30.03.2011 - Três coisas são a cara dos Estados Unidos: Seitas, Coca-Cola e Imperialismo. Todos os três são produtos de exportação para o mundo inteiro.
As Seitas pregam que a salvação das almas só acontece em seus centros. O marketing da Coca-Cola diz que ela é mais conhecida do que tudo e todos. O Imperialismo impõe a cultura americana por todos os meios.
É bom ressaltar o empenho destemido e perseverante dos americanos para espalhar aos quatro cantos do planeta suas mercadorias. É uma obra arrojada, mais do que a missionária.
Escreve a jornalista Ana Maria Bahiana: ”Um dos grandes triunfos dos Estados Unidos foi ter descoberto um método eficiente e lucrativo de vender seus sonhos ao resto do mundo” (1).
Afirma o escritor e colunista do Washington Post Charles Krauthammer: “Nos últimos 150 anos, a maior parte dos presidentes americanos que enfrentaram uma guerra tomou posse sabendo que a guerra era algo gigantesco” (2).
O que estamos fazendo e qual é o nosso investimento para anunciar a obra gigantesca e triunfal do Divino Espírito Santo?
1886: COCA-COLA E HELENA GUERRA
A Coca-Cola foi criada em 1886 em Atlanta, Geórgia (EUA), pelo farmacêutico John Pemberton. Ele procurava um elixir que curasse dor de estômago, males do fígado e doenças da pele. As ciências químicas acabavam de conhecer melhor os efeitos “milagrosos” da folha de coca, chamada pelos incas de “planta divina” ela acelerava as funções musculares e cerebrais. Ao mesmo tempo eram mais bem conhecidas as virtudes estimulantes da coca, uma noz encontrada na África Ocidental – Senegal e em Angola. Em 1886 o “Atlanta Journal” assim anunciava as virtudes da Coca-Cola: “Deliciosa! Refrescante! Estimulante! Fortificante!. Nessa época surgiu o logotipo da bebida: os dois CC faziam bom efeito publicitário. A venda aumentava dia a dia e o negócio andava bem, quando Perbentom morreu. De câncer no estômago.
Em 1886, Helena Guerra sente o primeiro apelo interior para trabalhar na divulgação da Devoção do Espírito Santo na Igreja. Escreve secretamente muitas vezes ao Papa Leão XIII exortando-o a convidar os cristãos a redescobrirem uma vida segundo o Espírito Santo.
O Santo Padre, amavelmente endereça à Igreja alguns Documentos que, como uma introdução à vida segundo o Espírito: “Provida Matris Charitate”, de 1895, com o qual pedia que fosse celebrada a Novena de Pentecostes em toda Igreja: “Divinum Illud Munus”, em 1897, primeira Encíclica dedicada ao Espírito Santo na História da Igreja; e a carta aos bispos “Ad fovendum in chiristiano populo”, de 1902, pedindo que os bispos e padres pregassem sobre o Espírito Santo, recordando a obrigatoriedade da Novena ao Espírito Santo.
Em outubro de 1897, Helena é recebida em audiência pelo mesmo Papa Leão XIII, que a encoraja a prosseguir com o apostolado, autoriza sua Congregação a mudar de nome, tornando-se “As Oblatas do Espírito Santo”!
O Papa João XXIII eleva Helena Guerra à honra dos altares, em 26 de abril de 1959, fazendo-a a primeira Beata de seu Pontificado e definindo-a como “Apóstola do Espírito Santo dos tempos modernos”, afirmando em sua homilia: “A mensagem de Helena Guerra é sempre atual. Todos sentimos a necessidade de uma contínua efusão do Espírito Santo, como a de um Novo Pentecostes, que renove a Terra”.
O Padre Eduardo Braga Vice-Postulante da Causa para a Canonização da Beata Helena Guerra diz que ela é a precursora do Movimento Católico Carismático do século XX (3).
A Beata Helena Guerra foi o santo instrumento do bom Deus para o despertamento espiritual no ceio da Igreja Católica. Levou aos católicos a conscientização do poder do Espírito Santo no combate contra a força dos inimigos e a fumaça de Satanás. “Mas recebereis o poder do Espírito Santo” (At 1,8). “Buscai a plenitude do Espírito Santo” (Ef 5, 17). “Pois a nossa guerra não é contra o sangue nem contra a carne, mas contra os Principados, contra as Autoridades, contra os Dominadores deste mundo de trevas, contra os Espíritos do Mal, que povoam as regiões celestiais” (Ef 6, 12).
Menos Coca-Cola e mais anúncio e manifestações dos dons do Espírito Santo. Não as Seitas e suas heresias e cismas e abaixo o imperialismo americano. Vamos buscar com muito ardor o avivamento, a renovação no Novo Pentecostes para uma evangelização monumental!
