29.08.2011 - Na Espanha, cerca de três mil pessoas protestaram por nada... Reclamaram de modo violento, intolerante e irracional do dinheiro público presumivelmente gasto pelo governo espanhol na Jornada Mundial da Juventude. Não houve emprego de dinheiro público; tudo foi pago com o dinheiro das inscrições e doações de empresas.
Injuriaram e caluniaram o Santo Padre: chamaram-no de fascista e até de pedófilo... Gritaram, ameaçaram, fizeram caretas contra os jovens que se dirigiam ao encontro com Bento XVI. Interessantes, esses tolerantes e democratas, que gritam por respeito e liberdade, desde que sejam para si os que pensam como eles... Os meios de comunicação deram ampla cobertura... Cerca de dois milhões de jovens foram ver o Papa, rezar com o Papa, com o Papa professar sua fé em Cristo, único Salvador do mundo, única esperança da humanidade. Sobre isto, os meios de comunicação quase não falaram ou falaram com superficialidade aviltante...
Interessante: grita-se o tempo todo que Deus morreu, que Cristo passou, que a Igreja já não é levada a sério... E, no entanto, os fatos desmentem tudo isto a cada viagem do Santo Padre. Os inimigos da religião, da Igreja, de Deus, do Papa, se agastam, fazem caretas... Não! Deus não morreu, a religião não será nunca obsoleta.
Ainda que vinte jovens estivessem esperando o Papa, Deus está vivo e o coração humano não sossegará nunca enquanto nele não descansar!
O ateísmo é artificial: tem que ser incutido o tempo todo, explicado teoricamente, incutido praticamente com mil dispersões e superficialidades... A fé, não: é o estado normal e natural do ser humano, feito para o infinito. Tudo que o ateísmo pode fazer é criar uma pseudofé, uma maldita e ridícula religião secular, caricatura de Deus e da experiência religiosa, que humilha o homem e frustra sua sede mais profunda e a razão maior de sua dignidade: diviniza-se o consumo, o prazer, o próprio eu, o poder... Afinal, que é o homem? O que o define em última análise? O pensar? O ser livre? Não! Ainda não! Sua maior peculiaridade é a capacidade de acolher o Infinito, de tender para ele, de dele ter sede!
O que é o homem? O ser, bicho que não se contenta com nada menor que o infinito, com nada menos que o infinito! Eis o homem: o ser capaz de Deus, saudoso da comunhão com ele!
Dom Henrique É bispo auxiliar em Aracaju-SE.
Fonte: Gazeta Web