Video do Padre Paulo Ricardo: Por que o latim na Liturgia?

04.05.2012 - “Deve conservar-se o uso do latim nos ritos latinos, salvo o direito particular.” - Sacrosanctum Concilium, n. 36

“Existe a realidade de que o latim é a língua primeira com a qual se celebra a Eucaristia, dentro da Igreja latina, Igreja à qual nós pertencemos. Aqui, vem então a pergunta: por que manter o latim? (…) O que nós queremos é que as pessoas, ao celebrarem a Santa Missa, vejam e tenham a profunda experiência de que elas não estão numa Igreja que começou há 50 anos atrás. Infelizmente, existe ainda muito esta mentalidade de Antigo e Novo Testamento; como se, há 50 anos atrás, com o Vaticano II, tivesse se encerrado o Antigo Testamento e, agora, nós estamos num novo tempo, num Novo Testamento, nós estamos na Igreja pós-conciliar. E na Igreja pós-conciliar não se reza em latim.”

“O Papa Bento XVI já expressou claramente, no ano 2005, na sua saudação à Cúria Romana, que nós precisamos interpretar o Concílio Vaticano II como aquilo que ele realmente é: o XXI Concílio Ecumênico da Igreja, em sintonia com os outros 20, que vieram antes – é a hermenêutica da continuidade. Nós precisamos celebrar a Missa tal qual ela está no missal de Paulo VI, de uma forma que se compreenda, se veja e se perceba que esta Missa não é outra Missa, diferente daquela que se celebrava há 50 anos atrás. Nós devemos aproximar as duas formas de celebração. Nós devemos pegar a nossa forma de celebrar Paulo VI e trazê-la o máximo possível para uma conexão, para uma união com aquilo que havia anteriormente. (…) Porque se nós celebrarmos a Missa conforme ela era celebrada antes, nós perceberemos a centralidade de Deus. Existe uma dificuldade na reforma litúrgica tal qual ela foi vivida após o Concílio Vaticano II – é que Deus saiu do centro, e se colocou no centro a comunidade celebrante e o sacerdote celebrante. Existe aquele diálogo festivo, alegre e animado entre o padre e o povo. Mas, Deus, às vezes se perde. É assim que nós somos chamados pela Igreja a sermos verdadeiros adoradores durante a Missa. E não é possível nós sermos verdadeiros adoradores, quando a ênfase, o centro, está nas minhas emoções, nos meus sentimentos e no quanto isso é agradável.”

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