A fumaça de Satanás na Igreja – um exemplo


28.05.2011 -

Reporto abaixo notícia que foi transcrita no site do Instituto Humanitas Unisinos, e que tinha sido originalmente publicada pelo vaticanista Andrea Tornielli no jornal italiano La Stampa. O texto faz menção a um problema moral terrível; dão mais sustentação à tese de que os casos de abusos sexuais cometidos por membros do clero católico são frutos da mentalidade que sucedeu a Revolução Sexual do século passado. Aqui no Brasil também há pessoas que consideram a pedofilia apenas uma prática sexual como qualquer outra. E os principais representantes deste pensamento são líderes do movimento gay. Eles defendem o “direito” que as crianças têm de expressar sua sexualidade e condenam a sociedade conservadora, que atua, neste sentido, como um órgão opressor, que coíbe manifestações “diferentes” de sexualidade.

O que dizer, então, de um sacerdote que tenta justificar a prática perversa da pedofilia? Ora, esta não é e nunca foi a palavra da doutrina da Igreja sobre o assunto. Basta dar uma rápida olhada no Catecismo para ouvir a voz de Cristo denunciando e reprimindo esta perversão: “Podem relacionar-se com o incesto os abusos sexuais cometidos por adultos em relação a crianças ou adolescentes confiados à sua guarda. Nesse caso a culpa é dupla por se tratar dum escandaloso atentado contra a integridade física e moral dos jovens, que assim ficarão marcados para toda a sua vida e duma violação da responsabilidade educativa” (§ 2389). Então – antes que um demente queira insinuar o contrário -, o problema moral aqui não está na Igreja, mas sim no pensamento ao qual o padre aderiu, pensamento fruto de uma funesta mentalidade revolucionária, coisa que é, vejam só, totalmente contrária à verdadeira doutrina moral católica.

Abaixo a notícia tal como foi publicada no IHU Online.

Casos individuais de padres envolvidos nos abusos de menores estiveram, nos últimos tempos, nas primeiras páginas dos jornais, mas até agora nunca se havia visto que um padre se tornasse membro ativo de uma associação para a descriminalização da pedofilia e sobretudo que o seu superior direto justificasse seus comportamentos. Isso aconteceu na Holanda, onde as autoridades eclesiásticas e os superiores salesianos estão investigando um caso levantado há dois dias pelo jornal Daily Mail e, na Itália, pelo blog Messainlatino.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no jornal La Stampa, 23-05-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O padre Van B. (conhece-se apenas a inicial do sobrenome), salesiano de 73 anos, é de fato um militante comprometido com o conselho diretivo de uma associação que pede a liberalização da pedofilia e a descriminalização das relações sexuais com menores de idade.

http://www3.lastampa.it/fileadmin/media/cronache/Spronk01g.jpg

O sacerdote teve problemas judiciários por atos obscenos em lugares públicos, enquanto o presidente da associação foi denunciado por posse de material de pornografia infantil. Mas o que causa espanto, mais ainda do que a impressionante participação de um padre em uma associação pró-pedofilia em si mesma, foi a entrevista que o seu superior direto, o delegado salesiano para a Holanda, Pe. Herman Spronk (foto), concedeu à rede RTL Nieuws.

O sacerdote revelou que sabia há muito tempo da participação do coirmão na vida da associação e que não levou em consideração o fato de tomar providência contra o padre van B. Quando perguntado sobre o que pensava das relações sexuais entre adultos e crianças, Spronk respondeu que “essas relações não são necessariamente prejudiciais” e se questionou se as “normas sociais as quais todos deveriam se ater” não são “muito estreitas”.

Pressionado pelo jornalista, o sacerdote continuou a sua apologia às relações com menores dando um exemplo concreto: “Eu já fui abordado por um rapaz de 14 anos que tinha uma relação com um religioso mais idoso. A coisa já não era mais permitida, e o rapaz estava verdadeiramente comovido, até mesmo ferido. Ele dizia: ‘Padre Herman, mas por que vocês querem proibir isso?’. Bem, o que você diria a um rapaz assim?”.

Desconcertante também foi uma outra resposta do delegado salesiano para a Holanda: “Não devemos considerar a idade tão rigidamente. Jamais se deveria violar a esfera pessoal de uma criança se a criança não o deseja, mas isso tem a ver com a própria criança. Também existem crianças que, elas mesmas, indicam que se pode fazer. O contato sexual é, então, possível”.

Palavras que provocariam polêmicas se fossem pronunciadas por qualquer um, mas que, na boca de um padre, deixam-nos pasmos. O caso holandês parece confirmar as conclusões do documentado estudo encomendado pelos bispos norte-americanos ao John Jay College, da City University de Nova York. Do relatório, surge sobretudo o fato de que os abusos de menores tiveram o seu pico no início de anos 1980 e, desde então, estão em constante diminuição, mostrando que as novas e mais severas regras aplicadas na última década estão funcionando: hoje, são percentualmente inferiores, apesar do clamor midiático, em comparação ao início dos anos 1950.

Mas também fica clara a causa principal do fenômeno, ainda de acordo com o relatório: a crise moral geral que caracterizou os Estados Unidos nos anos 1960 e a Europa a partir de 1968 em diante.

Uma revolução no comportamento sexual que levou alguns à justificação teórica, ou pelo menos à busca de desculpas, para as relações sexuais com menores. Sobre a pedofilia e sobre as linhas diretrizes para combatê-la, promulgadas pela Santa Sé, também se pronunciará na tarde desta segunda-feira o cardeal Angelo Bagnasco, abrindo no Vaticano a assembleia geral da Conferência dos Bispos da Itália – CEI.

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/

 

 


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