No Pentecostes de 2004, falando da Praça de São Pedro para toda Igreja disse o Papa João Paulo II: “Desejo que a espiritualidades de Pentecostes se difunda na Igreja, como um renovado salto de oração, de santidade, de comunhão e anuncio...”.
“Movei-me, Espírito Santo, para que eu ame santamente”, orava Santo Agostinho de Hipona.
A Beata Helena Guerra pela sua espiritualidade destacou-se no cenário do Movimento Carismático uma atitude de tamanha docilidade, santidade, quietude e amor via os dons e frutos do Espírito Santo. Essa é a verdadeira prática e identidade de ser carismático. (Gl 5,22-25).
A BEATA HELENA GUERRA
Nasceu em Lucca (Itália) em 23-06-1835. Depois de uma longa doença (1857-1864), durante a qual amadureceu nela o sentido apostólico com a leitura e o estudo da Bíblia e da literatura patrística, dedicou-se ao apostolado feminino entra as jovens, para as quais criou a Pia União das Amizades Espirituais. Mais tarde tomou a direção do primeiro núcleo citadino das Filhas da Maria.
Duas datas são determinantes para a sua orientação espiritual: abril de 1870, quando fez uma peregrinação pascal a Roma a assistiu à 3ª sessão pública do Concílio Vaticano I, e junho do mesmo ano, quando se ofereceu vítima por Pio IX.
Em 1872, com um grupo de poucas companheiras, dá início a uma escola feminina privada em Lucca, semente da qual se desdobrará em seguida (1882) uma nova congregação, incialmente denominada Filhas de Santa Zita, que depois do encontro de Helena com Leão XIII (18-10-1897) se chamará “Oblatas do Espírito Santo”, dedicadas à educação da juventude feminina, mas, sobretudo à propagação da devoção ao Espírito Santo. Em 1886, Helena tem a primeira intuição da sua vocação na Igreja: solicitar a Leão XIII que se faça promotor de “retorno ao Espírito Santo”, em vista de uma renovação da Igreja e da unificação de todos os cristãos (ecumenismo espirituais).
Assistida por Monsenhor Vólpi consegue fazer chegar a Leão XIII 10 cartas. Fruto dessas cartas são três documentos de Leão XIII entre as quais a conhecida encíclica Divinum Illud Munus (09-05-1897), sobre a vida segundo o Espírito. Helena também foi escritora fecunda de ascese. São cerca de 70 os seus opúsculos devocionais, especialmente dedicados à devoção ao Espírito Santo. Essa grande lutadora enfim descansou no Senhor em 14-04-1914. A sua congregação lhe sobreviveu, contando, em 1983, com 230 membros (4).
CONCLUSÃO
Estamos vivendo no apogeu da futilidade imposta pelo sistema. O esquema montado pela elite global tem levado muita gente a viver de forma virtual, parcial, superficial e infernal. Os dominadores controlam essa gente nos ideais da mediocridade e da boçalidade.
A manipulação é tremenda pela repetição da propaganda. A alienação é contínua pelo oferecimento de espetáculos, shows, esportes, festas, incentivo aos vícios, pornografia e a violência.
Tem muita gente escrava de jogos, das drogas, da televisão, da internet e das seitas. É um fantoche da imagem, do assento e dos maus costumes. O tempo e a razão desse fantoche foram-lhes roubados. A mente está estiolada e o corpo ossificado.
O que resta então para essa gente? Duas coisas:
A primeira, o tsunami do corpo e da alma. Esse é o projeto do sistema guiado pelo príncipe das trevas. Entra aqui a arte do engano, aos prazeres do mundo e a cultura de morte.
O segundo, a ressurreição dessa gente pelo poder do avivamento do Espírito Santo. Esse é o projeto do Reino de Deus.
Somente cheios do Espírito Santo e de sabedoria (At 2,4; 4,31; 6,3), temos a ousadia de denunciar o sistema maligno e anunciar o Reino de Deus (Lc 9, 60; At 4,1 – 20).
Diante de uma realidade tão cruel e por demais desafiadoras para vivermos os valores cristãos, somos convocados a conviver na plenitude permanente do NOVO PENTECOSTES.
Pe. Inácio José do Vale
Professor de História da Igreja
Pregador de Retiros Espirituais
Especialista em Ciência Social da Religião
E-mail: [email protected]
NOTAS
(1) O Globo, 09/ 11/2008, p.40.
(2) O Globo, 21/ 09/ 2008, p.43.
(3) Brasil Cristão, maio de 2008, p. 36.
(4) Palacín, S.J. Pisaneschi, Nilo. Santo nosso de cada dia, rogai por nós! Santoral Popular, São Paulo: Edição Loyola, 1991, p. 97.
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