Artigo do Padre José do Vale: Jesus Cristo é a Resposta


23.12.2012 - Inaugurando o Ano da Fé, O Papa Bento XVI diz que “Cristo é a resposta para desertificação espiritual dos nossos dias”.

Na Audiência Geral em 17/10/2012, Bento XVI iniciou um novo ciclo de catequeses para o Ano da Fé. O Santo Padre disse: “Hoje iniciamos um novo ciclo de catequeses que se inserem no contexto do Ano da Fé, inaugurado recentemente. Com estas catequeses, queremos percorrer um caminho que leve a reforçar ou a reencontrar a alegria da fé em Jesus Cristo, único Salvador do mundo. De fato, o nosso mundo de hoje está profundamente marcado pelo secularismo, relativismo e individualismo que levam muitas pessoas a viver a vida de modo superficial, sem idéias claras. Por isso, é essencial redescobrir com a fé é uma força transformadora para a vida: saber que Deus é amor, que se fez próximo aos homens com a Encarnação e se entregou na cruz para nos salvar e nos abrir novamente a porta do céu. De fato, a fé não é uma realidade desconectada da vida concreta. Neste sentido, para receber o vínculo profundo que existe entre as verdades que professamos e a nossa vida diária, é preciso que o Credo, o Símbolo da Fé, seja mais conhecido, compreendido e rezado. Nele encontramos as fórmulas essenciais da fé: as verdades que nos foram fielmente transmitidas e que constituem a luz para a nossa existência”.

Ao final, o Papa dirigiu-se aos peregrinos brasileiros: “Dou às boas-vindas aos grupos de visitantes do Brasil e demais peregrinos de língua portuguesa. Agradeço a vossa presença e desejo que este Ano possa ajudar-vos a crescer na fé e no amor a Cristo, para que aprendais a viver a vida boa e bela do Evangelho. De coração, a todos abençôo. Obrigado!”.

Ainda sobre o Ano da Fé, o Presidente do Pontifico Conselho para a Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, comenta as palavras do Papa que discorreu várias vezes sobre o tema da fé.

Nos seus bons votos de Natal à Cúria Romana, ele disse: “O cerne da crise da Igreja na Europa é a crise da fé. Se não encontrarmos uma resposta para esta crise, ou seja, se a fé não ganhar de nova vitalidade, tornando-se uma convicção profunda e uma força real, graças ao encontro com Jesus Cristo, permanecerão ineficazes todas as outras reformas”.
Pode-se falar de fé como se tratasse de fórmulas químicas aprendidas de cor. No entanto, quando falta a força da escolha sustentada por um confronto com a verdade sobre a própria vida, tudo se fragmenta. A força da fé é alegria de um encontro com a pessoa viva de Jesus Cristo que muda e transforma a vida. Saber explicar isto permite aos fiéis serem novos evangelizadores num mundo que se transforma. 

O segundo termo utilizado por Bento XVI é uma fé vivida. Ela é tanto mais necessária, quanto mais se compreende o valor do testemunho. De resto, precisamente em referência à evangelização, Paulo VI afirmava sem hesitação que “o homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres... ou então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”. (Evangeliinuntiandi, 41). Passaram décadas. E, no entanto esta verdade permanece com uma carga de atualidade inalterada. O mundo de hoje tem fome de testemunhas. Sente necessidade vital delas, porque procura coerência e lealdade. “Portanto, o desafio consiste em conjugar a fé vivida com a sua inteligência, e vice-versa”.

              PRECISAMOS DE: FÉ, AMOR E ESPERANÇA

        “Nós precisamos não apenas do pão material, precisamos de amor, de significado e de esperança, de um fundamento seguro, de um terreno sólido que nos ajude a viver com um senso autêntico também nas crises, na escuridão, nas dificuldades e nos problemas cotidianos. A fé nos dá exatamente isto: é um confiante confiar em um “Tu”, que é Deus, o qual me dá uma certeza diferente, mas não menos sólida daquela que me vem do cálculo exato ou da ciência. Ter fé, então, é encontrar este “Tu”, Deus, que me sustenta e me concede a promessa de um amor indestrutível que não só aspira à eternidade, mas a doa; é confiar-se em Deus como a atitude de uma criança, que sabe bem que todas as suas dificuldades, todos os seus problemas estão seguros no “Tu” da mãe. E esta possibilidade de salvação através da fé é um dom que Deus oferece a todos os homens”.
         O Concílio Vaticano II afirma: “Para que se possa fazer este ato de fé, é necessária a graça de Deus que previne e socorre, e são necessários os auxílios interiores do Espírito Santo, o qual mova o coração e o volte a Deus abra os olhos da mente, e doe ‘a todos doçura para aceitar e acreditar na verdade’” (Const. Dogm. Dei Verbum, 5). Na base do nosso caminho de fé tem o Batismo, o sacramento que nos doa o Espírito Santo, fazendo-nos tornar filhos de Deus em Cristo, e marca o ingresso na comunidade de fé, na Igreja: não se crê por si próprio, sem a vinda da raça do Espírito; e não se crê sozinho, mas junto aos irmãos. A partir do Batismo cada crente é chamado a reviver e fazer própria esta confissão de fé, juntos aos irmãos (Audiência Geral em 24/10/2012).

Nosso Senhor Jesus Cristo é e sempre será a resposta para o Ano da Fé, a Nova Evangelização, a JMJ, a Crise Eclesial e os nossos conflitos. Está escrito: “Sem Jesus nada podemos fazer” (Jo 15,5). Tudo tem que partir de Jesus Cristo para o bem da humanidade e salvação eterna das almas.
É urgente palestras, conferências, cursos e retiros para uma profunda educação da santíssima fé. Daí, cristãos renovados, comunidades, paróquias e dioceses reavivadas para missão de resultados. 

Pe. Inácio José do Vale
Professor de História da Igreja
Instituto Teológico Bento XVI
Sociólogo em Ciência da Religião
E-mail: [email protected]

www.rainhamaria.com.br

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