Artigo do Padre José do Vale: Como Evitar a Fofoca?


07.06.2011 - “Os lábios do insensato provocam querela, sua boca provoca os golpes. Sem lenha o fogo se apaga, sem difamador acaba-se a briga” (Pr 18,6; 26,30).

A cúpula da catedral de São Paulo Apóstolo, em Londres-Inglaterra, apresenta um fenômeno arquitetônico interessante, chamado de “galeria do sussurro”. Um site explica o fenômeno desta forma: “Esse nome é dado porque uma pessoa que sussurra diante da parede de um lado pode claramente ser ouvida no outro, já que o som é levado perfeitamente ao redor da vasta curva da catedral”. Em outras palavras, você e um amigo poderiam sentar em lados opostos da grande catedral do arquiteto Sir Christopher Wren e manter uma conversa sem precisar ir além do sussurro.
Apesar de ser uma característica fascinante da catedral de São Paulo, pode também ser um alerta para nós. Aquilo que dizemos sobre outros em segredo pode viajar tão facilmente quanto os sussurros viajam pela galeria. E nossas fofocas não apenas podem viajar longa e extensamente, mas geralmente causam grande dano em seu caminho.
Talvez seja por isso que a Sagrada Escritura frequentemente nos desafia com relação á forma como usamos as palavras. O sábio rei Salomão escreveu: “No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente” (Pr 10,19). O sábio Salomão de forma colossal afirma: “A morte e a vida estão no poder da língua” (Pv 18,21). Vamos gravar em nossa mente esse pensamento para sempre.
“Em vez de sussurros e fofocas que podem causar dor e sofrimento, sem qualquer bom propósito, faríamos melhor em nos conter e em praticarmos o silêncio”, escreve o Rev. Willian E. Crowder.

É POSSIVEL DOMINAR A LINGUA?

O antigo provérbio chinês diz que “há três coisas que nunca voltam atrás: a palavra proferida, a flecha desferida e a oportunidade perdida”.
“Ah! Se eu pudesse voltar atrás e retirar o que disse seria tão maravilhoso”. Ou, “se eu não tivesse dito nada disso teria acontecido”. Você já falou isso alguma vez? Todos nós temos problemas em controlar a língua. A sagrada Escritura diz que podemos domar praticamente qualquer animal, “mas a língua, ninguém da humanidade pode domar”. (Tg 3,7.8). Então, será que devemos desistir? Claro que não! Veja alguns conselhos mais eficazes da Bíblia Sagrada que podem controlar melhor esse membro pequeno, mas que tem poder para levar a pessoa para o céu ou para o inferno.
“Quem vigia a própria boca guarda a sua vida, mas se perde quem escancara os lábios” (Pr 13,3). Quanto mais falamos, maior é o risco de dizermos algo tolo ou até mesmo prejudicial. A língua sem controle pode ser como o fogo, espalhando rapidamente boatos maldosos e calúnias (Tg 3,5.6). Mas quando ‘refreamos nossos lábios’, ou pensamos antes de falar, levamos em conta o efeito que nossas palavras podem causar. Dessa maneira, criamos a reputação de ser discretos e ganhamos o respeito e a confiança dos outros.
“Que seja cada um de vós pronto para ouvir, mas tardio para falar e tardio para encolerizar-se” (Tg 1,19). As pessoas gostam quando prestamos atenção ao que dizem, pois assim mostramos interesse e respeito. Nunca devemos fazer comentários indelicados ou indiretas maliciosas. Quando for falar algo sobre certos assuntos difíceis ore a Deus pedindo sabedoria e autoconfiança que seu pedido será atendido ( Lc 11.13). O sábio nunca perde o controle (ler Pr 25,28).
“A língua macia pode quebrar os ossos” (Pr 25,15). Como diz o ditado popular: “a brandura tem força”. Também: a “calma sossega as contendas” e a “paciência tranquiliza”. Por exemplo, uma resposta branda pode vencer oposição, que – talvez por causa de raiva ou preconceito – pode ser tão dura e inflexível como um osso. Sem duvida, pode ser um desafio demonstrar brandura, principalmente numa situação tensa. Então pense nos benefícios de fazer o que a Bíblia Sagrada diz e nas possíveis consequências de não fazer.
Os ensinamentos da Sagrada Escritura realmente refletem a “sabedoria do alto”, ou seja, de Deus. (Tg 3,17) Quando colocamos em prática essa sabedoria no uso da língua, nossas palavras se tornam: salutares, edificantes, atraentes e fortalecedoras – como “maças de ouro com enfeites de prata, ditas no momento certo (Pr 25,11).

CONCLUSÃO

Praticando a riqueza da espiritualidade do santo silêncio, levando uma vida de oração, estudando a Palavra de Deus e viver no altar da Santíssima Eucaristia, assim, pode ser eliminada a fofoca e a graça de poder dominar a língua para o mal.
A nossa boca é para louvar, glorificar e agradecer ao bom Deus por todos os benefícios que ele tem realizado por nós.
Todo o nosso ser na unção do Espírito Santo só podemos pensar, falar e escrever das maravilhas do amor do bom Deus ao próximo.

Pe. Inácio José do Vale
Escritor e Conferencista
Professor de História da Igreja
Especialista em Ciência Social da Religião
E-mail: [email protected]

www.rainhamaria.com.br

-------------------------------------------------------------------------------

Leia também...

Artigo do Padre José do Vale: Santos Sacerdotes

Artigo do Padre José do Vale: Vários tipos de religioës

 


Rainha Maria - Todos os direitos reservados
É autorizada a divulgação de matérias desde que seja informada a fonte.
https://www.rainhamaria.com.br

PluGzOne