07.10.2010 - A agência italiana ANSA informou que o secretário pessoal do Presidente Luiz Lula Da Silva, Gilberto Carvalho, disse à cúpula da Igreja que se continuarem os questionamentos contra a candidata Dilma Rousseff –devido à sua postura favorável ao aborto– poderia ser revisado o acordo assinado com o Vaticano.
ANSA, que recolhe uma notícia do jornal Valor Econômico, assinalou que Carvalho se reuniu com membros da Conferência Nacional de Bispos do Brasil e comunicou que o governo pode voltar a discutir o acordo que contempla o apoio a escolas católicas e outros benefícios.
Lula revisaria o acordo assinado por Lula e o Papa Bento XVI em 2007 no Brasil, e ratificado em 2009 no Vaticano, depois do qual foi aprovado pelo Congresso, onde foi questionado por congressistas evangélicos.
Fonte: ACI
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PT busca afirmar que apoio de Dilma ao aborto é “boataria”
Carnificina é não descriminalizar o aborto, afirmam membros do PT em artigo
Depois de que o próprio Edinho Silva, presidente do PT em São Paulo e um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff, admitiu à Folha de São Paulo que as denúncias contra Erenice Guerra, substituta de Dilma na Casa Civil, e a posição da petista sobre aborto causaram perda de votos especificamente entre o público católico, a candidatura de Dilma ganhou o apoio do deputado “católico” Gabriel Chalita (PSB) quem afirmou recentemente que a posição dela favorável ao aborto é “boataria” e que segundo a Folha “será uma das armas do PT para avançar entre os religiosos”.
Chalita, conhecido pelo público católico como escritor e apresentador de televisão, foi eleito deputado federal com a segunda maior votação do Estado de São Paulo. Em uma recente entrevista à Folha de São Paulo, Chalita afirmou que “Dilma nunca disse ser a favor do aborto. Ela se posicionou, abordando o tema como uma questão de saúde pública. Eu particularmente sou contra. Mas a questão central nesse caso é a boataria”.
“Essa tentativa de desconstruir pessoas com boatos é muito ruim”, destacou Chalita.
Em entrevista à Rede Record, cadeia pertencente à Igreja Universal do Reino de Deus, meio que apóia o aborto como tema de “responsabilidade social”, Chalita insistiu que “o presidente Lula está há oito anos no poder. A ministra Dilma ela foi chefe da Casa Civil pela maior parte deste tempo, se ele quisesse colocar o aborto ele teria já lutado para que isso acontecesse”. Falando ainda do Presidente Lula, Chalita afirmou: “Ele é católico e contra o aborto”.
O que Chalita não disse em sua entrevista é que o Presidente Lula assinou o PNDH-3, o Plano Nacional de Direitos Humanos, entre cujas diretrizes figura a “descriminalização do aborto” e sua categorização como “tema de saúde pública” tornando-o disponível através dos serviços públicos.
Chalita tampouco mencionou o Consenso de Brasília, que foi outra tentativa do governo Lula de mudar a legislação que penaliza o aborto no Brasil e inclusive em outros países da América Latina.
Chalita disse que Dilma afirmou em seu encontro com as lideranças religiosas: “Não vou mandar nenhum projeto pro Congresso mudando a legislação com relação ao aborto no Brasil. Eu não vou implantar o aborto no Brasil”.
Outros meios de imprensa disseram que a petista afirmou que ia deixar o assunto com o Congresso.
A movida do Deputado Chalita está alinhada com a tática do PT, que ao perceber a queda de popularidade de Dilma entre o público religioso, especialmente o público católico, devido ao seu apoio à legalização do aborto no Brasil, busca “avançar entre os religiosos”, neste segundo turno.
Sobre o impacto do apoio ao aborto na candidatura de Dilma, Edinho Silva, um dos arquitetos do PT para a campanha presidencial de Rousseff afirmou: “Acho que fez um estrago significativo. Os dois fatores influenciaram a mudança de voto. O Brasil é um país de tradição católica, onde os setores evangélicos crescem muito”. “E chegou, principalmente por meio do catolicismo, nos setores médios”.
“Então, a boataria pegou duas pontas: o eleitor que estava se aproximando de nós e o eleitor que já era nosso”, afirmou Edinho. O apoio de Rousseff ao aborto, como vem sendo amplamente denunciado por grupos pró-vida, não é nenhum boato.
Em duas ocasiões, em 2007 à Folha e em 2009 à Revista Marie Claire (meio notavelmente pró-aborto), a candidata apoiou abertamente a despenalização do aborto dizendo que achava “um absurdo” que o aborto fosse um crime perante a legislação brasileira. Dilma, que se diz católica e pessoalmente contrária a esta prática anti-vida, afirmou no debate da UOL:
“Eu, pessoalmente, não sou a favor do aborto, agora, acho que o Brasil tem de ter uma política de saúde pública que permita à mulher ser protegida e ao seu filho, no caso dela recorrer ao aborto”.
Criticando a postura contrária à legalização do aborto do candidato José Serra que afirmou que legalizar o aborto liberaria a “carnificina” no Brasil, membros do PT publicaram recentemente um artigo intitulado “Carnificina é não descriminalizar o aborto: um direito da mulher, um dever do estado”, onde deixam claro o parecer do partido ao assassinato de crianças no ventre supostamente para prevenir a mortalidade “milhares de mulheres, que a cada dia, colocam suas vidas e sua saúde em risco, especialmente as pobres”.
Em um recente vídeo o “Padre Pela Vida”, o sacerdote Berardo Graz, coordenador da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, desmente estes números inflados que o PT cita em seu artigo afirmando que o aborto é o último dos fatores da lista de causas de mortalidade feminina no Brasil, e assegura que o número de mulheres que morrem por aborto provocado no país “não chega a cem”.
Para ver um vídeo que deixa claro a posição da candidata do PT ao aborto, recomendamos o seguinte vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=PixBBXd60II&feature=player_embedded#at=27
Para ver o vídeo do Pe. Graz, visite:
http://www.acidigital.com/noticia.php?id=20134
O artigo falando do aborto de direito e dever do estado no site do Partido dos Trabalhadores se encontra em:
http://www.pt.org.br/portalpt/secretarias/mulheres-16/noticias-95/carnificina-E-nAo-descriminalizar-o-aborto:-um-direito-da-mulher-um-dever-do-estado-9441.html
Para ver o anúncio da Rede Record tratando o aborto como “responsabilidade social”, assista:
http://www.youtube.com/watch?v=dD1Or-RENYA&feature=player_embedded
Fonte: ACI