Cientistas marcam data para o fim do planeta
15.03.2008 - No final, não restarão nem mesmo fragmentos. Caso não haja interferência com a natureza, dentro de 7,59 bilhões de anos a Terra será arrastada de sua órbita por um sol vermelho e inchado, e entrará em uma espiral que resultará em sua decomposição final em forma de gases. Tudo isso de acordo com cálculos recentes de dois astrônomos: Klaus-Peter Schroeder, da Universidade de Guanajuanato, no México, e Robert Connon Smith, da Universidade de Sussex, Inglaterra.
O relatório deles, que será publicado pelo Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, é a mais recente e pessimista adição a um longo debate sobre o destino do nosso planeta. No ano passado, por exemplo, a descoberta de um planeta gigante percorrendo sua órbita em torno de uma estrela extinta em Pégaso sugeria que a Terra poderia sobreviver à morte do Sol.
Smith classificou a nova previsão como "um tanto deprimente", em uma série de mensagens de e-mail. Mas, "observada por outro ângulo", acrescentou, "ela representa incentivo para que façamos alguma coisa para encontrar maneiras de deixar nosso planeta e colonizar outras áreas da galáxia".
O problema básico da Terra é que o Sol se tornará gradualmente maior e mais luminoso, de acordo com teorias amplamente aceitas de evolução estelar. Em seus primeiros 4,5 bilhões de anos, de acordo com esses modelos, o Sol já cresceu em 40%.
Nas eras vindouras, a vida na Terra se tornará mais úmida e mais desconfortável, até que por fim se torne impossível. "Mesmo que a Terra conseguisse escapar à absorção pelo Sol", disse Mario Livio, astrônomo no Instituto de Ciências de Telescopia Espacial, "ela ainda ficaria completamente calcinada, e a vida que abriga estaria extinta".
Dentro de um bilhão de anos, o Sol deve se tornar 10% mais brilhante do que hoje. Os oceanos da Terra se evaporarão. O Sol esgotará o hidrogênio combustível em seu núcleo dentro de cerca de 5,5 bilhões de anos, e começará a queimar hidrogênio das camadas adjacentes. Como resultado, o núcleo encolherá e as camadas externas se expandirão velozmente, e o Sol se transformará em uma estrela do tipo gigante vermelha.
O calor desse período final de agonia transformará o Sistema Solar. No Cinturão de Kuyper, para lá de Netuno, haverá primavera por algum tempo. Mercúrio e Vênus serão certamente engolidos, mas o destino da Terra nunca foi confirmado.
A razão para isso é que, ao se inchar, o Sol expelirá porção substancial de sua massa. Com isso, o domínio gravitacional que exerce sobre os planetas será debilitado, e estes recuarão para órbitas mais distantes. A Terra poderia acabar na posição hoje ocupada por Marte, "no limite entre ser engolida ou escapar", disse Livio.
Determinar se a Terra será engolida depende de qual dentre dois efeitos sairá vitorioso. Ao mesmo tempo que a Terra estará recuando a uma posição mais segura, as forças que interagem entre ela e o Sol em expansão tentarão arrastar o planeta para mais próximo da estrela.
Em 2001, uma análise dessas forças por Kacper Rybicki, do Instituto Polonês de Geofísica, e Carlos Denis, da Universidade de Liege, concluiu que as perspectivas pareciam desfavoráveis, mas que a Terra poderia ter chance de sobreviver.
No entanto, de acordo com Smith e Schroeder, a chance é zero. Uma das chaves para o trabalho deles é uma nova forma de calcular quanta massa o Sol perderia em sua expansão cataclísmica, e assim que tamanho ele atingiria e até que ponto a Terra se afastaria dele. Quanto mais massa for perdida, paradoxalmente maior a expansão do Sol, como um balão cujo elástico enfraquece quando ele se distende.
Usando uma nova técnica desenvolvida por Schroeder e Manfred Cuntz, da Universidade do Texas em Arlington, os autores calcularam que a perda de massa equivaleria a um terço da massa original do Sol, ante estimativas anteriores da ordem de 25%.
Como resultado, a versão vermelha e agigantada do Sol ¿ em seu ponto de máxima expansão - seria 256 vezes maior do que hoje, e 2.730 vezes mais luminosa.
