30.04.2011 - “Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mt 7,21; 22, 14).
Nosso Senhor Jesus Cristo afirmou que a sua missão era fazer a vontade do Pai (Mt 6,10; Jo 6,38). A vontade do Pai é esta: “Que eu não perca nada do que ele me deu, mas o ressuscite no último dia” (Jo 6, 39.40). Jesus exortou aos escolhidos: “Deveis ser perfeito como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). A perfeição é a vontade de santificação que os salvos têm para Deus (Rm 12,1.2; 1Ts 4,3).
Jesus Cristo também salientou sobre a sua nobre missão de: “Servir e não ser servido” (Mc 10,45). O maior ensinamento de Cristo é o “AMOR” (Jo 15, 12.13). No ensino do amor de Jesus de Nazaré não existe espaço para gente orgulhosa, exaltada, egocêntrica e autoritária.
São Paulo Apóstolo escreve: “Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus. Ele assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana. E, achando em figura de homem, humilhou-se e foi obediente até a morte e morte de cruz!” (Fl 2,5-8).
Seguir o Senhor Jesus Cristo é seguir o seu exemplo é obedecer ao seu ensinamento. Aquele que fala, prega e escreve sobre o Filho de Deus e não vive a sua santa doutrina é: hipócrita, mentiroso, traidor e falso religioso.
O falso religioso sabe se colocar muito bem no teatro da religião; ele usa o nome de Jesus porque sabe que esse nome tem poder para operar sinais, prodígios e maravilhas (Mt 7,23). O principal motivo da existência do falso religioso é que a religião propicia para ele: salário, luxo e poder. O falso religioso é dotado de uma inteligência incrível, por isso engana muita gente, ganha promoções e é tido como santo por muitos. Por incrível que pareça! Esse tal tem ajuda de superiores e de gente poderosa. Seu fascínio sedutor cega as pessoas, principalmente pelo cargo que exerce, pela obra fundada, pelos bens realizados e pelo conhecimento que tem. Seria tão fácil saber que o falso religioso é identificado pelo seu espírito, mandão, patrão, impostor, ditador, autoritário, prepotente e idólatra pelos bens materiais. Ele usa textos da Bíblia para legitimar o seu jeito de ser e viver. Sua doutrina herética é mortal para ele como também para muitos dos seus seguidores!
FINGIR SEGUIR JESUS CRISTO
É bom frisar que o homem que busca glória para si na carona do Evangelho de Cristo, longe está Deus dele. Deus não ajuda o homem com intenção egoísta, idolátrica e pelos seus atos condenatórios. Deus não faz negócio com agiotas e capitalistas, principalmente do mercado religioso. Os banqueiros do capitalismo da religião econômica da teologia da prosperidade têm negócio com deus MAMON (Mt 6,24).
Deus não compactua com quem finge ser seguidor de seu Unigênito Filho. Deus nunca esteve com aquele que mesmo tendo recebido a mais alta formação religiosa, eclesial e teológica e a ordenação ministerial, mas nunca foi de fato e de verdade discípulo de Cristo e nunca viveu o mandamento do AMOR. Deus não habita num coração onde há um excelente teatro da farsa cristã. Não há acomodação para o bom Deus onde tudo já for ocupado. Deus não dá, não divide a sua glória com ninguém. Deus não caminha com canalhas paramentados.
Para aquele que usa o nome de Jesus, o Evangelho e a Igreja para seu benefício próprio, tem na alma o mundo da internet. Para ele tudo é relativo, banal, fútil, virtual, superficial, parcial e jamais infernal para o futuro de sua alma. O tal não tem o santo temor de Deus e zomba dos justos.
A vida religiosa de quem trai a Boa Nova do Reino de Deus é uma espetacularização, uma busca frenética pelo poder, esquematiza o culto a personalidade; sua meta é o glamour, status e câmera. Só gosta de eventos que tenham muitidões. Seu comportamento é pomposo: vestes de marca, paramentos religiosos caríssimos, carro de luxo, aparelhos eletrônicos de tecnologia de ponta, avião, joias, mansões, viagens para os lugares mais caro e fausto em companhia duvidosa e até de gente que é inimiga da amoral Cristã. Tudo isso para ganhar mídia e vender seus produtos. Essas coisas revelam o quanto esse religioso é idólatra pelos bens terrenos e distante fica dos pobres.
OS DOIS MODELOS
O falso religioso que passa como seguidor de Jesus Cristo tem dois modelos de conquistar e enganar o povo.
O primeiro: mostra ser carismático, no entanto, não tem caráter e nem os carismas. Aparenta ser popular, amigo e amoroso, na verdade é um lobo vestido de pele de velha.
O segundo: apresenta-se com ar de autoridade, de firmeza na fé, segurança e fidelidade na Sagrada Doutrina. Defende com ferro e fogo os valores morais, a família e a religião. Aparece como salvador da pátria e se mostra bastante corajoso. Parece falar pouco, simula ser equilibrado, calmo e tranquilo, porém, tudo vai ser revelado sobre ele, porque na convivência ele fala demais no vocabulário de mandar, impor e não gosta de ouvir e nem tão pouco de obedecer.
Quando é descoberta a sua identidade, e ele é rejeitado com os seus projetos é aí que aparece a sua intolerância com um desequilíbrio fulminante e um ser violento em potencial. É bom ressaltar que os dois modelos são hoje o reality show no campo religioso.
Jamais esses modelos enganam os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo, aqueles que são guiados pelo Divino Espírito Santo.
CONCLUSÃO
Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29). Aprender com Jesus é viver a graça, a fé, a verdade e o amor de Deus. A meta é a vida eterna. Vivendo a consciência da salvação da alma e liberto da ganância dos bens terrenos, caminhamos como sal da terra e luz do mundo. A visão maior do seguidor de Cristo é as mansões celestiais. O nosso tesouro se encontra lá.
Seguir Jesus é amar o projeto do Reino de Deus. É ter respeito por si e pela dignidade da pessoa humana. É ser autêntico, ser honesto, é ser cristão arrependido de seus pecados e procurando sempre crescer no amor e na amizade dos irmãos e na comunhão do Pai celestial.
Seguir Jesus é praticar boas obras, promover a justiça social pregar a comunhão fraterna e a caridade para com todos.
O jugo de Jesus Cristo é o AMOR. No amor do Mestre de Nazaré só há espaço para servo, para simplicidade, humildade e a divina misericórdia. Reina no coração do seguidor de Cristo a compaixão a piedade e o santo temor de Deus.
Pe. Inácio José do Vale
Escritor e Conferencista
Professor de História da Igreja
Especialista em Ciência Social da Religião
E-mail: [email protected]
www.rainhamaria.com.br