28.11.2011 - Ao menos 4 mil pessoas morreram vítimas da repressão violenta do governo sírio contra manifestantes que protestam no país desde março deste ano. A conclusão é do relatório da Comissão Internacional Independente de Investigação da ONU sobre a Síria, liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro. Segundo relatório divulgado pela comissão nesta segunda-feira (28), 250 mortos são crianças.
"A situação na Síria é desesperante, de emergência", afirmou Pinheiro em conversa com jornalistas brasileiros nesta tarde. Ele e a equipe de investigadores da ONU estão em Genebra, na Suíça, e tiveram o acesso a Damasco negado pelo governo do presidente Bashar Al-Assad. Com isso, o relatório se baseou em informações obtidas por meio de entrevistas com ativistas sírios.
O documento atesta que havia ordem clara de oficiais de segurança sírios para que seus subordinados "atirassem para matar" em protestos. "Sabemos que tamanhas violações seriam impossíveis sem a consciência das altas esferas do governo", conclui Pinheiro.
A comissão apurou a violação de diretos humanos na Síria desde setembro a meados de novembro deste ano. Concluiu-se que houve crimes contra humanidade como execuções, tortura, violência sexual e prisões arbitrárias. Pinheiro calcula que entre 15 a 20 mil manifestantes estejam atualmente detidos.
Os pesquisadores preparam um segundo relatório, a ser concluído em março de 2012. Voltarão a pedir a entrada no país. "O mais grave na Síria é a invisibilidade de tudo o que está acontecendo", denuncia Pinheiro. E acrescenta:
- A imprensa internacional tem acesso negado, os observadores de direitos humanos também. Não há garantia de proteção à população sem que possamos ter acesso à Síria.
Intervenção
Os protestos na Síria combatem o governo do presidente Bashar Al-Assad, que comanda o país desde 2000. Neste domingo (27), a Liga Árabe aprovou a imposição de sanções que incluem a proibição de viagens de autoridades sírias de primeiro escalão e o congelamento de bens relacionados ao governo. Os Estados Unidos e a União Europeia também já haviam imposto sanções à Síria.
Durante a apresentação do relatório, os pesquisadores evitaram comparar a situação da Síria com a de outros países como a Líbia, que viu cair o ditador Muammar Kadaffi depois de uma intervenção militar da Otan. "Isso não é um campeonato mundial", satirizou Pinheiro. Apesar disso, outra integrante da Comissão - a turca Yakin Ertük - afirmou que "a comunidade internacional deve ter outras formas de lidar com isso do que a intervenção militar". "Como relatores de direitos humanos, nós não acreditamos nisso como solução", concluiu.
Fonte: Terra noticias
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura: (e quem tiver ouvidos ouça a Palavra de Deus enquanto ainda há tempo...)
"Ouvi a palavra do Senhor, filhos de Israel! Porque o Senhor está em litígio com os habitantes da terra. Não há sinceridade nem bondade, nem conhecimento de Deus na terra. Juram falso, assassinam, roubam, cometem adultério, usam de violência e acumulam homicídio sobre homicídio. Por isso, a terra está de luto e todos os seus habitantes perecem; os animais selvagens, as aves do céu, e até mesmo os peixes do mar desaparecem." (Os 4, 1-3)
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