01.03.2011 -
Aí vão alguns parágrafos da Homilia do Núncio Apostólico [da Argentina], Mons. Adriano Bernardini, na missa de abertura da Assembléia das Obras Missionárias Pontifícias (Buenos Aires, 22 de fevereiro de 2011):
“Hoje em dia assistimos a um ensinamento muito especial contra a Igreja Católica em geral e ao Santo Padre em particular. Por que tudo isso? Qual é o motivo principal? Podemos enunciá-lo em poucas palavras: É a Verdade que nos é proporcionada pela Mensagem de Cristo!
… Quando esta Verdade não se opõe às forças do mal, tudo vai bem. Ao contrário, quando esta apresenta a mínima oposição, surge uma luta que se transforma em calúnia, ódio e até mesmo perseguição contra a Igreja e mais especificamente contra a pessoa do Santo Padre.
… Na realidade, se quisermos ser sinceros, devemos reconhecer que ano após ano vem aumentado, entre teólogos e religiosos, irmãs e bispos, o grupo daqueles que estão convencidos de que a vinculação à Igreja não comporta o conhecimento e a adesão a uma doutrina objetiva.
… Afirmou-se um catolicismo “ à la carte”, no qual cada um escolhe a porção que prefere e rejeita o prato que considera indigesto. Na prática, trata-se de um catolicismo dominado pela confusão de papéis, com sacerdotes que não se dedicam com empenho à celebração da Missa e às confissões dos penitentes, preferindo fazer outra coisa. E com os leigos e mulheres que buscam roubar um pouco, por sua vez, o lugar do sacerdote a fim de ganhar quinze minutos de celebridade paroquial, seja lendo a oração dos fiéis ou distribuindo a comunhão.
…Eis aqui, portanto, a Verdade como causa principal desta aversão e diria quase perseguição ao Santo Padre. Uma aversão que tem como conseqüência prática sentir-se sozinho, um pouco abandonado.
Abandonado por quem? Eis aqui uma grande contradição! Abandonado pelos opositores da Verdade, porém, sobretudo, de certos sacerdotes e religiosos, não somente de bispos, mas não dos fiéis.
Assim, o clero está atravessando uma certa crise, no episcopado prevalece um baixo perfil, não obstante os fiéis de Cristo estejam também com todo o seu entusiasmo. Obstinadamente continuam rezando e vão a Missa, freqüentam os sacramentos e a rezam o rosário. E, sobretudo, esperam no Papa.
(Texto completo em http://www.aica.org/docs_blanco.php?id=932)
A ninguém escapa a importância do grave diagnóstico feito pelo Núncio, embora eu preferisse que em vez de “abandono” tivesse empregado “apostasia”, o termo teológico correspondente. Porém, já é bastante o que se disse para esses tempos em que bispos e padres débeis – e acrescentamos também católicos profissionais e de sacristia – preferem se fazer de desentendidos, praticando a política do “avestruzismo”.
Porém, nós fiéis estamos cansados de palavras, por melhores que sejam. Agora deveriam vir de Roma as ações, os gestos de autoridade, a limpeza, a restauração da disciplina e, sobretudo, a pregação íntegra da Verdade.
Rezemos, portanto, para que o Papa tenha forças para reconstruir a Igreja, guardando santamente e expondo fielmente a revelação transmitida pelos Apóstolos, quer dizer, “o depósito da fé”. (Concilio Vaticano I, Constituição dogmática Pastor aeternus).
Nossa Senhora da Salete, ora pro nobis.
Fonte: http://fratresinunum.com/
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