Sinal dos Tempos: Cidadãos britânicos fazem turismo do suicídio na Suíça


07.11.2011 - O status de Zurique como capital dos turistas suicidas continua provocando polêmica entre a Suíça e a Grã-Bretanha.

Internamente o governo helvético está sendo pressionado para regulamentar o suicídio assistido. Já na Grã-Bretanha, diversos grupos pró-eutanásia levantam dúvidas contra o modelo suíço.

Desde que foi criada em 1998, a Fundação Dignitas, baseada em Zurique, já ajudou 76 cidadãos britânicos a cometerem o suicídio. Ela é a única organização do gênero na Suíça aberta a estrangeiros.

O serviço oferecido pela organização, depois de uma fase de avaliação envolvendo médicos e psicólogos, como explica o seu site na Internet, provê os "clientes" com pentobarbital de sódio. Depois eles podem beber esse coquetel letal em um dos dois apartamentos alugados pela Dignitas em Zurique, com a presença de um dos seus voluntários.

De acordo com as leis suíças, eutanásia ativa é ilegal, mas o suicídio assistido não. A diferença semântica do segundo caso significa que o paciente executa o ato final ele mesmo. Eutanásia é quando um médico ou pessoal especializado ministra a droga letal a uma pessoa.

Um cidadão britânico que espera em breve poder se beneficiar dos serviços oferecidos pela Dignitas é Noel Martin.

Especialmente conhecido na Alemanha, ele ficou paralítico da garganta para baixo depois de ser atacado por neonazistas em Berlim, há onze anos atrás.

Tendo passado os últimos anos confinado a uma cadeira de rodas e completamente dependente de cuidados de terceiros, Martin anunciou em 2006 que gostaria de por fim à própria vida no dia do seu aniversário, em 23 de julho de 2007, com a assistência da Dignitas, a fundação caritativa baseada em Zurique.

Entretanto, de acordo com as últimas reportagens sobre o seu caso, Martin decidiu postergar o seu suicídio.

Ludwig Minelli, diretor da Dignitas, declarou ao jornal "Berner Zeitung" que Martin "ainda não marcou um dia" e que a organização disse a ele combateria melhor o racismo estando vivo do que morto.

DID explica que até os familiares que estão acompanhando as pessoas que querem se suicidar na Suíça podem ser criminalizados pelo Ato do Suicídio ao retornar à Grã-Bretanha.

No seu site, a DID escreve que a mudança nas leis britânicas poderia ser a "opção segura" do que viajar para a Suíça, especialmente pelo fato da Dignitas ter sido muito criticada internamente por ajudar pessoas a cometer o suicídio, que não são nem doentes terminais ou mentalmente competentes.

Davina Hehir, porta-voz da DID, declarou à swissinfo que não existem ligações entre a Dignitas e a organização por qual trabalha.

"Dignidade na Morte não ajuda ou encoraja as pessoas a ir para a Suíça. Mas nós compreendemos porque doentes terminais decidem acabar com a vida. Atualmente estamos fazendo uma campanha para modificar as leis (na Grã-Bretanha), o que permitiria a essas pessoas de não serem obrigadas a ir ao exterior para terminar os seus dias no momento escolhido e de uma forma pacífica", explica

Oregon - Estados Unidos

DID considera que o modelo suíço não é o desejável para a Grã-Bretanha. Sua campanha luta por uma legislação similar aquele aplicada no estado americano de Oregon.

Esta permite que doentes terminais residentes possam obter e utilizar medicação letal de auto-aplicação. Centenas de pessoas já se beneficiaram da lei desde que ela foi sancionada em 1997.

Ela prevê que os pacientes precisam ser maiores de idade (e capazes de comunicar e tomar decisões relativas à própria saúde) e terem sido diagnosticados como doentes terminais, cuja morte deve ocorrer num prazo de até seis meses.

Na Suíça, todavia, Dignitas parece ter o objetivo de estender seus serviços a um público variado de pessoas, incluindo aquelas que têm outras razões para cometer o suicídio do que doença terminal. Algumas podem estar sem suas capacidades mentais.

"Estamos persuadidos que o direito de se suicidar é um direito humano que deve ser garantido. É nosso dever de dar a essas pessoas a sua última liberdade, de cometer o ato sem medo, riscos ou dor", afirmou Minelli no ano passado durante a convenção do Partido Liberal Democrático na Grã-Bretanha.

Assim pensa também Martin, o inglês paralítico, que pareceu estar aliviado ao declarar para a imprensa, no início do ano, que gostaria de terminar seus dias num apartamento da Dignitas.

"Eu vou fechar meus olhos e acordar em um outro mundo", contou o cidadão britânico ao jornal The Guardian.

Por sua parte, Minelli afirmou no ano passado aos liberais-democratas, que a culpa pelo fato de pessoas como Martin estarem procurando organizações como a Dignitas é das autoridades britânicas.

"Por que forçar nossos cidadãos, pessoas que vivem nas mais terríveis circunstâncias e que estão determinadas a por um fim ao seu sofrimento de uma maneira que escolheram, de abandonar seu país e ir à Suíça para exercer a sua livre-vontade? Onde está a humanidade desta política?"

Fonte: http://www.swissinfo.ch     -   enviado por Wagner Dias  -  www.rainhamaria.com.br

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Nota de  www.raianhamaria.com.br

Diz na Sagrada Escritura:

"Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos". (Mt 19,17)

"Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe". (Mc 10,19)

Nos Dez Mandamentos, encontramos um que diz: “Não matarás” (Ex 20,13). É certo que a expressão negativa enfática de não matar se refere às mais variadas formas que levam à morte. Dentre elas, lembramos do assassinato, da eutanásia e do aborto. O suicídio e a eutanásia também é considerado como a quebra desse mandamento, tendo em vista que significa autodestruição, ou negação da própria vida. O termo se origina do latim sui, que quer dizer a si mesmo, e caedere que significa cortar, matar.

 

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