8 de Dezembro: Solenidade da Imaculada Conceiçäo de Maria


08.12.2011 -

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No dia 8 de dezembro, tempo do Advento, a Igreja interrompe, momentaneamente, o caráter de moderação, próprio deste ciclo, pra celebrar festivamente, a Imaculada Conceição de Maria. É um dos seus títulos mais sublimes. Cada título destaca uma parte da doutrina, sobre Nossa Senhora. Estudando-os e vivendo-os, durante o ano, adquirimos um conhecimento mais profundo da Mãe de Deus.

O que é a Imaculada Conceição? Qual é o fundamento desta verdade? Que lição, a solenidade nos pode oferecer? Poderíamos formular muitas outras perguntas. Mas, vamos nos deter somente nestas três, para não prolongar demais a reflexão.

1 – O QUE É A IMACULADA CONCEIÇÃO?

Imaculada Conceição é uma prerrogativa de Nossa Senhora. Significa que ela foi concebida sem a mancha do pecado original, desde o primeiro instante de sua concepção. Em nenhum momento de sua vida, ela foi contaminada pela culpa original, que herdamos de nossos primeiros pais, Adão e Eva. Nossa Senhora foi salva antecipadamente em vista dos méritos de seu divino Filho. Salvação preservativa, ensina o grande teólogo franciscano Duns Scotus.

Santa Teresinha, diz a mesma coisa, através de uma mimosa comparação. O Pai do Céu, diz ela, correu à frente e retirou a pedra para que sua filha não tropeçasse e não caísse.

2 – FUNDAMENTO DESTA VERDADE

São três os fundamentos principais sobre os quais se alicerça esta verdade mariana. O primeiro está no livro do Gênesis, onde Nossa Senhora aparece como a Co-Redentora da humanidade (cf. Gn 3,9-15). Aquela que contribuiu para tirar o pecado do mundo, não poderia ser contaminada por ele.

O segundo é a doutrina sobre a maternidade divina de Maria. Como mãe de Deus, Sacrário do Espírito Santo, Arca da Aliança, Maria estava unida a Deus. E, onde Deus está não pode existir pecado. Pecado é negação de Deus.

O terceiro fundamento bíblico é a saudação do Arcanjo São Gabriel, lido no Evangelho de hoje. “Ave, cheia de graça” (cf. Lc 1,26-38). Numa sala cheia de luz, não há espaço para as trevas. Igualmente, numa alma cheia de graça não há lugar para o pecado. Pecado é ausência de graça. Graça e pecado são coisas antagônicas.

Interpretando estes textos sagrados e depois de consultar o povo de Deus, o Papa Pio IX declarou como dogma de fé que Nossa Senhora é a “Imaculada Conceição”. Era o dia 8 de dezembro de 1854.

3 – LIÇÕES PARA A VIDA

Nossa Senhora foi concebida e nasceu sem o pecado original. Nós nascemos com o pecado, mas fomos dele libertados, no dia do nosso batismo. Despojamos a veste velha do pecado e revestimos a veste nova da graça. Fomos lavados, purificados. A exemplo de Maria devemos viver constantemente na graça de Deus. O pecado não faz parte da nossa vida. O cristão foi feito para viver em estado de graça.

Para colaborar, com Deus, na economia da salvação, Nossa Senhora conservou sempre a graça original. Quem se coloca a serviço do Reino de Deus deve esforçar-se para conservar-se na mesma graça. É a condição para a eficácia do apostolado.

Neste mundo tão encharcado de maldade, de corrupção e de violência, Maria Imaculada é o modelo de pureza, de transparência e da beleza de Deus. Olhando para ela e procurando imitar-lhe as virtudes, estaremos contribuindo para despoluir o mundo, fazendo que ele seja, novamente, aquela casa maravilhosa, pura e bela, que Deus fez para nós, seus filhos.

CONCLUSÃO

Esforçar-se para conservar pura, diante de Deus, nossa vida é a primeira conclusão que a solenidade de hoje nos ensina. Restaurar, continuamente, a imagem original de Deus, estampada, em nós, por bondade do Criador. Trazer sempre limpa a veste branca do nosso batismo.

Os frutos do apostolado cristão dependem, em grande parte, do nosso testemunho de vida, ou seja, da pureza de alma com que o realizamos. A beleza da alma, iluminada pela graça santificante, se manifesta através dos nossos gestos. É a melhor maneira de manifestar Deus ao irmão.

A solenidade de hoje nos ajuda a conhecer melhor a doutrina cristã sobre a Mãe de Deus, fundamentada nos textos bíblicos e na tradição da Igreja. Leve-nos a colocar, em prática, as preciosas lições que colhemos ao contemplar a fulgurante santidade de Nossa Senhora, cuja imaculada Conceição estamos a celebrar.

Fonte: Informativo Diocesano (Diocese de Patos de Minas, Minas Gerais), nº 85, 1-15 de dezembro de 2003, p.7.

Por  Padre José Cassimiro Sobrinho

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«Salve, ó cheia de graça»

Que dizer? Que elogio se há-de fazer à Virgem gloriosa e santa? Ela ultrapassa todos os seres, à excepção apenas de Deus; por natureza, é mais bela que os querubins, os serafins e todo o exército dos anjos. Nem as línguas do céu nem as da terra, nem as línguas dos anjos bastam para louvá-la. Virgem bendita, pomba pura, esposa celeste [...], templo e trono da divindade! Cristo, sol esplendoroso do céu e da terra, pertence-te. Tu és a nuvem luminosa que fez descer Cristo, Ele o brilho resplandecente que ilumina o mundo.

Rejubila, ó cheia de graça, porta do céu; é de ti que fala o autor do Cântico dos Cânticos [...] quando exclama: «És horto cerrado, minha irmã, minha esposa, horto cerrado, fonte selada» (4, 12). [...] Santa Mãe de Deus, ovelha imaculada, tu trouxeste ao mundo o Cordeiro, Cristo, o Verbo encarnado em ti. [...] Que maravilha espantosa nos céus: uma mulher vestida de sol (Ap 12, 1), trazendo nos braços a luz! [...] Que maravilha espantosa nos céus: o Senhor dos anjos que Se torna filho da Virgem. Os anjos acusavam Eva; agora, cumulam Maria de glória, porque Ela levantou Eva da queda e abriu as portas do céu a Adão, outrora expulso do Paraíso. [...]

Imensa é a graça concedida a esta Virgem santa. É por isso que Gabriel a cumprimenta dizendo-lhe: «Rejubila, cheia de graça», resplandecente como o céu. «Rejubila, cheia de graça», Virgem ornada de virtudes sem número. [...] «Rejubila, cheia de graça», tu que sacias os sedentos com as doçuras da fonte eterna. Rejubila, Santa Mãe Imaculada, tu que geraste Cristo, que te precede. Rejubila, púrpura real, tu que revestiste o Rei do céu e da terra. Rejubila, livro selado, tu que deste a ler ao mundo o Verbo, o Filho do Pai.

http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20101208

Gentileza do amigo Alex Borges
 


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