13.11.2006 - Nairóbi - Os efeitos que a mudança climática pode ter na população mundial de aves sugerem uma tendência à extinção de muitas espécies, segundo um novo relatório do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) divulgado na Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, realizada em Nairóbi.
Entre as espécies que poderiam estar mais ameaçadas, afirma o relatório, estão os pingüins das ilhas Galápagos (Equador), a águia imperial na Espanha e muitas espécies do México, especialmente as que habitam o deserto de Chihuahuan.
"O relatório mostra que certos grupos de aves, como as marinhas e as migratórias, são muito sensíveis e respondem logo aos níveis atuais de mudança climática. Grandes extinções de pássaros podem ocorrer antes do pensado", disse Hans Verolme, diretor do programa de Mudança Climática da WWF.
Se as temperaturas subirem mais de dois graus centígrados em relação à era pré-industrial - atualmente aumentaram 0,8 grau -, os cientistas acham que a taxa de extinção de aves poderia chegar a 38% na Europa e 72% no norte da Austrália.
O documento "Espécies Avícolas e Mudança Climática: Relatório sobre o Estado Global da Situação" revisa mais de 200 artigos científicos sobre aves em todos os continentes, para tentar delinear um panorama geral sobre o impacto do aquecimento global nestes animais.
As conclusões do relatório destacam três aspectos: que as mudanças das temperaturas mundiais afetam o comportamento das aves, que algumas espécies já estão experimentando os impactos e que, no futuro, a mudança climática colocará em perigo um grande número de espécies.
O efeito estufa afeta as aves diretamente, ao modificar as temperaturas, as chuvas e a umidade, e indiretamente, mudando seu habitat ao aumentar o nível do mar ou o uso agrícola excessivo da terra e a destruição das florestas.
Das 524 espécies de aves européias, 226 estão em situação de conservação desfavorável, afirma o relatório, que adverte que, na Europa, as temperaturas já aumentaram 0,95 grau centígrado desde 1900.
"A águia imperial é uma espécie ameaçada e que só resta em parques e reservas da Espanha, Portugal e Marrocos. Diversos cenários sobre mudanças climáticas prevêem que seu habitat está no caminho de se transformar em completamente inadequado", afirma o documento.
Nas ilhas Galápagos, as populações locais de pingüins reduziram-se à metade desde 1970, porque os exemplares adultos não conseguiram se reproduzir durante os anos do fenômeno meteorológico conhecido como "El Niño".
"Repetições do 'El Niño' estão previstas em conseqüência da mudança climática, e poderiam reduzir ainda mais a já pequena população de pingüins e colocá-la à beira da extinção", afirma o relatório.
Sobre o México, cuja biodiversidade inclui 11% das variedades de pássaros do mundo, com mais de 1.060 espécies, o relatório afirma que, assumindo que a dispersão para outras áreas seja possível, entre 2% e 3% das aves poderiam se extinguir sob um cenário de mudança climática mínima (0,8 a 1,7 grau centígrado).
"As extinções poderiam ser especialmente altas no deserto de Chihuahuan", acrescenta o documento da WWF.
A organização estima que o atual enfoque para conservar as aves - concentrado em proteger áreas específicas que têm grande diversidade de pássaros - falhará, porque a mudança climática forçará muitas aves a migrar para áreas não protegidas.
Mais de 5.000 participantes assistem em Nairóbi à reunião da Convenção sobre Mudanças Climáticas, da qual 189 Estados fazem parte, e do Protocolo de Kyoto, ratificado por 166 países.
Fonte: UOl notícias
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Profecia de Nossa Senhora de La Salette, aparição na França em 1846, reconhecida pela Igrreja em 1851.
"As estações serão mudadas, a terra não produzirá senão maus frutos, os astros perderão os seus movimentos regulares, a lua não refletirá senão uma luz avermelhada; a água e o fogo causarão ao globo terrestre movimentos convulsivos e horríveis terremotos, que farão tragar montanhas, cidades..."
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