28.09.2006 - BERLIM - "Sou da opinião de que o fundamentalismo islâmico é a peste política do século XXI e que seguirá sendo, pois é uma ameaça totalitária", afirmou o historiador alemão Hans-Ulrich Wehler, grande especialista da Alemanha do século XIX, ao jornal Koelner Stadt-Anzeiger.
A crítica às caricaturas (de Maomé) e ao discurso do Papa (Bento XVI) corresponde a um espírito totalitário, que não admite a concorrência nem outras opiniões", acrescentou Hans-Ulrich Wehler.
O professor de História da Universidade de Bielefeld (oeste) criticou ainda a decisão da Ópera de Berlim de retirar da programação "Idomeneo" (1781) de Mozart, com direção de Hans Neuenfels, por temer as reações hostis dos muçulmanos.
"A retirada da programação é uma reação de medo prematura frente a uma ameaça de perturbação muito vaga", disse Wehler.
"Se continuarmos com medo, então centenas de peças teatrais com referências aos muçulmanos serão canceladas pelo temor de ameaças", acrescentou o catedrático, que pediu um limite.
A retirada da programação de "Idomeneo" foi criticada pelos políticos alemães e por várias associações muçulmanas. Todos defenderam a liberdade de expressão.
Para Hans-Ulrich Wehler, até as cruzadas cristãs "o Islã foi durante 400 anos a religião mais propagada, até a Espanha ou o Paquistão atual. Nestas regiões, o Islã construiu a maior sociedade escravizante que o mundo conheceu".
"As cruzadas foram uma reação a esta expansão veemente", acrescentou
Fonte: UOL notícias