O Vaticano disciplina o ex-diretor espiritual dos videntes de Medjugorje


10.09.2008 - O Vaticano autorizou "severas medidas disciplinares e caucionarias" contra um padre que serviu como diretor espiritual aos videntes de Medjugorje, na Bosnia-Herzegovina.

A Congregação para a Doutrina da Fé escreveu ao Bispo Ratko Peric de Mostar-Duvno, cuja diocese abrange Medjugorje, para informá-lo de que estão investigando o caso do Franciscano Padre Tomislav Vlasic.

A congregação pediu ao bispo, a bem dos fieis, que informe a comunidade do estado canônico do sacerdote Bósnio, cujas ações determinaram automaticamente sanções do Vaticano.

Numa declaração postada no Website da Diocese de Mostar-Duvno, o Bispo Peric explicou que Padre Vlasic tinha sido relatado à congregação "pela difusão de doutrina dúbia, manipulação das consciências, misticismo suspeito, desobediência a ordens legitimamente expedidas” e acusações de que violou o Sexto Mandamento.

A congregação doutrinal expressou em uma carta, também disponibilizada no Website, que o sacerdote havia sido punido depois de teimosamente se ter recusado a cooperar com o inquérito, em vez disso "justificou-se a si mesmo citando a sua zelosa atividade" em iniciar comunidades religiosas e na construção de igrejas na área de Medjugorje.

Um decreto confirmando a ação contra o Padre Vlasic foi assinado pelo Cardeal William J. Levada, prefeito congregação doutrinal, e Padre Jose Rodriguez Carballo, o ministro geral da Ordem dos Frades Menores, no início deste ano.

O decreto confinou Padre Vlasic a um mosteiro Franciscano na Itália e baniu qualquer contacto com a comunidade Rainha da Paz, fundada por ele, ou com seus advogados, sem permissão do seu superior.

Ele está proibido de fazer aparições publicas, pregar e ouvir confissões, e lhe será exigido fazer uma solene profissão da Fé Católica. O Vaticano avisou Padre Vlasic de que será excomungado se violar sequer uma das proibições.

"Padre Vlasic é avisado que, em caso de teimosia, um processo jurídico penal terá inicio com a finalidade de instituir sanções, todavia mais duras, sem excluir a pena de expulsão, tendo em mente a suspeita de heresia e cisma, bem como atos escandalosos 'contra sextum' (significando contra o Sexto Mandamento) agravados por motivações místicas" escreveu o Bispo Peric.

Em Roma, no dia 5 de Set., um representante oficial Franciscano disse ao Catholic News Service ser verdade que "medidas disciplinares foram tomadas" contra Padre Vlasic "mas ele continua sendo um frade de nossa ordem; ele não foi expulso da Ordem Franciscana, nem do estado clerical.”

O Passionista, Padre Ciro Benedettini, vice-diretor da sala de imprensa do Vaticano, também confirmou o conteúdo da carta de Bispo Peric, incluindo o fato de que a congregação doutrinal suspendeu as licenças eclesiásticas do Franciscano.

Padre Vlasic foi uma figura central na promoção das aparições no santuário não-oficial em Medjugorje.

Em 1984, escreveu ao Papa João Paulo II afirmando que ele era aquele "que pela divina providencia dirigia os videntes de Medjugorje.”

Quatro anos mais tarde – depois de ter sido revelado que ele era pai de uma criança com uma freira – mudou-se para Parma, Itália, onde fundou (coed =coeducation: co-educação: meninas + meninos) a comunidade religiosa mista Rainha da Paz, dedicada às aparições de Medjugorje.

Padre Vlasic é o segundo diretor espiritual dos videntes a ser suspendido do seu ministério. O Bispo Peric confirmou a suspensão das licenças do outro, Padre Jozo Zovko, em 2004.

Os fenômenos de Medjugorje começaram em 25 de Junho de 1981, quando seis crianças relataram a um sacerdote que haviam visto Maria em uma colina próxima de sua cidade. Desde então, diz-se que Maria teria aparecido aos seis mais de 40,000 vezes, confiando-lhes centenas de mensagens.

No entanto, três comissões da Igreja não conseguiram achar provas que apoiassem as afirmações dos jovens, e os bispos da então Jugoslávia declararam, em 1991, que "não se pode afirmar que estas questões digam respeito a aparições ou revelações sobrenaturais.

Em 1985, o Cardeal Joseph Ratzinger, então prefeito da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé e agora Papa Bento XVI, baniu as peregrinações oficiais, diocesanas ou patrocinadas por paróquias, ao santuário. No entanto, a título privado, os Católicos continuam sendo livres para visitá-lo individualmente e levar um padre com eles.

Cindy Wooden, na Cidade do Vaticano, contribuiu com esta história.

Tradução livre Jorge Bizarro..

Fonte: Catholic News Service

Fonte: www.recados.aarao.nom.br


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