O avanço da cultura de morte: Criança é morta por eutanásia na Bélgica


22.09.2016 - Hora desta Atualização - 20h25

Morreu na Bélgica a primeira criança por eutanásia. A notícia não poderia ser mais estarrecedora. A informação foi prestada pelo presidente da Comissão Federal para a Eutanásia, Wim Distelmans.

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Em 2014, o Parlamento Socialista da Bélgica aprovou uma lei iníqua que permite que os médicos pratiquem a eutanásia – eufemismo para não dizer assassinar – em crianças com doenças ditas incuráveis e que causam muito sofrimento. A lei permite que os menores procurem a eutanásia. Mas as crianças que serão sacrificadas teriam que “possuir a capacidade de discernimento”. Que criança, nos tormentos das dores, será capaz de discernir se quererá ou não ser morta?

A eutanásia existe na Bélgica desde 2002, quando o governo socialista daquele país a aprovou para os anciãos.

O número de mortes por eutanásia na Bélgica está subindo rapidamente, com um aumento de 25% em 2012. Estudos recentes indicam que até 47% de todas as mortes assistidas não estão sendo relatadas; 32% de todas as mortes assistidas estão sendo feitas sem pedido e  enfermeiros estão a matar seus pacientes sem o conhecimento dos médicos.[ii]

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Alguns especialistas belgas estão a apoiar a extensão da eutanásia para crianças com deficiência, porque eles dizem que isto já está sendo feito. Os mesmos médicos especialistas sugerem que a extensão da eutanásia vai resultar num aumento de 10 a 100 mortes por ano.

Tudo isto causa uma enorme insegurança entre as pessoas. Na Holanda, um dos primeiros países a aprovar a eutanásia, os idosos cruzam a fronteira e vão se tratar na Alemanha onde a lei da eutanásia não é tão radical. Agora, também a criança doente se sentirá gravemente ameaçada. E ela pensará se a sua existência não será um peso para a família e que seus pais, mediante conselho pernicioso de um médico, não venha a terminar com a sua vida.

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A eutanásia é, a seu modo, uma consequência do aborto. O aborto trouxe um enfraquecimento da família e é praticado pelas mesmas razões, ou seja, o casal não quer ter filhos para poder gozar mais a vida, divertir-se livremente, ir à praia etc. sem ter o trabalho de cuidar de crianças.

A criança executada pela eutanásia “alivia” a família de gastos com hospitais e do trabalho de acompanhamento familiar naquele momento crucial. Então se mata o filho ou a filha e em seguida vai divertir-se.

Como isto é diferente daquela mãe ou pai que passam noites sem dormir, rezando pela recuperação da saúde de seu filho ou filha, ao lado de seu leito de dor, consolando-a, dando forças para suportar os sofrimentos!

Os outros filhos olharão para os pais e dirão: como meus pais são maravilhosos, como eles são dedicados. A minha mãe é uma heroína, acompanhou o meu irmãozinho até o fim. Que exemplo!

É neste momento de sofrimento que a família se une melhor; há maior solidariedade entre as pessoas.

Contudo, não são assim os pais que matam os seus filhos. Eles buscam principalmente o prazer, o gozo da vida. Procuram eliminar qualquer forma de sofrimento. Eles são o fruto de uma sociedade descristianizada. Para eles não importa o quinto mandamento que diz “não matarás”, assim como os demais.

Prevendo a eutanásia para crianças, em 1936…

Na coluna “7 dias em revista” do Legionário, n. 212, de 4 de outubro de 1936, Plinio Corrêa de Oliveira comentava um fato então pioneiro: em Perth (Austrália) um pai matou o próprio filho por motivos de saúde. Transcrevemos a seguir o texto na íntegra:

“Pela primeira vez, desde que o mundo se governa pelos princípios da civilização de Jesus Cristo, um pai mata seu filho por motivos de saúde.

Trata-se do Sr. Sullivan, de Perth, na Austrália, que levou a passear seu filho de três anos a quem prostrou inesperadamente com um tiro. O próprio infanticida conduziu depois o pequeno cadáver à polícia, e declarou que a razão do crime que praticara era que seu menino sofria de moléstia incurável.

Não era lícito a esse pai desnaturado, matar o seu filho, qualquer que fosse o pretexto por ele invocado. Mas façamos abstração disto, e consideremos a questão sobre outro aspecto. O Sr. Sullivan é “chauffeur”, portanto pessoa relativamente desprovida de recursos. Será tão seguro que autorize o infanticídio o diagnóstico do médico de 2ª classe, a quem provavelmente o Sr. Sullivan consultou? Será realmente incurável essa moléstia? Com os progressos que a medicina vem fazendo, não é bem possível que, daqui a alguns anos, o menino pudesse ser curado?