A Terra, calcinada e estéril, deslizaria por sobre as ondas da estrela gigante, o que causaria uma bolha no sol. A fricção levaria a bolha a persistir, tentando acompanhar a Terra. A gravitação da bolha desaceleraria o planeta, e o colocaria em trajetória espiral na direção do Sol, onde a fricção com gases da atmosfera solar expandida ou desaceleraria ainda mais.
E então a Terra se precipitaria rumo ao Sol.
Será que os robôs, baratas ou quem quer domine a Terra dentro de um bilhão de anos poderiam escapar disso? Uma opção seria abandonar o planeta em troca de outro, ou de outro sistema solar.
Outra opção, diz Smith, seriam obras de engenharia de larga escala e risco imenso. Da mesma forma que naves espaciais podem usar as forças gravitacionais de planetas como Vênus ou Júpiter para ganhar empuxo em suas viagens, a Terra poderia promover encontros regulares com cometas ou asteróides que elevassem sua órbita e a afastassem mais do Sol, de acordo com estudo de Don Korycansky e Gregory Laughlin, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, e Fred Adams, da Universidade do Michigan, publicado em 2001.
Mas Laughlin diz que eles não defendem a idéia de alterar a órbita terrestre, afirmando que um erro de cálculo poderia causar choque entre o cometa e o planeta.
"Há questões éticas profundas em jogo", afirmou ele em mensagem de e-mail, "e o custo de um fracasso seria inaceitavelmente elevado".
De qualquer forma, uma manobra como essa tornaria a Terra mais viável por apenas mais alguns bilhões de anos.
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
Capa da revista Època pergunta: O Mundo vai acabar?
Parte da reportagem da revista Època, edição 455, em 03.02.2007
Apocalipse:
Os principais especialistas em clima anunciam catástrofes bíblicas trazidas pelo efeito estufa. O mundo vai acabar?
O maior encontro de cientistas sobre mudanças climáticas chegou a uma conclusão: o planeta ficará irreconhecível nas próximas décadas.
Não foram exatamente as trombetas do apocalipse previstas por alguns fanáticos religiosos. Mas o mundo recebeu, na semana passada, uma mensagem de teor bem semelhante. Só que, desta vez, amparada por evidências científicas. Um painel formado pelos mais respeitados especialistas em clima, conclamados pelas Nações Unidas, declarou que não há mais dúvidas: nosso planeta está esquentando. E por nossa culpa. Os cientistas adiantaram algumas conseqüências desse aquecimento. Trata-se de uma lista de catástrofes com proporções bíblicas. Haverá fome, seca, miséria, furacões e enchentes. Até os mares já estão subindo - 3,3 milímetros por ano, duas vezes mais rápido que no século passado. O relatório final dos cientistas deverá agora guiar uma ação global para salvar o mundo como o conhecemos.
O futuro do planeta foi traçado pelo IPCC, um painel que reúne uma elite de 2.500 dos principais pesquisadores de mudanças climáticas. Esse comitê, formado em 1988, se reúne regularmente para atualizar as informações sobre o clima. Nos últimos quatro anos, os cientistas avaliaram os resultados dos milhares de pesquisas realizadas pelos principais centros e universidades do mundo. O objetivo do painel é extrair as maiores certezas desses estudos. É por isso que o relatório final, anunciado em Paris, na sexta-feira 2, é tão relevante. E, ao contrário dos relatórios anteriores, este é recebido por um mundo em estado de alerta. Fenômenos naturais atípicos recentes, como a onda de calor na Europa e o fim da neve em estações de esqui, mudaram a percepção mundial sobre ecologia. O alarme tem um aspecto positivo. Governos, empresas e boa parte da população passaram a tomar medidas para combater o efeito estufa (leia a reportagem "Como vamos viver"). A preocupação dos ambientalistas, antes vista como alarmista, tornou-se questão prioritária.
Para ler a reportagem completa você deve ser assinante.
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Nota do Portal Anjo: www.portalanjo.com
Diz na Sagrada Escritura:
(ou "eles" vão alegar, que a Bíblia também é coisa de alguns fanáticos religiosos, conforme disse a reportagem acima)
"Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas". (Lc 21,25)
"O quarto derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado queimar os homens com o fogo". (Ap 16,8)