Ligaram o maçarico? Está pegando fogo do Oiapoque ao Chuí


22.12.2011 - O guarda-chuva anda sem utilidade no Rio Grande do Sul. Só mesmo para proteger o tomateiro na horta. Em algumas regiões, não chove forte há dois meses. Um rio, no centro do estado, baixou quatro metros. Pessoas caminham onde antes existia água.

A ordem é poupar. Na zona rural, o abastecimento já não chega a muitas casas. A seca e o calor são, em parte, influência do fenômeno La Niña, o resfriamento das águas do Oceano Pacífico.

O ar seco deixa o céu limpo, sem as nuvens que poderiam filtrar a radiação do sol. Por isso, o desconforto é tão grande. O calorão de dezembro deve se estender até o ano que vem. Agora imagine não vai ter férias e ainda passar oito horas por dia sob o sol.

O mestre de obras Carlos Gomes, às vezes, até tem de buscar algum operário fujão que vai se esconder na sombra, mas a obrigação fala mais alto. “Tem de trabalhar e aguentar o sol. Trabalha ou não enche as panelas em casa”, diz.

Na rua mais movimentada do centro de Porto Alegre, há roupas leves e muitos chapéus. Difícil mesmo é achar alguém de terno, gravata e bom humor. “Tem de tentar fingir que não está tanto calor”, diz um jovem.

Qualquer estratégia vale para manter a cabeça fresca. “Não dá para esquentar a cabeça”, comenta uma senhora.

Fonte: G1

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