Em nada disto refletiu o Sr. Sullivan.

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O Sr. Sullivan, em si, não interessa. Sua atitude vale apenas como sintoma de uma civilização.

A tal ponto o mundo descristianizado está perdendo o senso da caridade, que diversos escritores europeus já sustentam a inutilidade e, mais do que isto, a nocividade dos estabelecimentos de assistência à infância doente.

Se a criança doente é um ser inferior, por que razão há de o Estado sobrecarregar-se com sua educação? Não seria melhor deixar morrer esses galhos quase secos, para que a seiva afluísse mais abundante, para os galhos sãos?

Se algum dia esse pensamento conquistar o mundo, os casos como o do Sr. Sullivan serão numerosíssimos.”

Nesse dia, a Igreja certamente já terá voltado para as catacumbas. E, no Brasil, as pessoas do povo matarão seus filhos, não mais a conselho médico, mas por indicação de (satanistas)…”

Referências:

[i] https://br.sputniknews.com/sociedade/20160917/6344864/eutanasia-crianca-belgica.html – acessado em 20 de setembro de 2016.

[ii] http://www.lifenews.com/2016/09/19/first-child-dies-after-belgium-approves-measure-allowing-doctors-to-euthanize-children/ – acessado em 20 de setembro de 2016.

Fonte: http://ipco.org.br

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Nota de www.rainhamaria.com.br

O Papa João Paulo II, na encíclica Evangelium vitae: “A decisão deliberada de privar um ser humano inocente da sua vida é sempre má do ponto de vista moral, e nunca pode ser lícita nem como fim, nem como meio para um fim bom. (EV, 57).

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Isso não impede que algumas formas de eutanásia sejam mais ou menos graves que outras. João Paulo II distingue também vários graus de gravidade (EV, 66).

A primeira forma de eutanásia é a que resulta de uma falsa piedade. Neste caso, suprime-se a vida do doente com o objetivo de poupá-lo de mais sofrimento. No entanto, para a Igreja, a verdadeira compaixão, de fato, torna solidário com a dor alheia, não suprime aquele de quem não se pode suportar o sofrimento”.

A decisão da eutanásia torna-se mais grave quando se configura como um homicídio, que os outros praticam sobre uma pessoa que não a pediu de modo algum nem deu nunca qualquer consentimento para ela.”

Finalmente, “atinge-se o cúmulo do arbítrio e da injustiça quando alguns, médicos ou legisladores, se arrogam o poder de decidir quem deve viver e quem deve morrer”.

A liberdade de escolha do paciente não justifica a eutanásia. Segundo alguns promotores da eutanásia, esta poderia se justificar pelo “princípio de autonomia” do sujeito, que teria direito de dispor, de maneira absoluta, da sua própria vida. Para rejeitar esse direito, a Igreja se baseia no valor inalienável e sagrado de toda vida humana.

Segundo este princípio, assim como haveria um “direito ao suicídio”, existiria também um “direito ao suicídio assistido”. A Igreja não reconhece nenhum destes supostos direitos.

Seu ensinamento recordou isso muitas vezes: “A morte voluntária ou suicídio, portanto, é tão inaceitável como o homicídio: porque tal ato da parte do homem constitui uma recusa da soberania de Deus e do seu desígnio de amor".

Diz na Sagrada Escritura:

"Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos". (Mateus 19,17)

"Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe". (Marcos 10,19)

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Nos Dez Mandamentos, encontramos um que diz: “Não matarás”.  (Ex 20,13)

É certo que a expressão negativa enfática de não matar se refere às mais variadas formas que levam à morte. Dentre elas, lembramos do assassinato, da eutanásia e do aborto. O suicídio também é considerado como a quebra desse mandamento, tendo em vista que significa autodestruição, ou negação da própria vida. O termo se origina do latim sui, que quer dizer a si mesmo, e caedere que significa cortar, matar.

Diz ainda na Sagrada Escritura:

"Porque então a tribulação será tão grande como nunca foi vista, desde o começo do mundo até o presente, nem jamais será". (São Mateus 24,21)

 

Veja também...

Não se pode dar unção dos enfermos a quem planeja um suicídio assistido, diz Arcebispo de Ottawa, no Canadá

 

 


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