).
          Se a palavra de Deus não for tão importante para nós, provavelmente será porque não temos um relacionamento profundo e pessoal com Ele. Se não passarmos o tempo lendo a Bíblia, então, como poderemos ter o Seu nome? Porque “a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo” (Catecismo, 133).
          Você já leu algum artigo sobre alguém que você conheceu pessoalmente? Provavelmente você o devorou com um entusiasmo maior do que outros artigos sobre pessoas desconhecidas. E o interesse seria ainda maior, caso você conhecesse o autor. Se você tem um relacionamento pessoal com o autor da Bíblia: Deus – o Pai – e se você conhece o Verbo feito carne – Jesus – então você vai ler, estudar, comer e devorar a palavra de Deus, na Bíblia. Delicie-se com a palavra do Senhor e medite nela dia e noite (S1 1,2).
          Disse Jesus: “Vós perscrutais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; ora, são elas que dão testemunho de mim” (Jo 5, 39).
          Jesus Cristo é o centro, e o fim das Santas Escrituras. Ele é a Palavra de Deus (Ap 19,13).
          Conhecer Jesus é estudar a Sagrada Escritura. Quem estuda a Bíblia vive a obediência do Reino de Deus.


A PALAVRA DE DEUS

          Um dos documentos mais renovadores do Concílio Vaticano II é a Constituição Dogmática Dei Verbum (Sobre a Palavra de Deus). Era, sem dúvida, necessário que, de uma vez por todas, a Igreja dissesse uma palavra autorizada e firme quanto à sua missão de propor a genuína doutrina sobre a Revelação divina e a sua transmissão para o mundo inteiro. A Dei Verbum foi aprovada no dia 18 de Novembro de 1965.
           Dei Verbum significa “O Verbo de Deus”, ou melhor, “A Palavra de Deus”. É “Constituição dogmática” por conter “assuntos ou matéria de fé”, pois trata da revelação Divina, da Inspiração Divina, do Antigo e do Novo Testamento e da relação entre as Sagradas Escrituras, a Tradição e o Magistério da Igreja. A Sagrada Escritura é a Palavra de Deus, escrita por inspiração do Espírito Santo; a Sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação. Por tanto, a Igreja não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas, mas também da Sagrada Tradição.

          A Sagrada Escritura na vida da Igreja: a Igreja venera as Sagradas Escrituras; sobre as traduções da Sagrada Escritura; a investigação bíblica; a importância da Sagrada Escritura para a Teologia; a leitura da Sagrada Escritura; a influência e importância da renovação dos estudos sobre a Sagrada Escritura. (DV, cap. 6).

          Viver bem é viver o comendo a Palavra de Deus. A leitura mais importante na face da terra é a da Sagrada Escritura. Ler a Bíblia é se alimentar para vida eterna.


Pe. Inácio José do Vale
Professor de História da Igreja
Instituto Teológico Bento XVI
Sociólogo em Ciência da Religião
E-mail: [email protected]

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