07.09.2015 - Bem no Marco Zero de São Paulo, uma cena parou a cidade esta semana. Foi na escadaria da Catedral da Sé. Envolveu uma mulher que rezava, um bandido em desespero e um herói improvável. “Foi um ato heroico que ele fez por mim”, diz a refém.
Um momento que marcou São Paulo esta semana. Uma jovem de 25 anos é feita refém na Catedral da Sé, um dos mais famosos pontos turísticos da cidade. Ela fica sob a mira de um revólver e tem a vida salva por um desconhecido, que acaba sendo morto. “Deu a vida dele por mim”, conta a refém.
A mulher que viveu esses momentos dramáticos resolveu falar, dois dias depois de ter sobrevivido aos ataques. Ela está muito nervosa, assustada e prefere não mostrar o rosto. “Eu estava dentro da igreja, fui abordada. Chegou próximo de mim e falou: ‘Vem comigo’. Eu falei: ‘Não, não vou'. Foi na hora que ele mostrou a arma”, lembra a refém.
O homem era Luiz Antônio da Silva, de 49 anos. Tinha uma extensa ficha policial: tentativa de homicídio, tentativas de furtos, lesão corporal, resistência à prisão e tráfico de drogas. A vítima disse que não conhecia Luiz e que não sabe por que ele a atacou.
“Desci as escadas todinhas com ele. Quando eu avistei os policiais, eles vieram e abordaram ele. Quando falaram ‘mão pra cima’, ele começou a dar tiro nos policiais. Me segurou, começou a subir de novo as escadas comigo. Teve uma hora que ele escorregou, foi a hora que eu consegui segurar a arma dele. Foi na hora que ele puxou com tudo, aí acabou atingindo meu olho”, afirma a refém.
A partir deste momento, tudo foi registrado por câmeras de celular. Os policiais se posicionam. No canto, um homem sobe as escadas rapidamente. Uma câmera da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, que tem uma visão lateral, mostra o morador de rua Francisco Erasmo Rodrigues de Lima indo em direção ao topo da escadaria. Quem filmava com o celular, de frente, registrou o momento mais surpreendente: Francisco (morador de rua) se joga em cima do bandido armado.
“O senhorzinho veio, empurrou ele e os dois caíram. Na hora que eu me levantei. Desci as escadas correndo. Ainda eu vi o senhorzinho sendo atingido”, conta a refém.
São dois tiros dados pelo criminoso. O morador de rua não se intimida e continua em frente. A polícia atira na direção do sequestrador. “O senhorzinho interveio por mim e deu a vida por mim”, afirma a refém.
Francisco, o morador de rua que salvou a mulher, tinha 61 anos e fazia bicos como pedreiro. Teve quatro filhos. “Sempre foi um bom pai, pra mim, pros meus irmãos, sempre”, conta Juliana, filha de Francisco.
Juliana é a filha mais velha. O Fantástico conversou com ela e com a ex-mulher dele, Izabel. “Ele foi criado sem pai, sem mãe. Não tem irmão, não tem irmã. Eu falei pra ele que eu ia ser a família dele e a gente ia ter a nossa família. Então foi aí que eu casei com ele”, diz Izabel Pereira Rodrigues.
Dona Izabel e Seu Francisco foram casados por 23 anos. Se separaram em 2005. “Eu não gostava que ele bebia. Ele saiu de casa e foi morar na rua”, conta Izabel.
Os filhos tentaram tirar o pai das ruas. “Falava assim: 'Pai, sai dessa vida. Vem morar comigo no Paraná’. Ele sempre falava que não queria, que ele queria ter a vida dele, queria ser livre. No meu aniversário, ele me ligava. Sempre foi presente em tudo. Falava: ‘Você está bem, está precisando de alguma coisa?’”, lembra Juliana.
Não foi a primeira vez que ele tentou separar uma briga. “Quando meus vizinhos brigavam, ele ia lá e separava. Não gostava que brigava. Do homem bater na mulher, ele não gostava”, conta Izabel.
Ainda assim, Izabel se surpreendeu com o que o ex-marido fez. “Não dá para entender. Vou sentir saudade, sim. Foi um bom pai, foi um bom marido”, diz Izabel.
“Muita gente fala que não existe amor entre o próximo. Do meu pai, existiu. Ele salvou uma vida”, diz Juliana.
“Foi um ato heroico que ele fez por mim e agradeço por ele ter salvo a minha vida”, afirma a refém.
Fonte: G1
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura:
"Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar". (Josué 1, 9)
"Pois Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de fortaleza, de amor e de sabedoria". (II Timóteo 1, 7)
"Quem há de maltratá-los, se vocês forem zelosos na prática do bem? Todavia, mesmo que venham a sofrer porque praticam a justiça, vocês serão felizes. Não temam aquilo que eles temem, não fiquem amedrontados". (1 Pedro 3, 13-14)
"Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos". (1 João 3,16)
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