14.07.2011 - Catholic Culture – Tradução: Fratres in Unum.com |
Mais de 300 dos 4.200 padres da Áustria pediram para tomar parte na Aufruf zum Ungehorsam (Conclamação à Desobediência), uma iniciativa lançada em junho.
A Conclamação à Desobediência cita “a recusa romana de uma reforma da Igreja que já deveria ser feita há muito tempo e a inação dos bispos”. Os padres que apóiam o documento pedem:
Oração pela reforma da Igreja em cada celebração litúrgica, uma vez que “na presença de Deus há liberdade de discurso”;
Que não se negue a Santa Eucaristia a “crentes de boa fé,” incluindo cristãos não católicos e àqueles que recasaram fora da Igreja;
Que se evite oferecer Missa mais de duas vezes no domingo e domingos e dias santos e que se evite fazer uso de visitas a padres – realizando em vez disso uma “auto-designada” Liturgia da Palavra;
Que se descreva a tal Liturgia da Palavra com a distribuição da Santa Comunhão como uma “celebração Eucarística sem Sacerdote”; “assim, cumprimos a obrigação dominical em tempos de escassez de sacerdotes” ;
Que se “ignore” as normas canônicas que restringem a pregação da homilia ao clero para opor-se a fusões de paróquias, insistindo, em vez disso, que cada paróquia tem o seu próprio líder individual, “seja homem ou mulher”;
Que se “use cada oportunidade de falar abertamente a favor da admissão dos casados e das mulheres ao sacerdócio”.
“A conclamação aberta à desobediência me chocou”, disse o Cardeal Christoph Schönborn, de Viena, em uma carta de 7 de julho, observando que muitos profissionais “teriam perdido seus cargos há muito tempo” se reivindicassem desobediência. Lembrando os padres que eles prometeram livremente obediência ao seu bispo na ordenação, ele indagou: “Posso contar com vocês?”
“A obediência cristã é uma escola de liberdade,” acrescentou o cardeal. “Ela se trata da tradução concreta na vida do que rezamos em cada Pai–Nosso, quando pedimos ao Pai que Sua vontade seja feita no Céu e na terra… Essa disposição é concretizada em obediência religiosa ao Papa e bispos.”
Aquele que verdadeiramente em consciência acredita que precisa desobedecer a hierarquia, e que “‘Roma está na trilha errada [e] contradiz gravemente a vontade de Deus”, conseqüentemente “não mais deve trilhar o caminho a Igreja Católica Romana. Creio e espero, entretanto, que esse caso extremo não ocorra aqui”.
“Aquele que desiste do princípio da obediência dissolve a unidade”, continuou o cardeal, ao prometer que se encontraria com os líderes da iniciativa e apontar as suas “incoerências,” como, por exemplo, “Eucaristia sem sacerdotes.”
O sítio da iniciativa na Internet está registrado em nome do Padre Hans Bensdorf, que até 2000 era o pároco da Igreja do Rosário em Hetzendroft, na Arquidiocese de Viena [ndr: o fato de seus mentores serem da arquidiocese do próprio Cardeal Schönborn não surpreende: a iniciativa é liderada pelo ex-vigário geral do purpurado, monsenhor Helmut Schüller]. Um vídeo no youtube, carregado em 2009, mostra um trecho da Missa em comemoração ao 35º aniversário de ordenação sacerdotal do padre Bensdorf [veja abaixo], de acordo com a descrição do vídeo. Tensões entre o papado e os segmentos da Igreja na Áustria não são novidade, conforme testemunhado pelo advento do jesephinismo no século XVIII, o movimento fin-de-siécle Los Von Rom (Livre de Roma) e desentendimentos entre o Vaticano e o Cardeal Theodor Innitzer em faze ao Nazi Anschluss.
Fonte; http://fratresinunum.com/
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