20.12.2016 -
Cardeal Burke e Dom Athanasius Schneider na Marcha pela Vida, em Roma, 8 de maio de 2016.
======================================
Cardeal Burke defende signatários de ‘dubia’ em entrevista bombástica à EWTN.
Por LifeSiteNews – 16 de dezembro de 2016
No programa “The World Over with Raymond Arroyo” da última quinta-feira, o Cardeal Raymond Burke respondeu àqueles dentro da Igreja que estão criticando a ele e a outros três cardeais por pedirem esclarecimentos morais sobre Amoris Laetitia. Ele afirmou que os cardeais não estão criando divisão, mas “abordando” a divisão já existente dentro da Igreja. Ele também insiste que ele “nunca” fará parte de um cisma por defender a Fé Católica, e que ataques contra o matrimônio desestabilizam a Igreja e a sociedade.
Burke diretamente respondeu às afirmações feitas pelos colaboradores próximos do Papa, padre Antonio Spadaro e Cardeal Cristoph Schönborn, sobre Amoris Laetitia. Em particular, ele se referiu à declaração de Spadaro de que o Papa Francisco já respondeu ao dúbia dos quatro cardeais ao aprovar as diretrizes lançadas pelos bispos de Buenos Aires, que permitiram a Comunhão a divorciados recasados. Burke também respondeu à afirmação do Papa Francisco de que pessoas que são excessivamente “rígidas” quanto à defesa da doutrina sofrem de um tipo de “condição”.
Respondendo à afirmação de Spadaro de que Burke e os outros três cardeais estão tentando “potencializar” a divisão e tensão na Igreja, Burke disse, “de fato, estamos tentando tratar da divisão que já está muito potencializada, para usar a expressão dele”.
“Somente quando essas questões, que foram apresentadas segundo a maneira tradicional de resolver questões na Igreja, e que têm relação com matérias muito sérias, somente quando essas questões forem adequadamente respondidas a divisão será dissipada”, afirmou Burke. “Porém, como está acontecendo agora, na medida em que isso continuar, a divisão somente crescerá e, é claro, o fruto da divisão é o erro. E aqui estamos falando sobre a salvação das almas, pessoas levadas a erro em matérias que têm a ver com a sua salvação eterna. Então, o padre Spadaro está muitíssimo errado nessa afirmação”.
Burke declarou estar “muitíssimo ofendido” pela recente afirmação de padre Spadaro de que o Papa Francisco não responde a questões “binárias”.
“É o papel do papa, como pastor da Igreja universal, como guardião da unidade dos bispos e de todo o Corpo de Cristo, responder a essas questões”, disse Burke. “Sugerir que fazer essas questões é sinal de falta de sinceridade é profundamente ofensivo. Posso assegurar que, por mim, e conheço os outros cardeais envolvidos, nós nunca levantaríamos questões a menos que tivéssemos a mais profunda e sincera preocupação pela própria Igreja e por cada um dos fiéis”.
O Papa Francisco “deu sua própria opinião” sobre a Comunhão a divorciados recasados, mas “a questão só pode ser respondida em termos do que a Igreja sempre ensinou e praticou”, declarou Burke. “Não é uma questão de… alguma ideia especulativa que eu possa ter sobre como abordar essas questões, mas de como Cristo em sua Igreja trata essas questões?…. até que se dê essa resposta, nós permanecemos em um estado de confusão”.
Burke e Arroyo discutiram as aparentes incompatibilidades de Amoris Laetitia com trechos da exortação Familiaris Consortio do Papa S. João Paulo II e a afirmação de Schönborn de que se trata de uma “evolução” do ensinamento da Igreja.
“Não se pode ter um amadurecimento de um ensinamento que é uma ruptura com o próprio ensinamento, que é um rompimento com esse ensinamento”, disse Burke. “As afirmações do Cardeal Schönborn a esse respeito não refletem o que se chama de desenvolvimento doutrinal – em outras palavras, através da reflexão da Igreja ela aprofunda sua apreciação de um ensinamento e ajuda os fiéis a praticar esse ensinamento. Neste caso, trata-se de uma completa ruptura com o ensinamento da Igreja, um completo distanciamento em relação ao que a Igreja sempre ensinou e praticou. Um amadurecimento é algo orgânico, onde se vê que aquilo que a Igreja vem ensinando sobre o matrimônio agora é expresso com maior plenitude”.
