A um Deus puríssimo convinha uma Mãe isenta de toda culpa


06.05.2012 -

 

“Nenhum outro filho pode escolher sua Mãe. Mas e a algum deles fosse dada tal escolha, qual seria aquele que, podendo ter por Mãe uma rainha, a quisesse escrava? Ou, podendo tê-la nobre, a quisesse vil? Ou, podendo tê-la amiga, a quisesse inimiga de Deus? Ora, o Filho de Deus, e ele tão somente, pode escolher-se mãe a seu agrado. Por conseguinte, deve-se ter por certo que a escolheu tal qual convinha a um Deus. Mas a um Deus puríssimo convinha uma Mãe isenta de toda culpa. Fê-la, por isso, imaculada, escreve S. Bernardino de Sena. E aqui quadra uma passagem de São Paulo: Pois convinha que houvesse para nós um pontífice tal, santo, inocente, impoluto, segregado dos pecadores (Hb 7, 26). Um douto autor faz observar que, segundo o Apóstolo, foi conveniente que nosso Redentor fosse separado tanto do pecado como até dos pecadores. Também S. Tomás o afirma com as palavras: Aquele que veio para tirar o pecado, devia ser segregado dos pecadores, quanto à culpa que pesava sobre Adão. Mas como poderia Jesus Cristo dizer-se separado dos pecadores, se pecadora lhe fosse a Mãe?”

“Diz S. Ambrósio: Cristo procurou-se, não aqui na terra, mas no céu, um vaso de eleição no qual baixou ao mundo, e fez do seio da Virgem um templo sagrado. Em seguida, faz o Santo alusão às palavras de S. Paulo: O primeiro homem, formado da terra, é terreno: o segundo, vindo do céu, é celeste (1 Cor 15, 47). De vaso celeste chama Ambrósio a Divina Mãe. Não que Maria não fosse terrena por natureza, como sonhariam alguns hereges, mas porque ela é celeste pela graça, e excede os anjos do céu em santidade e pureza. Assim convinha ao Rei da glória, que havia de habitar em seu seio conforme a S. Brígida o revelou S. João Batista. O mesmo dizem as palavras de Deus Pai à referida Santa: ‘Maria foi ao mesmo tempo um vaso puro e manchado. Puro, porque era formosíssima; manchado, porque nascida de pecadores. Não obstante, foi concebida sem pecado, para que meu Filho também nascesse sem pecado’. As últimas palavras não devem ser entendidas como se Cristo Senhor fosse capaz de contrair culpa. Significam apenas que não devia passar pelo opróbrio de nascer de uma criatura manchada pelo pecado e escrava do demônio.”

[Santo Afonso de Ligório, Glórias de Maria, p. 2, tratado I, capítulo 1, II, Convinha a Deus Filho preservar da culpa a Maria, como sua Mãe, pp. 241-242; Editora Santuário, 20ª edição, Aparecida, 1989]

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com

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