Cristãos no Paquistão vivem atemorizados e em constante ameaça


03.09.2008 - O Secretário da Comissão Bíblica Católica de Paquistão e Pároco em Lahore, Pe. Emmanuel Asi, explicou que os cristãos nesse país vivem "atemorizados e em constante ameaça", pois são considerados o estrato social mais baixo, são perseguidos, explorados laboralmente e discriminados; em uma nação com mais de 95 por cento de muçulmanos. Apesar a todas as dificuldades, explica o sacerdote, ainda vivem a esperança.
O Pe. Asi se referiu a esta alarmante situação em comunicação com a organização católica internacional Ajuda à Igreja Necessitada (AIN). Pôs como exemplo o caso de uma menina "cristã de treze anos de idade foi seqüestrada e violada por um muçulmano. O Pároco assegura que fatos como este se repetem continuamente".
"Para evitar o castigo, os homens afirmam que a mulher violada é muçulmana, casam-se com ela e, ao pouco tempo, repudiam-na.

Ninguém pode fazer nada, porque os 'esposos' pressionam e ameaçam de morte às vítimas até o ponto das fazer declarar diante do juiz e em presença de seus próprios pais que se converteram ao Islã. Desta forma, um homem muçulmano pode seqüestrar e violar a qualquer mulher sem temor a ser condenado", explica o sacerdote ao AIN.O presbítero disse também que laboralmente os cristãos são explorados pelos latifundiários quem os submete a “uma forma de escravidão”. Não percebem um salário mensal, e no melhor dos casos se lhes dá uma pequena retribuição depois da colheita.Do mesmo modo, "os cristãos costumam ser objeto de uma forte discriminação na hora de procurar trabalho e aceder a colégios e universidades, porque um nome cristão basta para rechaçar uma solicitude. Também perante a lei, os cristãos são cidadãos de segunda classe".E contudo, vivem a esperançaEntretanto, explica o Pe. Emmanuel Asi assegura que os paquistaneses que professam a fé em Cristo estão “orgulhosos e contentes de ser cristãos” pois entendem sua fé como “um dom e uma grande bênção”, embora sua vida esteja marcada pela dor, o medo e a frustração”.“Dos primeiros cristãos sabemos que a perseguição e a opressão foram decisivas na hora de difundir e aprofundar na fé, e essa é também nossa experiência no Paquistão”, precisa.Além disso, destaca como positivo o efeito do testemunho dos cristãos nos muçulmanos, pois estes percebem que “os cristãos são diferentes”.

As mulheres, por exemplo, sentem-se atraidas pela “liberdade e alegria” que irradiam as cristãs, porque “podem ir junto aos homens à igreja" e "podem cantar no coro”.O Pe. Asi diz que a presença das religiosas representa um “extraordinário testemunho” e que muitas meninas muçulmanas gostariam de ir a um colégio católico. A Igreja em Paquistão promove a formação da mulher e organiza numerosos grupos femininos que, por sua vez, convidam a mulheres muçulmanas. O sacerdote abriga a esperança de que sejam precisamente as mulheres que induzam a uma mudança na sociedade.

Fonte: ACI

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Lembrando...

Paquistão: governo muda, mas não muda marginalização dos cristãos

21.08.2008 - Ainda que o governo no Paquistão mude, não mudará a marginalização dos cristãos no país, pois suas causas são profundas, considera um sacerdote educador no país.

Por ocasião da renúncia do presidente paquistanês Musharraf, o Pe. Miguel Ruiz, reitor de uma escola técnica da ordem dos Salesianos, construída em Lahore (Dom Bosco Technical Center), fez uma análise da situação em uma visita à sede da associação católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre.

O sacerdote a ssinala que a pressão exercida sobre os cristãos diminuiu sob Musharraf, mas que este mandatário estava de pés e mãos atados pelas ameaças de distúrbios lançados por círculos islâmicos fundamentalistas.

Concretamente, os cristãos vivem continuamente ameaçados pela possível acusação de blasfêmia contra o islã, uma pena que é profusamente empregada para levar os cristãos aos tribunais, e que pode levar à pena de morte.

Na opinião do Pe. Ruiz, o motivo real da opressão dos cristãos reside na grande pobreza da população, que impede que muitos pais possam facilitar a seus filhos (geralmente numerosos) uma formação escolar, ou que os leve a confiá-los às babás, que em sua maioria não estão sujeitas a nenhum tipo de controle estatal.

Jovens delinqüentes de 12 ou 13 anos acabam nessas escolas corânicas, onde, como assinala o sacerdote, «sua paixão, energia e frustrações são canalizadas ao ódio».

Mas o fato de que os cristãos paquistaneses sejam considerados o estrato inferior da sociedade não é, segundo o Pe. Ruiz, culpa do Islã, mas uma seqüela do sistema de castas hindu, da qual se envergonham muitos muçulmanos, pois vários deles ocuparam essa mesma posição antes da independência do Estado do Paquistão da Índia, sendo vítimas da discriminação e do desprezo.

O salesiano, de origem espanhola, lamentou, em sua visita à sede internacional de Ajuda à Igreja que Sofre, que as crianças cristãs paquistanesas tivessem pouco acesso ao sistema educativo e a uma formação escolar superior.

Em parte, nem sequer podem entrar em centros de formação superiores da Igreja por não passar nos vestibulares estipulados pelo Estado, entre outros motivos, porque carecem de suficientes conhecimentos de inglês.

Por isso, precisou o sacerdote, é necessário que a Igreja encontre a forma de facilitar a seus fiéis o acesso ao sistema educativo.

O sonho desse sacerdote católico é fortalecer o trabalho com os jovens no Paquistão e trabalhar também com jovens delinqüentes, para que não sejam educados para o ódio pelas babás não supervisionadas.

Quer ensinar-lhes «amor, tolerância e respeito», e assinala que para isso está disposto a colaborar com as instituições públicas. Segundo ele, também seria importante que os docentes islâmicos transmitissem aos jovens o «Islã verdadeiro».

No Paquistão, os cristãos são uma pequena minoria, pois não superam 1,5% de uma população majoritariamente (mais de 90%) muçu lmana. São vítimas de numerosas discriminações e alvo freqüente de atos de violência.

Fonte: Zenit


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