Burke denunciou a “politização da Igreja” que ocorreu com os ataques aos quatro cardeais, através dos meios de comunicação, realizados pelos defensores de um relaxamento na prática da Igreja. Essa “politização” é “muito aumentada por todas essas formas de intervenção midiática, é muito prejudicial e estão causando um grande dano ao bem comum na Igreja”, afirmou.
“Eu percebo que um espírito mundano, um espírito terreno entrou na Igreja, que divide seus membros em vários campos: liberais e conservadores”, disse Burke, sendo esses últimos “os ‘fundamentalistas’, como alguns adoram aqueles de nós que estamos lutando para defender o ensinamento constante da Igreja”.
Burke também respondeu à recente entrevista de Dom Athanasius Schneider na qual ele explicou a “estranha forma de cisma” que se dá hoje na Igreja. Schneider enfatizou como “muitos eclesiásticos guardam uma unidade formal com o Papa, por vezes, para o bem de suas próprias carreiras e por uma espécie de papolatria”, mas, “ao mesmo tempo, romperam os laços com Cristo, a Verdade, e com Cristo, a verdadeira cabeça da Igreja”. Fizeram-no ao negar a verdade do matrimônio e ao aderir “a um evangelho da liberdade sexual” que rompe com o sexto mandamento, afirmou.
Burke falou do assunto na mesma linha de Schneider, explicando que os que defendem o ensinamento perene da Igreja são o contrário dos cismáticos.
“De minha parte, nunca serei parte de um cisma”, disse Burke. “Sou Católico Romano e defender a Fé Católica Romana não é a causa de me separar da Igreja. E, então, eu simplesmente pretendo continuar a defender a Fé por amor a Nosso Senhor e por seu Corpo Místico, por meus irmãos e irmãs na Igreja, e creio que os outros cardeais têm o mesmo espírito”.
Quando Arroyo questionou Burke sobre as afirmações do Papa Francisco de que pessoas que estão “meio que presas em sua ‘rigidez’ quanto a doutrina e, por outro lado…, sofrem de uma compulsão ou condição”, o Cardeal afirmou que os dúbia “não são reações de pessoas que sofrem de desordens emocionais”.
“Nossa apresentação de cinco perguntas é feita com grande serenidade e respeito”, disse. “Estarmos profundamente preocupados com a verdade da doutrina da Fé e sua integridade não é sinal de enfermidade”.
Fonte: https://fratresinunum.com via www.rainhamaria.com.br
============================
Nota de www.rainhamaria.com.br
Declarou o Arcebispo francês Marcel Lefebvre:
"Não será dever de um católico julgar entre a fé que lhe ensinam hoje e a que foi ensinada durante vinte séculos de tradição da Igreja? Ora, eu acredito sinceramente que estamos tratando com uma falsificação da Igreja, e não com a Igreja católica. Por quê? Porque eles não ensinam mais a fé católica. Não defendem mais a fé católica. Eles arrastam a Igreja para algo diferente da Igreja Católica. A verdade e o erro não estão em pé de igualdade. Isso seria colocar Deus e o diabo em pé de igualdade, visto que o diabo é o pai da mentira, o pai do erro. Como poderíamos nós, por obediência servil e cega, fazer o jogo desses cismáticos que nos pedem colaboração para seus empreendimentos de destruição da Igreja? Se acontecesse do papa não fosse mais o servo da verdade, ele não seria mais papa. Não poderíamos seguir alguém que nos arrastasse ao erro. Isto é evidente. Não sou eu quem julga o Santo Padre, é a Tradição. Para que o Papa represente a Igreja e seja dela a imagem, é preciso que esteja unido a ela tanto no espaço como no tempo já que a Igreja é uma Tradição viva na sua essência. Na medida em que o Papa se afastar dessa Tradição estará se tornando cismático, terá rompido com a Igreja. Eis porque estamos prontos e submissos para aceitar tudo o que for conforme à nossa fé católica, tal como foi ensinada durante dois mil anos mas recusamos tudo o que lhe é contrário. E é por isso que não estamos no cisma, somos os continuadores da Igreja católica. São aqueles que fazem as novidades que estão no cisma. Estou com vinte séculos de Igreja, e estou com todos os Santos do Céu!”
Declarou o Papa São Félix III: "Não se opor a um erro é aprová-lo. Não defender a verdade é suprimi-la".
Veja também...