Artigo de Everth Queiroz Oliveira: Seitas ambiciosas


 15.08.2009 - O problema das seitas no Brasil, que o Papa João Paulo II destacou de maneira brilhante na sua visita ao Brasil em 1990, cada vez mais está relacionado ao cotidiano do povo brasileiro. Como explicar? João Paulo II sublinha que muitas pessoas “trazem consigo uma formação cristã ainda muito precária, uma Fé ainda tão fraca e já perturbada pela crescente secularização” (Ad Limina Apostolorum, 6). Pio XI, na encíclica Divini Redemptoris, também observava que “demasiados são os que são católicos quase só de nome; demasiados, aqueles que, seguindo embora mais ou menos fielmente as práticas mais essenciais da religião que se ufanam de professar, não se preocupam de melhor a conhecer, nem de adquirir convicções, mais íntimas e profundas, e menos ainda de fazer que ao verniz exterior corresponda o interno esplendor de uma consciência reta e pura, que sente e cumpre todos os seus deveres sob o olhar de Deus” (nº 43). Concluía, afirmando:

“Quem não vive verdadeira e sinceramente segundo a fé que professa, não poderá hoje, que tão violento sopra o vento da luta e da perseguição, resistir por muito tempo, mas será miseravelmente submergido por este novo dilúvio que ameaça o mundo; e assim, enquanto se prepara por si mesmo a própria ruína, exporá também ao ludibrio o nome cristão” (Divini Redemptoris, 43).

E é exatamente isso. Quando é perguntado aos protestantes: “Por que a Igreja Católica está perdendo tantos fiéis para as igrejas protestantes nos últimos anos?” A resposta dada é tendenciosa – afirmam, entre outras mentiras, que a Igreja adulterou o Evangelho – e a correta observação que podemos fazer é que as pessoas não estão levando sua fé a sério. Não estou falando nem no tocante atitude. Sim, para irmos ao céu, necessitamos essencialmente dela. Contudo, o brasileiro nem fé sólida tem. Como poderá saber o que é moral para pôr em prática?

O homem tem sede de Deus. Mas ele não sabe onde buscá-lo. Acaba procurando no primeiro comércio – sim, porque muitas igrejas hoje em dia passaram de casa de oração a casa de negócios – a solução para seus problemas. Sim, é isso o que o brasileiro quer: a solução. Não importa se ele vai buscá-la no centro espírita, no terreiro de umbanda, ou na igreja universal dos mercenários que pregam em nome de Deus. Levados por esse desespero, então, enlouquecem. Dão tudo que têm para conseguir sucesso financeiro.

E é aqui que está o problema. Meu Deus! A religião é uma conexão que fazemos com Deus. É certo que nem todas as religiões buscam estabelecer pontes com Deus, mas veja: é essa sua finalidade. Contudo, o que vemos nessa seitas que só querem o dinheiro do povo é que querem fazer pontes com dinheiro, com o poder, com a riqueza material. Perdeu-se até mesmo a dimensão do ridículo. A notícia que saiu que Edir Macedo era suspeito de desviar dinheiro dos fiéis foi, por exemplo, a gota d’água. Não é nem preciso falar que esses casos não são raros e uma vez ou outra aparecem esses pilantras que, disfarçados sob os nomes de “pastor”, “bispo”, “presbítero”, buscam não a sua salvação, mas a sua própria ruína, uma vez que buscam tesouros terrestres, corruptíveis, perecíveis.

O que fazer para que o povo abra os olhos diante de tanta falcatrua e corrupção? É preciso, em primeiro lugar, fazer como Jesus que, em um ato de coragem e valentia, bradou: “Tirai isto daqui!” (Jo 2,16). Quer dizer: limpe tudo isso que está corrompendo! “e não façais da casa de meu Pai uma casa de negociantes” (Jo 2,16). Por que, ao invés de perder tempo falando 1h de dízimo, os pastores não buscam pregar a Palavra de Deus para que os fiéis possam se salvar? Será possível que a ganância do homem não tem limites? Será que não compreende que tudo aquilo que tem na terra não levará para o céu, pelo contrário, deixará para que as traças corroam? Abram os olhos, povo de Deus! Não se deixem enganar!

Quando um ou outro picareta adultera a Palavra de Deus envolvendo nela a questão do dinheiro como se fosse o fim principal da nossa vida, a dica é correr. Corram! Porque se cremos em Deus por causa de interesses financeiros, então é porque somos canalhas e não merecem nem um pouco da sua graça.

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/

 


Rainha Maria - Todos os direitos reservados
É autorizada a divulgação de matérias desde que seja informada a fonte.
https://www.rainhamaria.com.br

PluGzOne