08.02.2012 - O pecado representa sempre uma falta de confiança em Deus. O tentador, pai da mentira, induz ao pecado através de um grande engano, de uma grande falsidade: a desconfiança em relação a Deus. Com incrível maldade, levanta a suspeita sobre a bondade de Deus e sobre a sua palavra.
«Tentado pelo diabo, o homem deixou morrer no coração a confiança em seu Criador. Abusando da liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Nisso consistiu o primeiro pecado do homem. Dali em diante, todo o pecado será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança na sua bondade» (Catecismo da Igreja Católica, n.º 397).
O pecado é também uma falta contra a razão e contra a verdade, causando danos e prejuízos para nós mesmos; os desequilíbrios, as feridas e as desordens provocadas pelos nossos pecados podem comparar-se aos efeitos devastadores de uma doença degenerativa. Porém, a última palavra nesta guerra entre o bem e o mal não a tem o pecado mas a graça de Deus: «Onde abundou o pecado, superabundou a graça». Em Cristo alcançamos a libertação do poder e do predomínio do pecado”.
A Igreja professa e proclama incessantemente a necessidade e a possibilidade da conversão a Deus. Esta consiste sempre na descoberta da misericórdia divina, isto é, do seu amor que é «paciente e benigno» (1 Cor 13,4); a conversão a Deus é sempre fruto do retorno para junto do Pai, «rico em misericórdia».
Importa muito recuperar a plena confiança filial em Deus. O Senhor não é um déspota nem uma ameaça para o homem, mas um pai. Quem nos criou por amor conhece melhor que ninguém o que nos faz felizes. Importa restabelecer a verdade sobre Deus e sua paterna misericórdia em relação ao homem. Deus nos ama! Esta é a verdade central do cristianismo. Os seus mandamentos não são um capricho nem uma arbitrariedade. Ao Senhor não é indiferente que o homem cause a si mesmo uma lesão e – pense-se na droga, na violência, no alcoolismo e na corrupção sexual – se degrade.
A misericórdia de Deus é infinita.
Infinita é a prontidão do Pai em acolher os filhos pródigos que voltam a casa.
São infinitas também a prontidão e a força do perdão que brotam continuamente do admirável valor do Sacrifício de seu Filho Jesus Cristo. Nenhum pecado humano prevalece sobre esta força e nem sequer a limita. Da parte do homem pode limitá-la a falta de boa vontade, a falta de prontidão na conversão e na penitência (Cfr. Dives in Misericórdia, n.º 13).
Purifiquemos os nossos corações, com frequência, no Sacramento da Reconciliação ou da Misericórdia de Deus. A Confissão Sacramental é uma verdadeira libertação: apaga o pecado, dissolve o mal cometido, limpa a nossa alma, dá-nos a graça do perdão. Os cristãos, pela sinceridade da sua vontade de conversão, devem «revoltar-se» diante do aviltamento do homem e proclamar, na sua vida, a alegria da verdadeira libertação do pecado, graças ao perdão de Cristo. É preciso transmitir ao mundo o fogo da misericórdia de Deus e alegria do seu perdão.
«Na misericórdia de Deus o mundo encontrará a paz e o homem a felicidade» (Bem aventurado João Paulo II).
Dom Antonio Carlos Rossi Keller - Bispo de Frederico Westphalen (RS)
Fonte: http://acrkeller.blogspot.com/
www.rainhamaria.com.br
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